Saiba optar entre troca ou restauração do teto de estuque
O surgimento de goteiras ou infiltrações no teto sempre é motivo de preocupação para os moradores de um imóvel. O problema é ainda mais complicado caso a residência seja antiga, e o forro feito de estuque, pois pode ser necessária a substituição de toda a estrutura. Por esse motivo, é importante conhecer o funcionamento desse tipo de teto e o que é preciso para que ele se mantenha conservado.
Jorge Eduardo Tinoco, especialista em conservação e restauração de monumentos, explica que o estuque é uma técnica que remonta da época do Império Romano, entre os séculos 1 e 2. O forro feito dessa forma utiliza sarrafos de madeira dispostos de modo a formar quadrados, que são preenchidos com uma tela de arame. Ela serve de suporte para uma argamassa composta de areia fina e cal.
“Estuque vem da palavra italiana <i>stucco</i>, que significa apertar. No Brasil, ele chegou com a missão francesa e foi usada com frequência na arquitetura até os anos 1930”, diz o especialista do Centro de Estudos Avançados de Conservação Integrada (Ceci). Para ele, essa técnica tem boa durabilidade, e a mistura de areia e cal tende mineralizar (se tornar rocha) em alguma centenas de anos.
Porém, nas últimas décadas, muitos tetos de estuque passaram a apresentar problemas, e Tinoco atribui isso ao uso de tintas impermeabilizantes. “Elas impedem que o material respire, fazendo com que a umidade seja retida. Assim, a madeira amolece, favorecendo o ataque dos cupins”, afirma.
Desse modo, para melhor conservação desse tipo de teto, o ideal é evitar as tintas PVA látex e usar aquelas à base de cal. “Também é importante sempre visitar o entreforro e efetuar a limpezas periódicas”, diz a arquiteta restauradora Márcia Braga.
Caso o forro apresente a estrutura de madeira comprometida pela ação de cupins ou por infiltrações, as únicas opções podem ser o restauro ou a substituição completa de todo o teto. Para saber qual opção tomar, o ideal é contar com a consultoria de um especialista no assunto. Mas caso o teto conte com algum motivo decorativo, seja de relevo ou pintura, o que é bastante comum no caso do estuque, é preferível optar pela recuperação do local, pois isso valoriza bastante o imóvel.
“Já se não tiver nenhum adorno, vale mais a pena a substituição, pois o processo de restauração é bastante custoso. Nesse caso, o mais indicado é o forro de gesso, que é um material extremamente versátil e barato”, recomenda Tinoco
O gesso também é mais leve que o estuque, então os apoios originais serão capazes de aguentar o peso do novo forro. Outras opções seriam materiais como plástico, madeira, ou metais, ou ainda remover todo o teto e deixar o telhado com sua estrutura aparente, dando um aspecto mais rústico para a casa.