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Dr. Pet conta como cachorrinha se comunicava por símbolos

Alexandre Rossi fala sobre o processo que permitiu à sua pet se comunicar por meio de sinais arbitrários na principal feira pet da América Latina

30 out 2014 - 15h55
(atualizado em 31/10/2014 às 15h22)
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<p>Alexandre Rossi levou a famosa Estopinha para a feira</p>
Alexandre Rossi levou a famosa Estopinha para a feira
Foto: Studio F Imagens / Divulgação

Presente na 13ª edição da Pet South America, Alexandre Rossi (mais conhecidos como Dr. Pet) conversou com o CachorroGato sobre o comportamento e o adestramento de animais durante o primeiro dia do evento, iniciado na terça-feira (28) nos pavilhões verde e vermelho do Expo Center Norte, na capital paulista.

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Tendo retornado há pouco dos Estados Unidos, onde ministrou palestras especiais nas cidades de Boston e Nova York, Alexandre falou sobre o tema que lhe rendeu tais convites e explicou um pouco mais sobre o processo que ensinou a sua cadelinha Sofia a se comunicar por meio de sinais arbitrários com os humanos.

“Encontrei a Sofia na rua, na época em que preparava a minha dissertação de mestrado, e a levei para casa. Em função disso, acabei tendo a ideia de usá-la como objeto de estudo, elaborando um painel específico com diferentes sinais arbitrários para analisar a capacidade dela de aprender a se comunicar por meio dessa ferramenta”, conta Rossi.

<p>Dr. Pet falou com convidados do evento</p>
Dr. Pet falou com convidados do evento
Foto: Studio F Imagens / Divulgação

Segundo ele, em menos de um ano a cadelinha Sofia já conseguia se comunicar com a ferramenta. Começou, inclusive, a associar e incluir símbolos parecidos com os da ferramenta que via em outros lugares como forma de expressar os seus desejos. “O sinal de passeio, por exemplo, era representado por linhas; e quando a Sofia encontrava linhas parecidas em outros lugares, já começava a bater a patinha para mostrar sua vontade”, explica o especialista.

De acordo com ele, com o passar do tempo, a pet também começou a juntar mais sinais para indicar desejos mais ‘complexos’. “O sinal para ‘casa’ era representado por uma argola, e a Sofia usava quando queria dormir ou descansar na sua casinha. Com o tempo, ela começou a indicar, entre outras vontades, que queria comer na sua casa – batendo a bata em dois símbolos para indicar esse desejo”, comenta.

O objetivo dos experimentos, entretanto, era o de provar a capacidade de compreensão da cadela e identificar até que ponto esse aprendizado era realizado pelos ensinamentos – e o quanto o instinto natural do animal poderia ser responsável por essa capacidade. Para isso, uma série de testes foi feitos, e quem dava o comando para a cadela nesses experimentos precisava usar um óculos especial, em que as lentes eram completamente pintadas, impedindo que a pessoa enxergasse e ou conseguisse lançar seu olhar sobre o objeto que também era usado no teste.

<p>Dr Pet contou como funcionou seu teste com símbolos para comunicação com cachorros</p>
Dr Pet contou como funcionou seu teste com símbolos para comunicação com cachorros
Foto: Studio F Imagens / Divulgação

“A capacidade de um cachorro em identificar exatamente para onde uma pessoa aponta ou olha é fantástica, e isso podia interferir nos resultados. Ao pedir para que a cadela pegasse uma bola, por exemplo, quem dava o comando podia acabar olhando para o objeto, dando uma boa ‘dica’ do que queria para a Sofia. Mas o estudo também tinha o objetivo de saber se ela conseguia entender os comandos por palavras e, para provar isso, nenhum tipo de interferência podia existir – então vendávamos os olhos de quem coordenava os testes para poder medir os resultados com a maior veracidade possível”.

Segundo Alexandre, os resultados do estudo com Sofia provaram que, não só os cães são capazes de se comunicar por meio de ferramentas específicas (como o painel), como também conseguem compreender frases inéditas formadas com palavras já conhecidas pelo animal e que juntam ações e objetos, por exemplo.

Falecida há cerca de três meses em função de um câncer, a cadelinha Sofia não é o único animalzinho de estimação do Dr. Pet que fez sucesso no mundo dos animais. A cadela Estopinha cativa cada vez mais fãs no Brasil - e, inclusive, já consegue se comunicar bem por meio do painel e até pelo Skype (ferramenta usada com frequência por Rossi para ‘conversar’ e dar comandos mesmo quando longe).

Para a alegria dos fãs, Estopinha e Dr. Pet estiveram ontem (29) na Pet South America, falando sobre os processos de adestramento e de consulta comportamental para animais, e mostrando de que forma esse tipo de serviço pode ajudar no controle e no bem-estar de animais de estimação e seus tutores. Seguindo na apresentação das suas descobertas, conclusões e especialidades, Alexandre Rossi ainda ministrará palestras na Hungria e na Grã-Bretanha até o fim do ano.

Por Priscila Franco – Editora-Chefe do Grupo CachorroGato

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