Comer muitos ovos faz bem ou faz mal à saúde? Veja estudo
Uma hora, faz bem. No dia seguinte, aumenta o colesterol... Afinal, o que pesquisas mais recentes respondem à pergunta que há décadas mobiliza os cientistas?
O ovo é um dos alimentos mais populares e versáteis na culinária mundial. Sua composição rica em proteínas de alta qualidade faz dele uma escolha comum para atletas e fisiculturistas que buscam hipertrofia e recuperação muscular. Entretanto, o consumo em excesso deste alimento pode gerar preocupações relacionadas à saúde.
O assunto veio à tona quando a influencer fitness, Gracyanne Barbosa, que está confinada no Big Brother Brasil, consumiu nove ovos em uma refeição. No entanto, ela afirma que o 'normal' para ela é consumir 40 ovos diariamente. Nas redes sociais, muitos internautas levantam questionamentos sobre os riscos e benefícios de ingerir grandes quantidades desse alimento. Inicialmente, é importante analisar se tais práticas são saudáveis ou se podem trazer malefícios quando realizadas sem acompanhamento profissional.
Qual a quantidade recomendada de ovos por dia?
A quantidade ideal de ovos que devemos comer diariamente pode variar de pessoa para pessoa. Depende de fatores como a atividade física, a composição corporal e as necessidades nutricionais individuais. Nutricionistas afirmam que comer até três ovos por dia é geralmente seguro para a maioria das pessoas. Em casos específicos, como para atletas de alto desempenho, como a Gracyanne, essa quantidade pode aumentar.
"O ovo 'é feito para ser algo com todos os componentes certos para o crescimento de um organismo, portanto, obviamente, ele é rico em nutrientes", diz Christopher Blesso, professor associado de ciência nutricional da Universidade de Connecticut, nos EUA.
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Porém, vale ressaltar que é consenso entre os especialistas que o consumo excessivo de um único tipo de alimento não é recomendado. A ingestão de 40 ovos diariamente, por exemplo, pode levar a efeitos adversos, como a produção de gases e alterações na microbiota intestinal.
"Nenhum alimento tem um consumo livre. Nem os vegetais, legumes ou frutas", explicou Antonio Herbert Lancha Jr., professor da Universidade de São Paulo (USP) à BBC Brasil. "Todos os alimentos devem respeitar uma quantidade alinhada com nossa necessidade diária."
Quais são os efeitos do consumo excessivo de ovos?
Ingerir muitos ovos diariamente pode afetar o equilíbrio das bactérias intestinais, contribuindo para a produção de compostos que estão associados a um maior risco de doenças cardiovasculares, como o TMAO. Esse composto está relacionado ao aumento do colesterol no sangue, o que pode potencialmente elevar o risco de doenças cardíacas.
O alto consumo de proteínas, presente na clara dos ovos, também pode ser prejudicial quando não ajustado às necessidades individuais. O corpo humano possui mecanismos complexos para lidar com a ingestão de grandes quantidades de proteína, mas o excesso pode sobrecarregar esses sistemas, levando a problemas de saúde a longo prazo.
O debate sobre os efeitos do consumo de ovos na saúde cardiovascular está na mira de muitos estudos ao longo dos anos. Embora os ovos sejam ricos em colesterol, a relação direta entre a ingestão desse composto e o risco de doenças do coração não é completamente clara. Isso porque o corpo humano possui mecanismos que regulam os níveis de colesterol, o que pode mitigar o impacto do consumo do colesterol dos ovos.
Faz bem ou mal?
Entretanto, é importante notar que muitos desses estudos são observacionais. Por fim, isso significa que não podem estabelecer uma relação de causa e efeito. Outros fatores, como dieta geral e estilo de vida, também desempenham um papel significativo na determinação da saúde cardiovascular.
Concluindo, a quantidade ideal de ovos varia de acordo com as necessidades individuais. Portanto, deve ser decidida em consulta com um profissional de saúde. Além disso, manter uma dieta balanceada, que inclua uma variedade de alimentos, é essencial para evitar os riscos associados ao consumo excessivo de qualquer alimento.
