Com que roupa eu vou? Livro traz dicas de como se comportar nos estádios
'Tudo o que as mulheres queriam saber sobre futebol, mas tinham medo de perguntar' fala de futebol de forma bem-humorada
Se você é daquelas mulheres que não gosta de futebol e tenta se manter o mais longe possível dele, pode estar tendo mais problemas nos últimos tempos em que a Copa das Confederações, a seleção brasileira e a reforma dos estádios não deixam de ser assunto. Se não está fácil conseguir a atenção do marido ou namorado diante desse cenário, que tal se aliar ao “inimigo” e começar a acompanhá-lo nestas excursões aos jogos de futebol.
Foi pensando em aproximar mais algumas mulheres do mundo da bola que o professor e jornalista esportivo Álvaro Filho lançou recentemente o livro Tudo o que as mulheres queriam saber sobre futebol, mas tinham medo de perguntar (Editora Simplíssimo Autores – R$10, o livro digital). Com uma linguagem fácil e descontraída, o livro, também disponível para comprar em versão online, é feito para ser lido em 90 minutos e, além de dicas práticas de como se virar melhor em um estádio, traz ainda um glossário com os principais termos do futebol, como o jogo funciona e a história do esporte.
“Eu adoro ir aos jogos com a minha namorada. Acho que o abraço na hora do gol fica muito mais interessante”, disse o autor em entrevista ao Terra. Por isso, se as mulheres querem começar a jogar neste mesmo time, o livro é um caminho possível para saber o que fazer.
“Se for para encarar seu principal adversário, que seja com classe e um certo ar de superioridade. Até porque, você é mais você”, aconselha a introdução. Por isso, não abandone a feminilidade e nem o jeito de ser, apenas tente prestar atenção em alguns detalhes que podem fazer a diferença quando estiver nas arquibancadas ou próximo a elas.
Primeiro, atenção ao modelito. A melhor e quase única possibilidade deve ser a camisa do time ou o “manto sagrado”, como os homens gostam de se referir a ela. “Tudo bem que uniforme não veste tão bem assim, pelo contrário, o corte desvaloriza seus atributos, as listras horizontais engordam e as cores não combinam com nenhum sapato ou acessório”, afirma o livro, mas para tudo tem um jeitinho. Neste caso, customizar a blusa pode ser um deles, no entato é preciso ter alguns cuidados. Tente não abusar demais dos decotes e evite encurtar a camisa ou amarrá-la na altura do umbigo. “Você não tem ideia do poder arrasador de um umbigo num estádio”, alerta o livro.
Em seguida, outra dica pode fazer diferença. “Para não cometer alguma saia-justa, evite, justamente, as saias justas”. Calças muito apertadas também podem atrapalhar na hora de descer e subir as escadas das arquibancadas. O sapato é item indispensável e, como não deve passar despercebido, o livro indica que tênis é a melhor opção. “Não é preciso calçar chuteiras, mas o salto-alto não deve ser escalado”.
Depois de conferida a roupas, o comportamento perto das quatro linhas também é importante. Não tem nenhum grande segredo, mas, na dúvida, menos é sempre mais. Na dúvida de não saber o que fazer, seja discreta e o principal cuidado é não aplaudir ou vaiar na hora errada "mesmo que por engano". Assim, se manifestar no gol do time adversário pode não ser uma boa ideia.
Outro ponto importante é sempre ir ao estádio bem alimentada para evitar o “comeu-morreu” servido por lá. “A comida servida em estádio geralmente dispensa garfo e faca, o melhor mesmo é usar as mãos na hora de encarar um bem fornido cachorro-quente ou dar cabo em um saquinho de amendoim”, descreve o livro.
E, se caso a vontade de ir ao banheiro apertar ou quiser dar uma caminhada no intervalo entre o primeiro e o segundo tempo, ir ao vestiário não é a melhor saída. “Saiba que os banheiros dos estádios são os ambientes que mais remontam às masmorras da Idade Média”, afirma o livro, que conta ainda que água nas torneiras e papel higiênico são itens de luxo.
“O estádio ainda é um ambiente ultramachista. Até o mais refinado doutor em filosofia se torna um mestre de obras dos mais cafuçus quando entra num estádio. Talvez isso mude um dia, eu torço por isso, mas o pensamento vigente quando um torcedor vê a mulher do próximo se aproximando é 'o que esse cara está fazendo aqui com uma mulher dessas, se fosse eu ficaria em casa'. Mas isso é um problema dos homens, nunca das mulheres, que obviamente têm todo o direito de se vestirem e se comportarem como quiserem, pois não é da conta de ninguém. Aliás, apenas a presença ainda mais constante feminina vai mudar esse quadro”, afirmou Álvaro em entrevista. Sendo assim, as mulheres são muito benvindas nos estádios e podem começar a marcar mais presença nestes espaços quando quiserem.