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Proteja a calçada de danos causados por raízes de árvores

O plantio de espécies adequadas garante que a calçada não fique rachada ou se quebre

17 mar 2014 - 07h21
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As árvores embelezam calçadas, dão sombra a carros e pedestres, arejam o ambiente e emprestam um pouco de verde às cidades. Mas a natureza pode destruir o que o homem fez: as raízes de algumas espécies crescem a ponto de afetar calçadas, tubulações de água e esgotos e até fios aterrados.

Os especialistas concordam que a melhor maneira de proteger uma calçada contra rachaduras desse tipo é plantando uma espécie que não desenvolva raízes agressivas.

As regras nessa área variam de município para município. Em São Paulo, segundo a Secretaria de Subprefeituras, qualquer pessoa pode cultivar plantas na calçada, mas recomenda-se que o local passe antes por uma análise técnica. A sugestão é que se escolha a espécie de acordo com as características da região.

A agrônoma Regina Calçada engrossa o coro. “Existem sistemas de cultivo que induzem a rachaduras porque não há espaço para a dilatação do cimento do passeio. É preciso pensar se o tipo de calçada combina com o tipo de planta a ser cultivado.”

Plantas como o fícus não são indicadas. “A raiz do fícus é muito agressiva. Além de quebrar a calçada, pode até se infiltrar em um cano caso já exista uma fissura na tubulação”, explica Regina. Outras espécies contraindicadas são paineira, espatódea e seringueira. O ipê, bastante comum no passeio público de várias cidades, divide opiniões. “Pode ser um problema, já que chega a ter um porte muito grande”, pontua a paisagista Ivani Kubo.

O melhor, avalia ela, é investir em árvores pequenas – as arvoretas. “Elas não crescem muito, não têm raízes invasivas e, por isso, não trincam o concreto.” Exemplos de arvoretas são murta, grevilha e resedá. Algumas plantas frutíferas de pequeno porte, como pitangueira, pé de laranja oriental, pé de romã e jabuticabeira híbrida (menor que o pé de jabuticaba-sabará), também são boa opção.

De qualquer forma, é preciso estar atento às dimensões do passeio e dos canteiros. “Em algumas ruas a calçada é larga, em outras, não tem um metro de largura, não passa nem uma pessoa direito”, observa Ivani. Árvores menores costumam precisar de um canteiro com pelo menos 50 cm x 50 cm x 50 cm. Se você dispõe de espaço menor que isso, prefira outros tipos de plantas.

Em volta dos canteiros, podem ser usados revestimentos semipermeáveis, que permitem que parte da água atravesse o piso e chegue até as raízes. “Se a raiz tem água disponível lá embaixo, não tem necessidade de vir buscar água aqui em cima, na superfície”, explica Regina. “Por consequência, a calçada não racha.”

Em vários municípios, como São Paulo, o manuseio (poda, transplante e remoção) é de exclusividade dos técnicos da prefeitura – na capital paulista, quem desrespeita essa norma está sujeito a multa de até R$ 1.369,20.

Para não ter de acionar os técnicos (que nem sempre aparecem logo que você precisa), previna-se. Se a planta gosta de bastante água e não chove, é preciso regá-la. Isso ajuda a evitar que as raízes venham à superfície, pois garante a oferta de água lá embaixo.

Se houver rachaduras, o melhor, recomenda Ivani Kubo, é “quebrar a calçada, transplantar a planta – não precisa jogá-la fora – e cultivar uma espécie menos agressiva no lugar”.

Ainda assim, é impossível se livrar totalmente de rachaduras nas calçadas. “Além das raízes, elas podem ser provocadas pela passagem de veículos pesados na rua e até pelo movimento de dilatação e contração do cimento”, afirma a engenheira agrônoma Regina.

Fonte: PrimaPagina
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