Como trabalhar a gentileza com crianças
Esse aprendizado é longo e pode demorar até que os reflexos fiquem evidentes, mas vale a pena persistir Educar crianças não é uma tarefa fácil, ainda mais quando o assunto é a gentileza, algo que está cada vez mais escasso nos dias atuais. Seja segurar a porta ou fazer um favor sem querer nada em […]
Esse aprendizado é longo e pode demorar até que os reflexos fiquem evidentes, mas vale a pena persistir
Educar crianças não é uma tarefa fácil, ainda mais quando o assunto é a gentileza, algo que está cada vez mais escasso nos dias atuais. Seja segurar a porta ou fazer um favor sem querer nada em troca, esses gestos fazem a diferença.
Para que as novas gerações construam um comportamento mais gentil, Elaine Di Sarno, psicóloga e neuropsicóloga da USP, separou algumas dicas para desenvolver a gentileza com as crianças.
Quais ações podem ser usadas para ensinar gentileza?
O aprendizado infantil inicialmente se dá por 'modelação', ou seja, copiando o comportamento dos adultos que o cercam. "Se um adulto responde a uma pergunta aos gritos, a criança entende que também pode responder gritando. Por outro lado, se falar de forma tranquila, olhando nos olhos, ajudará a criança a aprender de uma maneira empática, educada e compreensiva", explica a profissional.
É importante explicar aos pequenos que eles também precisam expressar seus desejos, anseios e sentimentos.
Ao fazer isso, é necessário ensinar que existem palavras fundamentais, como "por favor" e "obrigado(a)", e que são necessárias em todas as situações. "Dar atenção e ouvir com atenção, mostrar que, o que a criança está falando é importante e não só responder com frases curtas, do tipo 'estou ocupado(a), depois a gente conversa'", completa.
Como explicar às crianças caso destratem alguém?
A psicóloga recomenda que o ideal é sempre ouvir o que a criança tem a dizer sobre o que a levou a desrespeitar o outro. "Esperar e manter a calma para que ela possa absorver as informações, e então explicar o que é certo e o que não é. Tudo com muita tranquilidade, se possível com acompanhamento de livros infantis e jogos, como quebra-cabeças e videogames", afirma Elaine. A profissional também entende que o adulto responsável precisa ficar atento ao seu próprio comportamento, porque as crianças podem copiá-los.
Ao fazer isso, mostramos qu, é fundamental que a gente possa perceber os nossos sentimentos, porque inicialmente as emoções se manifestam como sensações corporais. Assim somos capazes de entender, nomear e discriminar o que se passa dentro de nós. Incentivar a criança para prestar atenção no mundo e a si mesma, também é promover a prevenção da saúde mental na infância e, ainda, levá-la a exercer a gentileza.