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Crianças precisam de supervisão no banho até os seis anos

22 fev 2013 - 07h03
(atualizado às 07h03)
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Para algumas mães, a dificuldade começa antes de chegar ao chuveiro. Elas precisam chamar, pedir e insistir para que a criança entenda que é preciso. No entanto, as complicações não param por aí. O banho dos pequenos requer supervisão constante e alguns cuidados especiais. O ideal é que um adulto esteja junto até, ao menos, os seis anos. Afinal, um descuido pode resultar em afogamentos, quedas e lesões.

O ideal é que todos os itens necessários sejam guardados e organizados antes do início do banho, para que a mãe não precise se afastar do bebê
O ideal é que todos os itens necessários sejam guardados e organizados antes do início do banho, para que a mãe não precise se afastar do bebê
Foto: Shutterstock

A palavra-chave na hora de dar banho é atenção. Portanto, é importante que as mães se planejem para que não falte nenhum item na hora do banho, assim as crianças nunca ficam sozinhas, nem mesmo por pouco tempo. O melhor é deixar tudo pronto e por perto e só depois colocá-las na banheira. Além disso, como os pequenos têm a pele mais sensível e são ainda muito indefesos, cuidados na escolha dos produtos são necessários.

Segundo a pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, Neuma Kormann, as crianças não devem entrar em banheiras de adultos, pois são profundas demais, o que aumenta as chances de ocorrer afogamentos. Além disso, o cabelo pode ficar preso no ralo, causando lesões gravíssimas. Outro item de banheiro que deve estar longe dos pequenos é a cortina de box, pois eles podem se segurar e cair. Para evitar as quedas, aliás, é recomendado o uso de tapetes antiderrapantes.

Da mesma forma, a escolha dos produtos de higiene também merece atenção. De acordo com o dermatologista Gilvan Ferreira Vargas, a pele dos bebês é ainda muito permeável até os seis meses, o que os torna mais suscetíveis a alergias e intoxicações. Portanto, nessa faixa etária, os sabonetes e os géis de banho neutros ou sem perfume são os mais indicados.

Quando os pequenos passaram dos seis meses, podem começar a utilizar uma maior variedade de produtos, mas o melhor é optar pelos destinados ao público infantil ou por aqueles que contêm pouca ou nenhuma substância química. O uso do xampu e do condicionador se inicia por volta do primeiro ou segundo ano, quando o cabelo já estiver crescido. Segundo Gilvan, o melhor é evitar o compartilhamento do sabonete, pois por meio dele é possível passar micro-organismos ou infecções, como os furúnculos. Se necessário, o melhor é separar um item para as crianças e outro para os adultos.

Água da banheira deve estar abaixo do umbigo

Em geral, o primeiro banho não conta com a participação das mães, mas sim de profissionais de saúde da maternidade. São as enfermeiras, inclusive, que poderão dar algumas dicas para realizar a higiene da criança. Não há, no entanto, muitas diferenças nos cuidados dos recém-nascidos em comparação aos bebês.

O banho é um dos momentos de maior intimidade entre a mãe e o filho. Segundo o membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), José Gabel, é interessante que a família crie uma espécie de ritual do banho, em que o local e o horário são normalmente os mesmos. Dessa forma, fica mais fácil para a criança se ambientar e se acostumar com a atividade.

O utensílio de banho mais recomendado é a banheira infantil, que deve ser colocada em uma altura confortável para a mãe. A ducha do chuveiro pode auxiliar no procedimento, desde que o jato não seja muito forte. Com uma  mão se segura o corpo do bebê a cerca de 40 ou 60 graus e, com a outra, é feita a higiene. No entanto, para o pediatra, a pessoa pode escolher uma forma que se sinta mais segura, desde que a criança não fique completamente deitada e a quantidade de água cubra somente uma parte da barriga, deixando o umbigo à mostra.

Como a pele dos pequenos é muito sensível, é importante prestar atenção na temperatura da água. Com o próprio pulso ou um termômetro adequado, os pais podem verificar se ela está apropriada. Segundo o dermatologista, o mais recomendado é que esteja entre 34°C e 36°C, pois temperaturas superiores podem causar lesões cutâneas.

A higiene pode ser feita somente com a mão ou com o auxílio de uma esponja, mas deve ser delicada para não machucar a pele. As dobrinhas, como as do pescoço e das pernas, precisam de atenção especial, pois é comum que esses cantos acumulem sujeiras ou fiquem úmidos, o que pode causar fungos, como a candíase. Durante o banho, a limpeza do coto do cordão umbilical também pode ser feita com água e sabão, mas depois se recomenda o uso de álcool 70%.

Segundo o pediatra, o horário ideal do banho é um período do dia em que a criança esteja mais calma, como o final da tarde. Além disso, é importante que seja um momento em que a mãe não tenha outro compromisso, para poder realizar o procedimento tranquilamente e sem precisar deixar o bebê sozinho.

Após sair do banho, o bebê deve ser seco com toalhas macias ou toalhas-fralda, mas sem esfregar. O uso de secador não é recomendado, pois a temperatura alta pode causar queimaduras. A limpeza da banheira pode ser feita apenas com água corrente e é desnecessário utilizar água fervente ou algum produto de limpeza específico. Tanto os pequenos quanto as crianças maiores devem evitar ir para rua logo após o banho, em especial nos dias frios. Isso porque a diferença de temperaturas pode facilitar o contágio de um resfriado ou, até mesmo, causar um choque térmico.

A transição da banheira para o chuveiro pode ocorrer assim que a criança começar a se sustentar de pé. Segundo Neuma, os pais podem aos poucos ensinar os pequenos a se limparem. Com o tempo, eles podem ganhar mais liberdade, mas não é recomendado deixá-los sozinhos antes dos seis ou sete anos. Mesmo nessa faixa etária, o ideal é que um adulto verifique se está tudo bem com a criança, até porque ela nem sempre consegue tirar toda a sujeira sozinha ou de forma adequada.

Dar banho nos pequenos pode ser uma tarefa chata ou divertida, vai depender da disposição da família. Em vez de se estressar, os pais podem aproveitar esse momento para conversar e se aproximar dos filhos. Vale levar brinquedos, fazer piadas e se divertir. Só não podem se esquecer de limpar bem todos os cantinhos, até mesmo atrás das orelhas.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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