Decoração e planejamento ampliam espaço de pequenos imóveis
O boom imobiliário dos últimos anos incluiu lançamentos de todos os tipos de apartamentos, inclusive os muito pequenos. Nesses, para que o tão falado sonho da casa própria se torne uma realidade agradável, e não um exercício de resistência à claustrofobia, é importante investir numa decoração que ajude a dar ideia de amplitude. Mais que embelezar o imóvel, há que se aproveitar cada palmo quadrado.
“As áreas reduzidas de apartamentos têm estimulado soluções de aproveitamento de espaço e também ambientes multifuncionais, que, com pequenas alterações de layout, podem ser utilizados de diferentes maneiras”, explica a arquiteta e designer Ana Paula Barros, de Campinas.
Um passo fundamental, diz ela, é planejar bem a ocupação, estudar várias opções. “O erro mais comum cometido pelas pessoas é insistir em móveis grandes herdados ou trazidos na mudança, que acabam obstruindo a circulação”, afirma. Sim, em nome do conforto pode ser melhor abrir mão de alguns adoráveis trambolhos que você acumulou ao longo dos anos. Em imóveis apertados, circulação é a palavra-chave, e uma peça de grandes dimensões tende a limitá-la excessivamente.
Uma boa saída, sugere a arquiteta Aclaene de Melo, de Porto Alegre, é tirar o maior proveito possível de espaços pouco valorizados: colocar prateleiras acima das portas e aproveitar áreas abaixo de escadas, camas ou mesa de centro. “Esses locais podem armazenar o que for necessário e são grandes aliados na busca por espaço”, comenta.
Ana Paula também inclui entre as recomendações o uso de espelhos, que, bem posicionados, ajudam a dar uma sensação de amplitude. “Também é possível abusar de peças multiuso, como pufes que viram mesinhas de apoio e peças flexíveis com sistemas pivotantes ou embutidas.”
Outra estratégia interessante – e já há algum tempo em voga na arquitetura – é “eliminar paredes e integrar mais os ambientes”, diz Ana Paula. Por outro lado, um recurso que igualmente virou moda deve ser evitado em espaços exíguos: para dar mais vida à decoração, pintar uma única parede de cor forte. O problema, a arquiteta de Campinas, é que ela ganharia destaque excessivo e aumentaria a percepção das dimensões do ambiente – ou seja, poderia dar a sensação visual de que ele é ainda menor.