5 motivos para fazer divisão igualitária das responsabilidades domésticas
Mudanças significativas nas dinâmicas familiares no Brasil entre 2010 e 2022, refletindo a necessidade de reavaliar as responsabilidades parentais e domésticas como um projeto social.
As dinâmicas familiares no Brasil têm passado por mudanças significativas entre 2010 e 2022, conforme revelam os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A participação masculina na gestão das unidades domésticas caiu de 61,3% para 50,9%, enquanto a feminina aumentou de 38,7% para 49,1%. Essa mudança não é apenas um reflexo das transformações sociais, mas também um indicativo da necessidade de reavaliar as responsabilidades parentais e domésticas como um projeto social que impacta diretamente o futuro da sociedade.
A crescente participação das mulheres na gestão do lar e a diminuição da hegemonia masculina são sinais de que a divisão de responsabilidades está se tornando mais equitativa. No entanto, essa mudança ainda enfrenta desafios significativos. Apesar da maior presença feminina na administração dos lares, as mulheres continuam a dedicar mais tempo aos afazeres domésticos e ao cuidado de pessoas.
Em 2022, as mulheres dedicaram em média 9,6 horas a mais por semana em comparação aos homens nessas atividades. Essa disparidade reflete uma divisão desigual das tarefas que ainda persiste, mesmo com o aumento da participação masculina nas responsabilidades domésticas.
A promoção da equidade de gênero e a divisão justa das responsabilidades do cuidado são questões que devem ser abordadas coletivamente. É essencial que agentes privados e públicos, instituições e empresas se unam para criar políticas que incentivem uma divisão mais equitativa das tarefas. Isso inclui a implementação de programas educacionais que promovam a conscientização sobre a importância da igualdade nas responsabilidades familiares desde a infância, bem como incentivos para que os homens assumam um papel ativo nos cuidados domésticos.
Além disso, é importante considerar o impacto econômico dessa desigualdade. O trabalho doméstico e de cuidados não remunerado é frequentemente subestimado em termos de contribuição para a economia.
A valorização desse trabalho é crucial para reconhecer seu papel fundamental na sustentação da sociedade e na economia como um todo. Portanto, promover uma divisão mais justa das responsabilidades não apenas beneficia as famílias individualmente, mas também contribui para o fortalecimento da economia nacional.
A discussão sobre as responsabilidades domésticas deve ser ampliada para incluir todos os setores da sociedade. As políticas públicas precisam refletir essa nova realidade familiar e apoiar as famílias na construção de um ambiente mais igualitário. Ao abordar essas questões de forma abrangente, podemos trabalhar juntos para construir um futuro onde as responsabilidades parentais e domésticas sejam compartilhadas de maneira justa entre todos os membros da família, independentemente do gênero.
Assista ao vídeo com Susana Zaman, mestra em equidade de gênero e fundadora da Maternidade nas Empresas, consultoria especializada em equidade de gênero por meio da valorização da parentalidade nos ambientes corporativos.
(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.