Script = https://s1.trrsf.com/update-1732903508/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Ciúme do irmão mais novo, e agora?

Psicóloga afirma que é um comportamento natural e pode ser solucionado com diálogo e carinho Ciúme do irmão mais novo é normal! A chegada do segundo filho pode ser motivo de preocupação e exigir cuidados especiais para lidar com a construção da relação entre o irmão mais velho e o mais novo. Ao precisar de […]

5 nov 2024 - 15h02
(atualizado em 6/11/2024 às 08h37)
Compartilhar
Exibir comentários

Psicóloga afirma que é um comportamento natural e pode ser solucionado com diálogo e carinho

Ciúme do irmão mais novo é normal! A chegada do segundo filho pode ser motivo de preocupação e exigir cuidados especiais para lidar com a construção da relação entre o irmão mais velho e o mais novo. Ao precisar de uma atenção extra, o bebê recém-nascido naturalmente torna-se a principal preocupação dos pais, especialmente nos primeiros dias de vida. E isso pode soar como uma ameaça à criança que estava acostumada com a devoção total em casa.

Psicóloga afirma que ciúme do irmão mais novo é um comportamento natural e pode ser solucionado com diálogo e carinho
Psicóloga afirma que ciúme do irmão mais novo é um comportamento natural e pode ser solucionado com diálogo e carinho
Foto: Revista Malu

No primeiro momento, é importante conceituar o ciúme como uma reação que pode englobar uma ou mais emoções diante da ameaça ou perda real de algo valioso, como explica a psicóloga Luana Couto. "A chegada de um irmão, ainda que desejado pelo mais velho, implica em mudanças na dinâmica familiar. Dada a 'novidade', são comuns sentimentos relacionados ao medo e insegurança."

A especialista aponta também que esse incômodo pode ser potencializado e mais doloroso dependendo de como a família introduz o novo filho. "Se houverem, por exemplo, comportamentos que estimulem a competição, sentimento de perda da atenção e dedicação dos pais, esta experiência pode ser traumática", menciona.

Comportamentos

Como falado antes, quando um novo irmão chega, as coisas mudam em casa. Os pais passam a ser responsáveis por duas pessoas, e o filho, que antes era o único, agora é o irmão mais velho. Tudo fica diferente, e a atenção e as coisas para fazer têm que ser divididas. O certo ciúme do irmão mais novo é considerado, muitas vezes, um sinal de problema, mas a psicóloga afirma que nada mais é do que uma reação natural da criança ao absorver as próprias emoções. "Os sinais de 'problemas', muitas vezes apontados como falhas de comportamento do irmão mais velho, são na maioria das vezes, a forma dele expressar seus sentimentos. A 'regressão' de habilidades como, por exemplo, desfralde, desmame da mamadeira e chupeta, a infantilização da voz, o aumento da demanda aos pais, são indicadores de que esta criança quer voltar a um padrão anterior, onde tinha mais

"segurança" e previsibilidade nesta relação".

Outro evento muito comum traduz-se na ambiguidade de comportamentos e sentimentos, representada pela aversão, hostilidade e ou indiferença e, em seguida, alegria, satisfação e interesse na interação com o novo irmão.

Aos pais, é importante a compreensão deste momento e suas implicações. Para cada membro, esta nova criança vai demandar adaptações específicas. E aparente ''rejeição'' do irmão mais velho tem muito a ver com a capacidade dele assimilar e digerir tais mudanças.

Como se preparar para esse momento?

Quais estratégias os pais podem adotar para ajudar a criança mais velha a lidar de maneira saudável com o ciúme do irmão mais novo? Luana responde a dúvida de muitos papais que estão preocupados com o novo cenário. "Primeiro, compartilhe com o mais velho - em uma linguagem que ele compreenda - assim que tiver conhecimento de que ele terá um novo irmão. Aqui uma dica de ouro é: comentem como se sentem, os ganhos que terão com uma família maior, as experiências que pretendem viver. Os pais também devem estimular que o mais velho comente como se sente, acolher sua emoção (seja qual for), permitir que ele desabafe, não se culpe. Depois da volta ao equilíbrio, ajudá-lo a pensar em ações para lidar com as causas das emoções", orienta a psicóloga.

Ela lembra também que é preciso que o primeiro filho se sinta parte dessa mudança, seja durante a gestação ou no processo de adoção. "Deixar que ele atue nas escolhas, nas mudanças da casa, do quarto e já ir expondo algumas mudanças da rotina, de forma bem gradual. Vale também conversar sobre que brinquedos, roupas ou mimos quer dar ao irmão como legado, que atividades deseja fazer junto, etc."

"É essencial evitar trazer demandas específicas à chegada do novo irmão como: 'agora você precisa ter mais responsabilidade, não pode chorar, é homenzinho, deve vestir-se sozinho, ajudar a cuidar, etc.'. Tudo o que for demandado, precisa estar de acordo com a etapa de seu desenvolvimento e maturidade, sem imposição ou chantagem", alerta.

É preciso compreensão, diálogo e muito amor

Luana ressalta que ainda que uma criança já tenha autonomia para andar, falar, comer, carregar a própria mochila, entre outras coisas, é preciso lembrar que ela segue sendo uma criança com demandas de cuidado, significado e amor. "Outra prática importante é não estabelecer obrigações de cuidar do irmão mais velho. Isso, inclusive, pode desencadear aversão e dor. O irmão pode sim cuidar, de uma forma que não seja imposta ou incluída em sua rotina, e que não traga prejuízos", aconselha.

De acordo com a profissional, também é importante entender que a família gerou mais um filho e que agora precisará se organizar para cuidar dos dois em suas demandas e atividades diárias. "Ainda que haja a necessidade de reduzir algumas coisas, a qualidade e respeito ao tempo do mais velho devem ser mantidos. Inclusive, é importante explicar na linguagem que ele entenda que mudanças são necessárias, mas que o espaço e significado dele serão mantidos", indica a psicóloga.

A responsabilidade é dos pais

A psicóloga enfatiza ainda que são os pais que têm o papel de liderar este processo do ciúme do irmão mais novo, buscando informação e ajuda. Isso é importante, inclusive, para que consigam administrar as próprias emoções. Outro ponto importante é falar abertamente sobre como a rotina será temporariamente alterada, mas explicar que será retomada com o crescimento do mais novo. Além disso, é muito comum que os pais se dividam para cuidar dos dois filhos, mas é importante frisar que há atividades e demandas que o filho realiza de melhor forma quando os dois responsáveis estão juntos. "Ainda que, por exemplo, a mãe fique mais com o mais novo que precisa amamentar, pode manter algumas atividades da rotina com o mais velho. É importante que o tempo (ainda que curto), seja 100% dedicado", finaliza Luana.

Revista Malu Revista Malu
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade