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Casais tendem a se alinhar em termos de atratividade

Pessoas buscam namorados(as) que estão "no mesmo nível" que elas, segundo estudo

25 nov 2024 - 18h03
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Estudo reforçou a existência de um fenômeno chamado de "acasalamento seletivo"
Estudo reforçou a existência de um fenômeno chamado de "acasalamento seletivo"
Foto: iStock / Jairo Bouer

Você já deve ter visto uma pessoa atraente namorando alguém que você considera sem graça. Mas, segundo um estudo, essa não é a regra. De modo geral, as pessoas têm parceiros românticos que se alinham a elas, em termos de atratividade física. 

Aplicando métodos estatísticos avançados, pesquisadores das universidades de Yale, Nova York e Flórida descobriram que as pessoas tendem a buscar namorados ou namoradas que estão "no mesmo nível" que elas, em termos de atratividade. As informações foram publicadas no periódico Personality and Individual Differences.

Acasalamento seletivo

Pesquisas anteriores já tinham demonstrado que as pessoas tendem a escolher parceiros com níveis de atratividade semelhantes - fenômeno conhecido como "acasalamento seletivo". No entanto, esses estudos tinham muitas limitações. Eles se baseavam em correlações simples, ou deixavam de lado as influências interconectadas entre as percepções de si mesmo, as percepções do parceiro e as avaliações de terceiros.

Agora os pesquisadores podem contar com técnicas estatísticas mais sofisticadas, que permitem uma compreensão mais detalhada de como as variáveis interagem dentro dos casais.

Classificações do parceiro e dos outros

O conjunto de dados original incluiu 1.295 casais de sexos opostos provenientes de 27 estudos, a maioria estudantes universitários brancos dos Estados Unidos. Os dados incluíam classificações autorrelatadas da atratividade dos participantes, bem como avaliações de terceiros sobre seu apelo físico.

Os pesquisadores examinaram o que eles chamam de "efeitos de ator" (como a atratividade autorrelatada dos indivíduos se alinha com a atratividade avaliada por terceiros) e "efeitos de parceiro" (como a atratividade autorrelatada de um parceiro se relaciona com a atratividade avaliada por terceiros de seu parceiro). Além disso, exploraram como características do relacionamento, como duração e nível de comprometimento, moderavam esses efeitos.

As pessoas sabem o apelo que têm

Os resultados revelaram que as classificações autorrelatadas de atratividade se correlacionavam de forma positiva com as avaliações de terceiros, indicando que as pessoas geralmente têm uma boa noção de como os outros percebem seu apelo físico. Esse alinhamento foi observado tanto para homens quanto para mulheres.

O estudo também forneceu evidências robustas para o acasalamento seletivo, confirmando a tendência de parceiros românticos terem níveis semelhantes de atratividade física. Os casais mostraram um alinhamento significativo, independentemente de serem medidos por autorrelatos ou por avaliações de terceiros.

Indivíduos fisicamente mais atraentes tinham maior probabilidade de ter parceiros que também eram avaliados como atraentes por observadores independentes.

Duração do relacionamento importa

Curiosamente, a duração do relacionamento emergiu como um fator que influencia essas dinâmicas. Casais que estavam juntos por períodos mais longos exibiram correlações mais fortes entre a atratividade autorrelatada e observada. Isso pode significar que, à medida que os relacionamentos se desenvolvem, as autopercepções dos indivíduos se tornam mais sintonizadas com o feedback externo, incluindo a perspectiva do parceiro.

Outra possível explicação é que relacionamentos mais longos podem refletir um processo de seleção em que casais com níveis semelhantes de atratividade têm maior probabilidade de permanecer juntos, levando a um maior alinhamento ao longo do tempo.

Mais estudos são necessários

Embora o estudo ofereça insights relevantes, várias limitações devem ser reconhecidas. Primeiro, os dados vieram principalmente de casais heterossexuais e brancos nos Estados Unidos, o que limita a generalização dos resultados para outras populações e tipos de relacionamento. Estudos futuros devem incluir amostras mais diversificadas em termos de etnia, contexto cultural e orientação sexual.

Outra questão é que os dados foram extraídos de estudos realizados há várias décadas, levantando questões sobre se as percepções de atratividade e a escolha de parceiros mudaram com o advento dos aplicativos de namoro e das mídias sociais. Essas plataformas podem influenciar significativamente como as pessoas avaliam sua própria atratividade e a dos outros.

Por fim, embora o estudo tenha demonstrado que a atratividade dos casais tende a se alinhar, ele não explorou as potenciais consequências da atratividade não compatível, como a satisfação ou estabilidade do relacionamento. Pesquisas futuras poderiam examinar como diferenças na atratividade influenciam dinâmicas como ciúmes, objetificação do parceiro ou sucesso do relacionamento a longo prazo.

Jairo Bouer
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