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Como lidar com o término do relacionamento e aprender a se reencontrar na linha de chegada?

A psicóloga Alana Anijar dá dicas de como superar o relacionamento passado e ficar bem consigo mesma e sozinha

11 jun 2024 - 13h39
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Não é porque estamos na semana do Dia dos Namorados que, necessariamente, todos estão felizes da vida em uma relação. A realidade vai bem ao contrário disso. Inclusive, alguns estão tentando sair de um relacionamento que os machucou, independente de qual etapa do luto eles estejam. Vários estão tentando se desvencilhar das pessoas que um dia já amaram, outros fazem de tudo para conseguir esquecer o que já acabou. Sendo assim, conversamos com a psicóloga Alana Anijar, que deu conselhos para encarar o término do relacionamento. Confira:

Como superar um término do relacionamento? Veja as dicas da psicóloga
Como superar um término do relacionamento? Veja as dicas da psicóloga
Foto: Reprodução/Freepik / Bons Fluidos

As fases do luto pelo relacionamento

Assim como quando alguém que amamos morre, no término de um relacionamento, temos que entender que há mortes de planos, objetivos e sonhos que tivemos em casal. E não existe a cura do luto, mas sim uma integração, que vai passando por fases. "No primeiro momento, a pessoa fica em negação do que aconteceu e pensa que talvez possa ter volta. Depois, precisa passar pela aceitação. Não tem como ela se curar de uma dor, de um término, sem entender que a história realmente acabou", explica.

Abra-se para novas realidades

Se você está vivendo um término ou já viveu, sabe que tem horas que dá vontade de jogar tudo para o alto e pedir para a pessoa voltar com você. Nestes instantes, ninguém se lembra dos lados negativos de conviver com aquele alguém, apenas dos positivos. Esta é a fase da idealização. O conselho? Segura firme e encare o que viveu com um olhar maduro.

"Esse desespero acontece porque bate o medo de nunca ser feliz novamente, não conseguir encontrar outro amor, mas é necessário aceitar aquilo que aconteceu. Se lembrar com calma, verá que não era tudo aquilo que você está enxergando no momento, e que pensava que poderia ter alguém mais bacana, que combinasse mais. Olhe para a relação como realidade, existiam muitas coisas boas, sim, mas também não tão boas. A partir de agora, tem que se abrir para outras realidades, inclusive a de estar só", afirma.

Corte o contato

A famosa situação zero contato pode ser uma das melhores saídas para conseguir seguir em frente, especialmente se acompanhar a vida do outro está te fazendo mal. "A questão que a gente fala do zero contato é quando houve um término, não foi meu desejo, ainda gosto, tenho sentimentos por aquela pessoa, e fico alimentando uma conversa, seguindo no Instagram, vendo tudo o que a pessoa faz, querendo estar nos lugares que ela está. Ou seja, eu não estou aceitando o término e não estou disposta a viver esse luto. Porque, nitidamente, ainda estou tentando me manter conectado com uma pessoa que já não quer mais estar comigo", detalha.

Porém, dependendo de quem tomar essa decisão, pode não ser muito fácil. "É quase como uma estratégia de abstinência à drogas. Você vai parar de usar, parar de seguir, vai evitar pensar e fazer de tudo para que possa, de fato, se recuperar, até que esse pensamento e o desejo de estar junto diminua e você consiga seguir em frente", conta.

E, claro que isso pode assustar, porque pode não saber por onde começar, mas apenas dê início a este novo hábito. "O sentimento vai diminuindo com o tempo, já que não está sendo alimentado. Se, com casais que se amam e têm de ficar distantes, a relação começa a esfriar quando passam a se falar menos - mesmo sem querer -, quem dirá quando você quer de verdade. Se realmente se empenhar, o sentimento vai diminuir até que você, um dia, consiga se desprender disso. Mas precisa ter essa disposição", declara.

Faça conexões

Claro que a carência só vai deixar de aparecer com o tempo, então é necessário saber lidar com ela. E não, Drama Queen de plantão, a resposta não está em se afundar em um pote de sorvete enquanto assiste à alguma série ou filme romântico e chora.

Anijar indica ter conexão: "Com um parceiro amoroso, além de não ser o momento, não é algo que vai aparecer um novo ao estralar de dedos. Então procure amigos. Eles são excelentes aliados, tanto em términos, quanto em momentos de carência. Se eles estiverem no mesmo estado civil, é melhor ainda. Todo mundo solteiro, se reunindo, conversando e se distraindo. Façam programações que, quando estavam namorando, não podiam, vão viajar e se divertir. O mais importante de tudo é se manter ativo, com um objetivo, para não ter aquela impressão de ser a pessoa mais solitária do mund0 e acabar ficando com a primeira pessoa que vir pela frente, por causa da carência".

Tolere o desconforto

De dia, você se reúne com as pessoas que ama, trabalha, faz atividade física e enche a mente com várias coisas. O problema maior é quando você encosta a cabeça no travesseiro para dormir e chegam todos os pensamentos e memórias possíveis, assim, os olhos enchem-se de lágrimas. "Estes são momentos em que nos sentimos mais vulneráveis, e acontecem desde crianças, quando chamávamos nossos pais, né? O dormir envolve muito a questão de sentir-se seguro. O nosso cortisol tem que estar baixo para o relaxamento acontecer e, se vem a saudade, vai ser mais difícil pegar no sono", esclarece.

O que fazer? É necessário treinar a tolerância ao desconforto. "Nunca queremos sentir nada de ruim, mas não existem atalhos. A conexão com as emoções difíceis nos força a amadurecer e a sermos resilientes. Você pode usar esses sentimentos para escrever e colocar tudo para fora, mas é necessário lidar com o fato de se sentir só, porque, à noite, não tem nada que possa ser feito. O segredo é deixar passar, porque essa angústia e o aperto no peito acabam e não estarão mais lá no dia seguinte", conforta.

Além disso, essas anotações podem ser levadas para a terapia da semana. "Ali, você estará em um ambiente seguro e terá um profissional para te ajudar a processar todas essas emoções. Pois, nem sempre aquele amigo vai estar disponível para te ouvir. Sendo assim, ter uma espécie de diário para acessar os sentimentos e pensamentos que passaram por você pode resultar em um certo alívio", diz.

O momento de se reencontrar

Depois de ter vivido muitas turbulências e diversas montanhas-russas, quando está chegando perto da calmaria, é o momento de reencontrar-se com seu eu antigo. Mas será que isso é possível? Segundo Alana, você conhecerá uma nova versão de si.

"Esse novo eu está muito veiculado com aquela pessoa, mas encontrá-lo é muito importante. Entenda o que quer manter e as mudanças que se fazem necessárias. Talvez seu ciclo de amigos tenha mudado. Músicas, filmes, séries e livros foram adicionados aos seus gostos neste relacionamento. E pode até ter mudado de comportamento também. Porém, terá despedidas e mais lutos de detalhes que já não fazem mais sentido na sua vida. Isso fazia parte do seu eu nesse relacionamento e talvez decida não levar adiante, porque não faz sentido sem aquela pessoa, sem a relação", aconselha.

"Eu acho que se reencontrar nesse novo momento é realmente a chave para conseguir sair desse lugar. E é continuar construindo esse eu, que vai continuar para o resto da vida. Tem pessoas que vão fazendo parte de pontos específicos da nossa história, sejam amizades, namoros, e que não necessariamente vão até o fim. O nosso eu continua", conclui.

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