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Coletivo protesta após motorista de app recusar mulher gorda

'Vai andando, querida, para emagrecer', escreveu homem para usuária de aplicativo

20 ago 2019 - 10h56
(atualizado às 14h59)
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O coletivo Vai Ter Gorda, de Salvador, reuniu mulheres na capital baiana no último domingo, 18, com o objetivo de repudiar um caso de gordofobia envolvendo um motorista do aplicativo de carros 99 Pop, que negou uma viagem a uma cliente, Joyce Santos, por causa do seu peso, em julho.

"Como é que você passa por mim? Chamo e você não para", escreveu ela, na plataforma da empresa. "Vai andando, querida, para emagrecer", respondeu o motorista.

A ideia do Vai Ter Gorda, criado em 2016, é lutar contra a gordofobia (preconceito contra pessoas gordas), aproximando o público feminino com palavras de autoestima e reivindicações por políticas públicas em prol da inclusão social.

"Buscamos ações que valorizem as pessoas gordas na sociedade como seres humanos e respeitando as diferenças", disse a coordenadora nacional do movimento.

As mulheres tiraram fotos na praia, fizeram um piquenique e conversaram sobre a situação.

Procurada pelo E+, editoria digital do jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria do 99 Pop informou que o motorista foi bloqueado no aplicativo e a empresa está disponível para colaborar com a investigação da polícia. "Uma equipe especializada [da companhia] foi mobilizada para apurar o caso de Joyce e está buscando contato com a passageira para lhe dar apoio e acolhimento", alegaram.

Veja abaixo as fotos do protesto:

Leia o esclarecimento da 99 Pop na íntegra:

A 99 recebeu, por meio das redes sociais, o relato grave da passageira Joyce dos Santos, que teve sua corrida negada por um motorista da plataforma. A empresa lamenta profundamente a situação, e reitera que repudia qualquer tipo de discriminação e tem uma política de tolerância zero em relação a isso.

A 99 orienta e sensibiliza seus motoristas parceiros a atenderem passageiros com gentileza e respeito. Em seus termos de uso, a empresa ressalta que motoristas parceiros não podem discriminar ou selecionar passageiros por quaisquer motivos, além de tratá-los com boa fé, profissionalismo e respeito.

Uma equipe especializada foi mobilizada para apurar o caso de Joyce e está buscando contato com a passageira para lhe dar apoio e acolhimento. Enquanto isso, o motorista foi bloqueado. A 99 está disponível para colaborar com a investigação da polícia.

A 99 reitera que investe continuamente para prevenir esse tipo de situação. A empresa realiza periodicamente rodas de conversas para orientar motoristas parceiros a terem uma postura de respeito e gentileza com todos. Além disso, uma nova plataforma de cursos para 100% dos motoristas com foco em diversidade e cidadania foi lançada e está disponível presencialmente e online. O primeiro módulo é sobre o combate à LGBTQfobia. Os próximos, sobre assédio e racismo, estarão disponíveis neste mês.

Passageiros e motoristas que tenham sofrido qualquer forma de discriminação devem reportar imediatamente para a empresa, por meio de seu app ou pelo telefone 0800-888-8999, para que medidas corretivas sejam adotadas. Trabalhamos 24 horas por dia, 7 dias por semana, para cuidar exclusivamente da proteção dos usuários. A 99 continua à disposição para qualquer esclarecimento.

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