Um clássico, cobogó volta a ganhar espaço na decoração

O cobogó foi um tipo de revestimento vazado criado na década de 1930 para compor uma estrutura que preservasse a privacidade de um ambiente, mas permitisse a passagem da luz solar e do vento. Depois de décadas esquecido, o cobogó está voltando à moda, principalmente em projetos com ar retrô

Esse tipo de peça foi batizado a partir da junção de trechos dos sobrenomes de seus inventores, os engenheiros pernambucanos Amadeu Oliveira Coimbra (co), Ernest A. Boekman (bo) e Antônio de Góes (gó)

As peças podem ser feitas de cimento e assumir um ar mais rústico, ótimo para a área externa. Na parte interna costumam aparecer pintadas ou, o mais comum, esmaltadas. O modelo da foto se chama Trevo e é da marca Manufatti. Informações: 0800 777 2141

Se a ideia é trazer um pouco de cor, o arquiteto Matheus Seco, do escritório Domo Arquitetos, em Brasília, sugere posicionar o painel de cobogós na frente de uma esquadria. O cobogó funciona como um delimitador visual, ele esconde um pouco os carros, mas deixa passar a ventilação, explica. Informações: (61) 3201-6912

Segundo o arquiteto e designer Cioli Stancioli, de Belo Horizonte, a escolha do desenho está ligada ao estilo do ambiente. Informações: (31) 2551-2114

Se o projeto está muito básico, escolho um formato mais diferente, como uma estrela. A cor continua básica, pode ser um branco. Se o projeto está muito cheio de coisa, escolho um desenho mais simples. Às vezes vai da preferência pessoal do cliente, explica Stancioli

Stancioli acredita que uma parede de cobogó é ideal para dividir algumas áreas para dar privacidade sem prejudicar a circulação. É uma ótima solução para a divisão entre cozinha e área de serviço

A composição não precisa ser monocromática. É possível misturar peças de diferentes cores em um mesmo painel

O famoso arquiteto paulistano Marcio Kogan criou um grande painel de cobogó na Casa B+B, concebida pelo Studio MK27 e pela Galeria Arquitetos. O projeto é assinado por Kogan e Fernanda Neiva, com coautoria de Renata Furlanetto e design de interiores de Diana Radomysler

A parede lateral delimita um corredor sem impedir a ventilação. Além disso, ela filtra a luz, permitindo curtir uma sombra com pequenos pontos de luz

Além de prática, a solução fica bonita

À noite, os balizadores no piso produzem um belo jogo de luz com a parede vazada

Apesar de limitar a vista, a estrutura permite enxergar o que está do outro lado, basta chegar bem perto

No apartamento decorado pela arquiteta Karina Fontana, em São Paulo, os elementos vazados fazem uma divisória entre a cozinha e um hall que precisava de luz. Com os cobogós, consegui dar privacidade ao ambiente sem perder contato visual , iluminação e ventilação, explica Karina