Como saber se a pessoa é tóxica ou está triste? Entenda as diferenças
Nada como assumir que está triste para ser ouvido, diz especialista
No trabalho, na faculdade, nas reuniões com amigos ou nos relacionamentos afetivos, a todo o momento é possível conviver com alguém que nem sempre parece ser a melhor companhia. Atitudes de mau humor e falas pessimistas, por exemplo, tornam o ambiente pesado e às vezes chegam até a contaminar os outros, que acabam embarcando na vibe negativa.
Mas será que todo mundo que parece ter uma nuvenzinha negra sobre a cabeça e gera desconforto é realmente tóxico? Ou será que alguns comportamentos são sinal de tristeza, problemas pessoais ou até mesmo de um transtorno do humor, como anedonia ou depressão? Segundo a psicóloga Christiane do Valle, atualmente existe uma enorme confusão nesta classificação. "Talvez a dor dessas pessoas nos incomode porque nos coloca diante do fato de que podemos ser atingidos pelas mesmas situações. Ou porque nos sentimos na obrigação de ajudar a resolver problemas alheios", explica.
A tendência acaba sendo se afastar, mas é importante entender que a tristeza sinaliza que a pessoa precisa de ajuda, seja para lidar com os próprios sentimentos ou encarar a dor por algo que foi perdido. "Em alguns casos, como o da anedonia, a melancolia não surge da noite para o dia. Aos poucos a pessoa vai perdendo o prazer em pequenas atividades do dia a dia e isso só será notado a partir da observação do outro", ressalta Adriana Drulla, especialista em Psicologia Positiva.
Assim, uma pessoa que está passando por dificuldades ou um período ruim e apresenta momentaneamente negatividade e tristeza pode ser considerada tóxica? Christiane enfatiza que olhar o outro para além de nós mesmos e sob a perspectiva dele deveria ser sempre a primeira opção para saber o que está acontecendo antes de rotular a pessoa como tóxica.
Ela diz ainda que é fundamental entender que pessoas tóxicas são aquelas que têm uma mentalidade negativa e comportamentos que prejudicam não apenas aqueles que estão ao seu redor, mas também a si mesmas. Veja os principais tipos:
- Arrogantes: uma pessoa arrogante é bem diferente de uma pessoa confiante. Enquanto a arrogante ignora e desqualifica quem está à sua volta, a confiante inspira.
- Vítimas: estas são tóxicas não só para si mesmas, por nunca assumirem responsabilidade por nada. Estão sempre tentando encontrar culpados para aquilo que não acontece da forma como desejam.
- Controladoras: são pessoas que têm a falsa sensação de que podem controlar tudo e todos. Geralmente são muito inseguras e com isso não permitem que os outros ajam com naturalidade, provocando um sentimento de incapacidade em quem está à sua volta porque estão sempre ditando as regras.
- Invejosas: a inveja é um sentimento humano que está em todos nós, porém ele se torna tóxico quando o sucesso do outro nos incomoda a ponto de querermos que "ele quebre a cara."
- Juízas: são aquelas que julgam os outros o tempo todo com base na régua moral delas.
- Fofoqueiras: com essas é preciso muito cuidado. Quando tentarem lhe contar algo sobre alguém, corte. Geralmente estão plantando uma semente de discórdia e assim vão minando as relações.
- Estrelas: essas assim como os outros perfis são bastante egocêntricas, porém não se contentam em ser apenas o centro das atenções do Universo. Elas querem ser o próprio Universo.
Busque ajuda para a tristeza que não passa
Se é você quem vem se sentindo triste por muitos e muitos dias ou alimentando pensamentos pessimistas, cogite buscar ajuda profissional. As profissionais destacam que quando começar a se sentir tristes por períodos contínuos o melhor a fazer é sair de casa, encontrar amigas de confiança e com quem realmente possa se abrir e se sentir acolhida.
Os vínculos são importantes para que o outro valide as emoções e faça as pessoas se sentirem compreendidas e, mais do que isso, os relacionamentos interpessoais ajudam a lidar melhor com as dificuldades e aos poucos identificar quais lições podem ser tiradas daquele momento.
Fontes: Christiane do Valle, psicóloga e sócia-fundadora da Zero Barreiras, empresa de psicologia online, e Adriana Drulla, especialista em Psicologia Positiva.