Como saber se você está em um relacionamento tóxico? Confira o que diz psicólogo
Entenda as diferenças entre relacionamentos tóxico e desgastante, conheça os comportamentos de um parceiro que possa te fazer mal e veja as dicas do especialista
Já ouviu alguma música em que o compositor conta que saiu de um relacionamento ruim e, antes, seus amigos e familiares o avisavam? Isso é porque quando estamos apaixonados, raramente, enxergamos os lados ruins do relacionamento. E, se você estiver com uma leve dúvida se namora alguém considerado tóxico, pedimos para o psicólogo Marcos Lacerda tirar algumas dúvidas.
Quais os sinais de um relacionamento tóxico?
O especialista conta que há alguns sinais comuns de um relacionamento tóxico. "Geralmente, incluem comportamentos controladores, onde um parceiro tenta monitorar ou restringir as ações do outro. Também vemos muita comunicação desrespeitosa, com insultos, críticas constantes ou menosprezo. Outro sinal é a manipulação emocional, como culpar o parceiro por tudo ou tentar fazer o outro duvidar da própria sanidade. O isolamento é outro ponto, quando um dos parceiros afasta-se de amigos e familiares. E, claro, ciúmes excessivos e possessividade, que geram desconfiança contínua", explica.
Além disso, uma dinâmica de poder desequilibrada também aponta bandeiras vermelhas (termo comumente usado, red flags, em inglês). "Um parceiro tem mais controle ou influência sobre decisões e sentimentos do outro. Esses sinais podem afetar profundamente a saúde emocional e mental dos envolvidos. Por isso, é crucial identificar e buscar ajuda quando percebermos esses comportamentos", indica.
Níveis sutis
A toxicidade também pode estar presente de uma forma mais sutil e passar despercebida. "Existem as relações tóxicas por fusão, que aparentam ser perfeitas. Os parceiros estão sempre juntos, compartilham tudo e exibem sua vida como casal nas redes sociais. Parece um relacionamento saudável, mas, na verdade, rejeitam tudo o que vem de fora. Eles não têm muitos amigos e evitam discussões, preferindo sempre concordar. Qualquer tentativa de individualidade é vista como rejeição, gerando ciúmes e uma falsa sensação de abandono. Isso impede a autonomia e rouba a individualidade de cada um. A fusão cria uma bola de ferro que sufoca o crescimento pessoal. Uma relação saudável deve ter cumplicidade, mas sem anular a individualidade de cada um", alerta.
O segundo tipo, por sua vez, é o contrário. "Na relação cada um por si, os parceiros vivem juntos, mas estão distantes, e a conexão é quase inexistente. Eles podem ter muitos amigos fora do relacionamento, mas dentro de casa, a comunicação é mínima. Passam mais tempo nas telas de seus dispositivos do que interagindo um com o outro. Isso leva a uma desconexão constante, onde cada um vive em seu próprio mundo, mesmo estando fisicamente próximos. Esses sinais sutis podem mascarar a verdadeira natureza do relacionamento, que precisa ser elástico, permitindo que cada pessoa cresça individualmente enquanto mantém uma conexão saudável", completa.
Relacionamento desgastante
Apesar de nem todo relacionamento desgastante ser tóxico, o contrário acaba sendo verdade. "No caso de relacionamentos desgastantes, é possível passar por fases de desânimo e tédio, assim como enfrentar conflitos pontuais, que acabam sendo resolvidos com diálogo e respeito. Já em um relacionamento tóxico, há um padrão constante de desrespeito, manipulação e controle. As fases de desânimo e tédio são marcadas por sensações de sofrimento emocional e baixa autoestima. Não há espaço para o desenvolvimento pessoal. Os conflitos são frequentes, intensos e os parceiros não conseguem chegar à soluções construtivas. Em vez de buscarem um clima de esperança e positividade para que ambos possam trabalhar e superar os desgastes, geram um ambiente de medo, insegurança e dependência emocional", conclui.