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Adoçante: herói ou vilão da saúde? 

Normalmente vendido como uma opção mais saudável, é preciso avaliar os prós e contras para cada caso

17 jan 2025 - 09h56
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A pergunta que não quer calar: afinal, os adoçantes são mais saudáveis que o açúcar? Embora muitas pessoas utilizem essas substâncias de baixo teor calórico para auxiliar no emagrecimento saudável, a ciência questiona até que ponto essa crença é real, tornando difícil obter uma resposta exata. Em 2024, um estudo publicado na famosa revista científica Nature analisou três dos adoçantes mais comuns - aspartame, sacarina e sucralose - e concluiu que essas substâncias aumentam o risco de distúrbios metabólicos, como a intolerância à glicose e até mesmo o ganho de peso. Será que a solução então é banir esse alimento da sua vida? Não é bem por aí, e para entender tudo sobre adoçantes, MALU conversou com Anna Emília Bragança, nutricionista e diretora da Nutrify Suplementos. 

Pixabay
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Foto: Revista Malu

Quais são os tipos mais comuns de adoçantes disponíveis no mercado e como eles diferem entre si?

"Classificamos os adoçantes em adoçantes nutritivos, que contêm calorias, como açúcar, mel e xarope de milho; e adoçantes não nutritivos, ou de baixa caloria. Sintetizamos quimicamente os adoçantes artificiais, que possuem alto poder adoçante, com poucas ou nenhuma caloria. Alguns exemplos são: aspartame, sucralose, sacarina e acessulfame-K. Por não aumentarem a glicose no sangue, indicamos esses adoçantes para diabéticos.

Derivamos os adoçantes naturais, como a estévia e a taumatina, de plantas. Eles possuem poder adoçante superior ao do açúcar comum, baixo índice glicêmico e poucas calorias. Há também os açúcares alcoólicos (poliálcoois), como eritritol, xilitol e sorbitol, que têm valor calórico reduzido em comparação ao açúcar, mas podem impactar a glicose e a insulina, em menor grau. O organismo absorve parcialmente esses adoçantes, e eles podem ter efeito laxativo em altas quantidades. Cada adoçante tem perfil e intensidade de sabor diferentes, com efeitos distintos sobre glicemia, metabolismo e tolerância gastrointestinal."

Adoçantes artificiais: os prós e os contras para a saúde

Anna Emilia reforça que não é preciso "vilanizar" o adoçante, apenas avaliar se ele é a melhor opção para o seu caso, pesando possíveis benefícios e malefícios, além de sempre respeitar o limite de consumo diário. Na dúvida, sempre consulte um nutricionista!

Benefícios:

  • Controle de calorias: adoçantes artificiais oferecem o dulçor do açúcar com pouquíssimas calorias, o que pode auxiliar no controle de peso.
  • Controle da glicemia: consideramos adoçantes geralmente seguros para pessoas com diabetes, pois não aumentam a glicose no sangue.

Riscos:

  • Efeitos na microbiota intestinal: alguns estudos indicam que adoçantes artificiais, especialmente sucralose e aspartame, podem alterar a composição da microbiota intestinal, o que pode impactar o metabolismo e a saúde geral.
  • Possíveis efeitos no apetite e ganho de peso: adoçantes artificiais podem estimular o apetite e aumentar a preferência por alimentos doces, embora as pesquisas quanto a isso ainda não sejam definitivas.

Existem adoçantes que são considerados mais seguros ou mais saudáveis do que outros?

"Consideramos a estévia e a taumatina frequentemente opções seguras e saudáveis, devido à sua origem natural e aos menores efeitos adversos relatados. A sucralose e o eritritol também são aceitos como seguros, mas seu impacto na microbiota é um ponto de atenção. Estudos apontam que o aspartame pode causar dores de cabeça e desconforto em indivíduos sensíveis, embora seja aprovado pela FDA e EFSA (autoridades sanitárias dos EUA e União Europeia, respectivamente) para consumo humano."

O adoçante é sempre uma opção saudável? 

"Nem todos os adoçantes são necessariamente saudáveis para todas as pessoas. Adoçantes podem ser benéficos para a redução de calorias e controle glicêmico, mas estudos a longo prazo sugerem que o uso regular pode impactar a saúde da microbiota intestinal, metabolismo e até a saúde cardiovascular. No entanto, o impacto negativo geralmente está associado a altas quantidades, acima do consumo diário recomendado. Vale sempre reforçar que o açúcar refinado também pode trazer malefícios à saúde, associado ao aumento de peso, risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e cáries dentárias."

Mitos sobre adoçantes!

É verdade que adoçante causa câncer? E que sempre é a melhor opção para emagrecer? Bem, como o subtítulo já nos diz, essas afirmações são mitos, segundo Anna. "Sobre causar câncer, diversos estudos já foram realizados, inclusive pela FDA e EFSA, e nunca houve nenhuma conclusão nesse sentido. Mas, claro, o consumo deve estar dentro dos limites de segurança", inicia ela.

Já sobre emagrecer, os adoçantes na verdade ajudam na diminuição da ingestão calórica, mas não são nenhuma 'poção mágica' para a perda de peso. "Eles, na verdade, devem ser usados em uma dieta equilibrada e o consumo excessivo pode inclusive influenciar o apetite e a preferência por alimentos doces", esclarece a nutricionista.

Adoçantes artificiais podem ser consumidos por todas as faixas etárias?

"De forma geral, o uso de adoçantes é considerado seguro para todas as faixas etárias, incluindo crianças e idosos, desde que dentro das recomendações de consumo diário. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda cautela no consumo por crianças e gestantes. A exposição precoce a adoçantes artificiais pode influenciar negativamente as preferências alimentares e o metabolismo de açúcar a longo prazo."

Quem deve evitar o consumo de adoçante?

"Indivíduos com doenças intestinais devem consultar um médico antes de consumir adoçantes poliálcoois, como xilitol e sorbitol. Isso porque eles podem causar desconforto gastrointestinal, especialmente em pessoas com síndrome do intestino irritável. Já as pessoas com fenilcetonúria devem evitar o aspartame, pois contém fenilalanina, que não é metabolizada por quem sofre com essa condição. E principalmente, todos os que fazem uso de adoçantes precisam respeitar os limites diários de consumo. No caso do aspartame, o limite é de 40mg/kg de peso corporal; da sucralose, é de 5mg/kg de peso corporal; e da estévia, de 4mg/kg de peso corporal."

Revista Malu Revista Malu
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