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Como lidar com a morte de alguém especial em meio à pandemia

O luto, quando alguém querido vai embora, é muito dolorido. E, para cuidar dessa ferida, precisamos falar sobre permanência e impermanência

21 mai 2021 - 11h00
(atualizado em 17/3/2022 às 16h03)
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Amar alguém é uma das maiores expansões que podemos fazer como seres humanos. Nós crescemos, começamos a ver o mundo com outros olhos e aquela pessoa passa a se tornar mais importante do que jamais tínhamos imaginado.

Quando um casal tem um filho, por exemplo, essa criança passa a ser essencial na felicidade deles, é inimaginável viver sem aquele filho. Mas há também outros amores, como mãe, pai, avós, esposo ou esposa. Esses seres através desse ato de amar nos fazem abrir o coração, há uma expansão. Todo amor é sermos grandes, valorizarmos o outro, que faz parte de nós.

Mas, quando uma pessoa muito especial se ausenta, porque ela foi morar em outro plano de existência, a dor é muito grande. Nós chamamos isso de falecimento ou de morte, no entanto, para quem acredita na veracidade da alma, na eternidade da nossa essência, é apenas uma mudança de domicílio.

O processo de luto

No início, o processo de luto passa por aquilo que é chamado de pensamento mágico, que é quando começamos a pensar que isso não pode ser verdade, que talvez seja só um sonho ruim, uma impressão, pensamos em alguma mágica que a outra pessoa vai voltar a aparecer. E nós sabemos que são apenas delírios, mas é que a dor é tão grande que nos faz delirar.

O luto, quando a pessoa vai embora, principalmente de repente, é profundamente dolorido. Em casos, como um falecimento por Alzheimer ou uma doença prolongada, nós vamos nos preparando. Perdemos a pessoa um pouco por vez e, quando ela muda de endereço, a dor foi espalhada e lidamos um pouquinho melhor, embora o processo seja muito triste. Quando, entretanto, é algo muito súbito, o impacto é doloridíssimo.

A partida das pessoas deve servir para aproveitarmos melhor a vida, mas também para refletirmos sobre o que é permanente e impermanente
A partida das pessoas deve servir para aproveitarmos melhor a vida, mas também para refletirmos sobre o que é permanente e impermanente
Foto: damircudic / iStock

Mas, quando isso acontece, o importante é falarmos sobre o luto, entendermos que estamos num estado alterado de pensamento, tudo está muito à flor da pele, como se estivéssemos machucados, feridos, e a ferida está aberta.

Tratar essa ferida necessita entendermos a permanência e a impermanência. Seria terrível acharmos que a impermanência é absoluta. Acharmos que, porque a pessoa não está mais aqui, significa que ela foi embora e acabou tudo para sempre. Isso não é verdade.

A importância de entendermos a permanência e a impermanência

Quando lidamos com qualquer saudade, temos que verificar o que é permanente e o que é impermanente. O amor que temos por quem se foi é permanente. As duas almas, a minha e a daquela pessoa, por exemplo, são permanentes. Já aqueles tempos que passamos juntos são impermanentes, mas as memórias são permanentes, gravadas em mim, que me dão acalento e alegria. A certeza de que vou ver a pessoa de novo é permanente.

Se perguntarmos, por exemplo, para qualquer pessoa que sofre se elas pudessem escolher nunca ter conhecido o filho, o avô, a mãe, aquela pessoa que dói na ausência, quase todo mundo diria que preferiria ter conhecido, que valeu a pena.

Por mais que doa agora, a expansão que hoje faz doer por ter um buraco vazio, vale a pena. A dor da saudade é sempre a dor de uma expansão que, depois de termos crescido, revela-se o buraco. É algo profundo e impactante e que nos faz aproveitar melhor cada momento de vida.

A partida das pessoas deve servir para aproveitarmos melhor a vida, como também para refletirmos sobre o que é permanente – a nossa fé, o nosso amor, o brilho dos olhos, o companheirismo, a amizade – e o que é impermanente, que são as várias danças desse mundo, quem está aqui, quem não está. Devagar vamos entendendo que permanente é a essência e impermanente são as formas.

E se você realmente acredita, como eu, que somos almas feitas de luz, divinas e abençoadas, você sabe que vamos nos ver de novo, aqui ou em um dos muitos endereços que existem. O impermanente é só o que vivemos nesse teatro aqui; o permanente é o que cada um de nós é e a luz que temos.

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