Colar "orelhas de abano"? Veja como evitar desconforto estético
As "orelhas de abano" podem causar problemas de autoestima de quem a possui; especialistas comentam sobre assunto
Você conhece alguém que cola as orelhas? Por mais distante que pareça, essa é uma tática muito utilizada por quem possui "orelhas de abano". A fim de torná-las menos proeminentes, essas pessoas utilizam cola instantânea para colocar o truque em prática. No entanto, isso é bastante perigoso!
As "orelhas de abano" são fruto de uma malformação congênita. Apesar de não causarem mal do ponto de vista físico, elas podem trazer repercussões sociais e psicológicas, como problemas de autoimagem e autoestima. Por isso, é comum recorrer a intervenções cirúrgicas para corrigir.
Mas existem outras maneiras de corrigir sem ter que recorrer a uma cirurgia? Segundo Dr. Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Tricologia Médica e Dermatologia Clínica e Cirúrgica, existem formas seguras de fazer isso.
"A utilização recorrente de cola instantânea à base de cianoacrilato para disfarçar as orelhas proeminentes pode causar um dano significativo na região. Isso porque, ainda que a cola se solte após alguns dias, a pele do local pode ficar ferida e sensível. Logo, o uso repetido pode levar ao surgimento de problemas como atrofia cicatricial da pele, infecções bacterianas e telangiectasias inflamatórias", afirma.
Então, o que fazer?
Dr. Danilo explica que é possível usar outras colas, que não são feitas à base de cianoacrilato e não destroem a pele da região, como as colas de cílios. Porém, isso só pode ocorrer em ocasiões isoladas, e não com frequência.
Outra opção é usar o fio de silicone, para manter as orelhas mais próximas à cabeça sem ficar aparente. Além disso, há outros truques para esconder as orelhas por baixo dos cabelos, para quem tem os fios compridos e um pouco mais volumosos. Porém, é importante destacar que essas soluções são apenas temporárias.
Para deixar as "orelhas de abano" menos proeminentes de forma definitiva é com a otoplastia. "Na otoplastia, é realizada uma incisão na pele atrás da orelha e são confeccionadas dobras que são fixadas com fios não absorvíveis. Assim, formamos um novo relevo. Em seguida, a orelha é fixada ao osso do crânio com um fio espesso também não absorvível", explica o cirurgião plástico Dr. Tácito Ferreira.
O especialista salienta que, como a cartilagem tende a voltar à forma original, é preciso se atentar após a cirurgia. Evitar traumas na região para que nenhum ponto se abra é um deles.
Vale lembrar que é preciso consultar especialistas antes de realizar a cirurgia, ainda mais em crianças, já que há recomendações ligadas à idade.