Adaptações deixam a casa mais segura para crianças pequenas
Dizem que quando os filhos nascem tudo muda na vida de um casal. Nada melhor, portanto, do que começar as transformações pela própria casa, pois algumas adaptações simples podem evitar acidentes com os pequenos. É claro que os pais ou responsáveis devem sempre ficar de olho, mas, como pequenas distrações acontecem, o mais garantido mesmo é preparar a residência para a chegada do novo membro da família. “Até os quatro anos, a criança não consegue obedecer comandos muito bem, então não dá para contar com uma conversa para explicar por que ela não pode mexer aqui ou ali”, explica Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura. Veja a seguir algumas dicas para deixar os vários cômodo da casa mais seguros para uma criança pequena.
Cozinha: é onde acontece grande parte dos acidentes porque concentra vários perigos em um só lugar – panelas quentes, fogo, objetos cortantes e, muitas vezes, produtos de limpeza. Por tudo isso, o melhor é restringir o acesso das crianças. Aquele portãozinho de metal que se encaixa no batente da porta – originalmente usado para casas com cachorros – costuma dar conta do recado. Como a estrutura do portão é vazada, o adulto consegue enxergar a criança na sala a partir da cozinha. “Se não for possível restringir o acesso à cozinha, a dica é cozinhar com as bocas posteriores do fogão e virar os cabos das panelas para o lado de dentro”, aconselha Lia.
Área de serviço: o espaço oferece perigo por conta dos produtos de limpeza, água, baldes, mangueira e de equipamentos como máquina de lavar e varal. Além de ser uma área em que o chão é molhado constantemente. Os riscos são variados – a criança pode se intoxicar, escorregar ou sufocar. Assim como na cozinha, o acesso deve ser mínimo, ou melhor, inexistente.
Sala de jantar: o maior perigo nesse cômodo é para os bebês que estão aprendendo a andar. “Nesta fase, a criança usa tudo o que está ao seu alcance como apoio. Por isso, é bom evitar as toalhas de mesa”. Ao puxá-las, a criança pode derrubar recipientes quentes e se queimar. Prefira os jogos americanos, que cobrem o que interessa e não criam rebarbas que possam ser agarradas por debaixo da mesa.
Quartos e salas: a principal preocupação aqui é proteger as quinas dos móveis. Em grande parte das vezes, elas ficam na altura da cabeça dos bebês que estão aprendendo a andar e podem machucá-los. “Os pais podem comprar protetores de plástico, que cubram as beiradas pontiagudas, ou ainda, fazê-los com tecido ou isopor e fixá-los com uma fita adesiva”, ensina Lia. Para tirar os brinquedos do meio do caminho e diminuir o risco de acidentes, a arquiteta Fernanda Lovisaro, sócia do escritório Lovisaro Arquitetura, dá a dica: caixas decorativas para organizar os brinquedos. No quarto, elas podem ser de plástico ou de madeira e ficar em um canto ou embaixo da cama. Na sala, um baú de madeira pode se transformar em mesa de centro. Mãe dos gêmeos Luis Guilherme e Maria Eduarda, de 1 ano, a arquiteta conhece bem os riscos que uma casa aparentemente normal pode oferecer às crianças. Além de proteções para as quinas e caixas para guardar brinquedos, outra dica é instalar travas com ventosas nas gavetas e portas dos armários para impedir que o pequeno prense os dedos nos vãos.
Banheiros: assim como na cozinha, o melhor é fechar a porta do banheiro e restringir o acesso. O problema deste cômodo é que tem água por todo lado, seja na torneira, no chuveiro ou no vaso. “A água é algo que desperta a curiosidade da criança e isso é perigoso porque ela pode se afogar em um recipiente com só 2,5 cm de água. E isso pode acontecer na banheira ou mesmo com recipientes menores como baldes”, alerta Lia. Mesmo que o bebê não entre no banheiro, é bom dificultar a traquinagem fechando a porta do box e usando uma trava para a tampa do vaso sanitário. Outro cuidado importante no banheiro é guardar medicamentos e cosméticos em lugares altos, longe do alcance das crianças.
Para a casa toda: alguns cuidados se aplicam a todos os cômodos e dependências da casa. Um deles é evitar que as crianças fucem nas tomadas. Isso pode ser feito com plugues de plástico ou colocando móveis na frente delas. As janelas e varandas também precisam ganhar proteções especiais, como grades ou redes. Por fim, as escadas devem ser protegidas com portõezinhos no topo e na entrada.