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Cefaleia em Salvas: A Doença Neurológica Conhecida Como "Dor do Suicídio"

Aprenda a reconhecer os sintomas dessa doença crônica com os conselhos de uma especialista

21 mar 2025 - 19h51
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No dia 21 de março, o mundo se mobiliza para o Dia Internacional da Cefaleia em Salvas, uma data criada para conscientizar sobre uma das dores de cabeça mais intensas e incapacitantes conhecidas na medicina. Essa condição afeta milhares de pessoas no Brasil e compromete significativamente a qualidade de vida, ainda que menos comentada do que enxaquecas e outros tipos de cefaleia.

Foto: Revista Malu

O que é cefaleia em salvas?

A neurocirurgiã Dra. Renata Faria, especialista em dor, explica que a cefaleia em salvas é caracterizada por episódios de dor excruciante, geralmente localizada ao redor de um dos olhos, acompanhada de sintomas como lacrimejamento, congestão nasal, vermelhidão ocular e sudorese na face. As crises podem ocorrer várias vezes ao dia, frequentemente em períodos específicos do ano, e durar entre 15 minutos e 3 horas.

"É um tipo de dor tão intensa que tinha o apelido de 'dor do suicídio', tamanho o sofrimento extremo dos pacientes. Infelizmente, muitas pessoas passam anos sem um diagnóstico correto e, consequentemente, sem um tratamento adequado", alerta a Dra. Renata.

Celebridades que Sofrem com a Cefaleia em Salvas

Apesar de ser uma condição pouco comentada, algumas figuras públicas já revelaram que convivem com essa doença. A atriz e apresentadora Whoopi Goldberg relatou ter crises intensas e debilitantes. O cantor Liam Gallagher, ex-integrante da banda Oasis, também falou publicamente sobre suas dificuldades com a cefaleia em salvas, afirmando que a dor é tão forte que "parece que alguém está enfiando um ferro quente na cabeça".

Causas e Diagnóstico

Embora a causa exata da cefaleia em salvas ainda não seja totalmente compreendida, especialistas acreditam que esteja relacionada a alterações no hipotálamo, região do cérebro responsável pelo ciclo biológico do corpo. Por isso, fatores como álcool, estresse, mudanças sazonais e distúrbios do sono desencadeiam muitas crises em horários semelhantes ao longo do dia.

O diagnóstico é clínico, e um especialista deve realizá-lo, pois muitas vezes a doença é confundida com enxaqueca ou sinusite. "A cefaleia em salvas tem características muito específicas, e um neurologista ou neurocirurgião treinado pode identificar rapidamente os sinais e iniciar o tratamento correto", explica a Dra. Renata.

Tratamento e Qualidade de Vida

Apesar de não ter cura, a cefaleia em salvas é contrólavel com tratamentos específicos. Durante as crises, uma das abordagens mais eficazes é o uso de oxigênio puro a 100%, administrado por máscara, o que pode ajudar a interromper a dor rapidamente. Medicamentos como triptanos e corticosteroides também podem reduzir a intensidade das crises.

Além disso, existem tratamentos preventivos que ajudam a diminuir a frequência dos episódios, incluindo bloqueios nervosos e o uso de alguns tipos de medicação neuromoduladora. "Cada paciente responde de forma diferente ao tratamento. Por isso, é essencial que o acompanhamento seja feito por um especialista para ajustar a abordagem, conforme necessário", ressalta a neurocirurgiã.

A Importância da Conscientização

O Dia Internacional da Cefaleia em Salvas tem o objetivo de educar a população e incentivar o diagnóstico precoce. O foco é evitar que pacientes passem anos sem tratamento adequado. A Dra. Renata Faria reforça a necessidade de buscar ajuda médica ao primeiro sinal de sintomas persistentes. "Informação é a chave para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Quanto mais cedo identificamos a condição, mais eficaz é o controle da dor e menor é o impacto na rotina do paciente", conclui.

Se você ou alguém próximo apresenta crises de dor de cabeça intensas e recorrentes, procure um neurologista ou neurocirurgião para avaliação. O tratamento adequado pode fazer toda a diferença na qualidade de vida dos pacientes.

Revista Malu Revista Malu
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