Afogamentos são a segunda maior causa de morte de crianças
Época de calor, praia e piscina significa mais trabalho para salva-vidas e pais, que precisam ficar de olho o tempo inteiro nas crianças para prevenir afogamentos. Mesmo em apartamentos ou casas sem piscina, mergulhar na água de banheiras também pode causar acidentes. Não é à toa que, no Brasil, os afogamentos são a segunda maior causa de morte entre os pequenos - só o trânsito mata mais, conforme dados do Ministério da Saúde, publicados pela ONG Criança Segura.
Como explica a pediatra do Hospital Infantil Sabará Alessandra Miramontes Lima, o afogamento ocorre, em geral, por asfixia, em virtude da aspiração de líquido, que impede a respiração. A insuficiência de taxas de oxigênio no sangue pode causar desmaio e, alguns segundos depois, parada cardiorrespiratória e paralisia cerebral, que podem levar à morte ou a graves sequelas. Por isso, é indicado chamar o socorro imediatamente. “Pais com piscina em casa devem procurar um treinamento de resgate no corpo de bombeiros ou nas sociedades médicas, para aprender a fazer respiração boca a boca e massagem cardíaca”, sugere a pediatra.
Saber nadar ou escolher um lugar raso não são motivos para confiar que nada acontecerá. Afogamentos acontecem de forma rápida e silenciosa, por isso, sempre é melhor supervisionar de forma ativa e constante quando ele estiver na piscina, na praia ou no banho. Banheiras, piscinas infantis e baldes devem ser esvaziados depois do uso e guardados sempre longe do alcance das crianças, virados para baixo. No banheiro, a tampa do vaso sanitário precisa ser mantida fechada, assim como a porta.
A pediatra Marisa Lages Ribeiro, do Hospital Infantil São Camilo, destaca que a piscina em casa deve ser cercada com grade trancada, que é mais eficiente do que lona cobrindo a piscina. Boias infláveis podem furar e não são confiáveis. Até os quatro anos, indica-se que as crianças usem colete salva-vidas para entrar na água, mesmo com os pais junto. Durante o banho, ao virar o bebê de bruços, tome cuidado para ele não encostar o rosto na água. Na banheira, controle a profundidade e fique sempre junto, mesmo que o pequeno só esteja brincando.
Na praia, vale perguntar para o salva-vidas qual o local mais indicado para entrar com a criança no mar. Não confie demais na habilidade dos pequenos, pois as ondas apresentam falsas calmarias. Se a ideia é a prática do esporte, a partir dos quatro anos, os pequenos já estão aptos a aprender a nadar, uma atividade saudável. Procure escolas de natação especializadas, que ensinam seu filhote a se proteger da água.