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Instagram altera regras para adolescentes: o que muda?

Com a redução das interações indesejadas, se espera que os adolescentes corram menos riscos quando estão conectados

20 fev 2025 - 04h59
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A “conta de adolescente” segue estratégia da empresa que já vinha sendo aplicada em outros países
A “conta de adolescente” segue estratégia da empresa que já vinha sendo aplicada em outros países
Foto: pixabay

Na última semana o Instagram começou a aplicar restrições a contas de adolescentes no Brasil. Os principais objetivos são garantir maior segurança e limitar a exposição a conteúdos sensíveis que podem ser prejudicais à saúde e comportamento dos jovens. 

As medidas foram implementadas depois de uma onda de críticas e processos que a Meta sofreu nos últimos anos pelos impactos negativos que a rede pode trazer para o bem-estar e a saúde mental dos mais novos. A “conta de adolescente” segue estratégia da empresa que já vinha sendo aplicada em países como os EUA, Reino Unido, Austrália e União Europeia. As mudanças passam a valer também na Índia.

Bom lembrar que restrições e medidas de controle parental sobre os conteúdos e modo de usar as redes já vêm sendo aplicadas por outras plataformas, como o TikTok. 

O que muda com  o modo adolescente?

Perfil privado - O padrão  das contas de menores de 18 anos será configurado como privado, o que restringe interações com desconhecidos. Menores de 16 precisarão da autorização dos pais para alterar essas configurações. Não seguidores não poderão compartilhar publicações dos menores. Adolescentes só poderão receber DMs (mensagens diretas) de pessoas que já seguem. 

Modo noturno e tempo de uso – As notificações ficam silenciadas entre 22h e 7h. O jovem também será  avisado ao alcançar uma hora de uso da rede, incentivando que ele desligue o aplicativo.

Maior supervisão - Os pais podem definir limites de uso diário, visualizar contatos recentes dos  jovens, aprovar novas conexões  e alterar as configurações de privacidade.

Filtros - A plataforma vai aplicar filtros mais rígidos para conteúdos sensíveis como violência, automutilação,  erotismo e procedimentos cosméticos ou  estéticos, principalmente nas abas do Explorar e do Reels.

Recurso contra o bullying - Alguns termos serão restritos através da opção “palavras ocultas” e a rede  vai barrar comentários e mensagens potencialmente ofensivos.

Quais os principais benefícios?

Em teoria, as medidas podem diminuir a exposição dos jovens a conteúdos com os quais eles possam ter  dificuldade de lidar (bullying, violências, assédio, apelo sexual), além de questões que possam impactar sua autoestima, autoimagem e saúde mental. Com a redução das interações indesejadas, também se espera que eles corram menos riscos quando estão conectados.

Casos de bullying que extravasam os muros da escola, transtornos de imagem corporal e  transtornos alimentares e envolvimento em jogos e desafios que colocam a vida do jovem em risco são só alguns exemplos de situações que podem melhorar se as restrições emplacarem e funcionarem.

A questão é que, como qualquer tipo de limite, principalmente quando se trata do uso de redes sociais, eles podem ser facilmente contornados pelos jovens, ao falsificar idade, criar um perfil alternativo ou, ainda, usar outras plataformas que tenham brechas ou controles menos rígidos. Ainda existe uma brecha legal importante no país em relação ao controle do acesso às redes sociais pelos menores. 

Por isso tudo, apesar  dos avanços alcançados  com essa estratégia, só as restrições podem ter efeito limitado. Daí a importância de se investir em uma educação digital desde cedo, que se inicia em casa e é amplificada pela escola, ainda mais nesse momento em que o uso de celular tem limites importantes no ambiente da educacional. E você? Já começou a fazer em casa esse “trabalho de formiguinha” com seus filhos para que eles fiquem, de fato, mais protegidos? 

Jairo Bouer é médico psiquiatra e escreve semanalmente no Terra Você.

Fonte: Jairo Bouer
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