Dia mundial da ABA: o que é a ciência e como auxilia no tratamento do autismo
Psicólogo especialista em Transtorno do Espectro Autista destaca diferenciais que fazem as estratégias baseadas nesta ciência serem tão bem sucedidas
No dia 20 de março é comemorado o dia mundial da ABA, a Análise do Comportamento Aplicada. Mas, afinal, você sabe o que significa a sigla "ABA"?
Destacando-se como uma das ciências mais eficazes para o tratamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, a ABA, em tradução literal, Análise do Comportamento Aplicada, vem da expressão em inglês Applied Behavior Analysis. Reconhecida como a intervenção mais indicada para pessoas autistas, trata-se de uma linha da análise do comportamento com evidências científicas. Visa modificar comportamentos através do reforço positivo, com o intuito de criar habilidades sociais, comunicativas e cognitivas.
O ABA é essencial para o desenvolvimento
Segundo Fábio Coelho, psicólogo especialista em TEA e sócio-diretor da Academia do Autismo, um dos principais diferenciais da ABA é sua base em evidências científicas, o que a torna confiável e eficaz. "Constrói-se a ABA de forma altamente individualizada, considerando as necessidades e características únicas de cada aprendiz. Isso permite que os profissionais ajustem as intervenções conforme o progresso da pessoa, sempre buscando resultados concretos e duradouros", afirma.
Criada nos Estados Unidos, o Brasil é visto como uma das principais potências da ABA em todo o mundo. Apesar de não ter nascido para o Transtorno do Espectro Autista, ela veio das terapias comportamentais e trabalhava muito com fobias, medos específicos ou medos sociais e ensinos de habilidades comportamentais com outros públicos. Entretanto, nas últimas décadas, acabou se consolidando como a ciência que mais tem evidências para a população autista.
Como funciona?
A ciência pode ser aplicada em diferentes contextos. Seja em casa, na escola e em ambientes clínicos, sendo seu principal objetivo ajudar a pessoa com autismo a adquirir habilidades que aumentem sua independência e qualidade de vida, utilizando o reforço positivo como uma ferramenta essencial para melhorar a comunicação, as interações sociais e a autonomia em atividades do dia a dia. Além disso, ela também reduz comportamentos inadequados. Comportamentos disruptivos, auto ou hetero lesivos, ou crises, ajudando as pessoas com TEA a lidarem melhor com suas emoções e interações sociais. "Quando falamos de ABA, não estamos apenas pensando no desenvolvimento das habilidades básicas, mas também em melhorar o bem-estar geral da pessoa com autismo e de sua família", acrescenta o especialista.
A Academia do Autismo oferece cursos que capacitam profissionais a trabalhar com a ABA e com o modelo criado pela própria instituição. Para Fábio, esse é o melhor caminho para quem deseja atuar de forma eficaz no tratamento de pessoas com TEA. "A capacitação adequada é essencial para que os profissionais possam aplicar a ABA com responsabilidade e garantir o máximo de benefício aos aprendizes", ressalta Fábio. Ele encerra afirmando os benefícios da ciência. "Ela não só transforma a vida dos indivíduos com autismo, mas também oferece suporte às suas famílias, promovendo um ambiente mais harmonioso e inclusivo".