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Entenda a pseudociese, a gravidez psicológica das cadelas

Saiba quais são os principais sinais da gravidez psicológica em cadelas e fique de olho para identificar os sintomas na sua pet

28 abr 2014 - 08h59
(atualizado às 09h00)
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Foto: Getty Images

Chamada de pseudociese, a gravidez psicológica em cadelas é uma ocorrência bastante comum no mundo canino, além de um quadro que deve ser bem observado e tratado – dando uma chance para que as cachorrinhas não sofram demais ao longo deste processo tão desgastante e estressante para os animais.

Embora muitos possam achar que esse tipo de situação é atípico, mais da metade das cachorras não castradas acabam passando por episódios de pseudociese, fazendo com que tanto a porção psicológica como física da cadela sofra.

No entanto, não são apenas as cachorrinhas não castradas que podem passar por essa ocorrência. Quando as cadelas são castradas em um período de até três meses após o início do seu cio, esse quadro também pode se manifestar.

A mudança de comportamento do animal é o primeiro sinal da pseudociese, sendo que uma série de mudanças físicas e hormonais também pode acontecer – embora, em alguns casos, os sinais desse quadro sejam tão leves que nem mesmo os donos da pet se dão conta.

Quando o quadro ocorre com a presença de sinais mais claros, as mudanças começam a ocorrer, normalmente, em torno de dois meses após o período do cio – fazendo com que a cachorra passe a demonstrar um comportamento mais maternal e, em muitos casos, um tanto quanto agressivo.

Mesmo sem ter cruzado com outro cachorro – possibilitando a fertilização –, a cadela com pseudociese passa a se comportar como uma futura mamãe, organizando ninhos pela casa e adotando diferentes tipos de objetos (como brinquedos ou até outros animais) como seus filhotes.

Acreditando que aquele objeto em especial é, realmente, a sua cria, as cadelas começam a demonstrar altos níveis de agressividade quando algo ou alguém se aproxima do seu ‘filhote’, mesmo que sejam seus donos. Nesta fase, toda a atenção e os carinhos da cadela são voltados para a sua cria, que é defendida de maneira exagerada e constante pela ‘mãe’.

Além das mudanças psicológicas e de comportamento, muitas cachorrinhas com pseudociese também apresentam sinais físicos de gravidez, sendo que o desenvolvimento das mamas é o mais comum e notável – podendo, inclusive, fazer com que a cadela produza leite para amamentar seu filhote imaginário.

Inflamações no útero e problemas como a endometriose não são incomuns nessa fase, agravando ainda mais o estado da cadela que, além de ter seu comportamento modificado, também pode sentir dores muito fortes.

Em boa parte dos casos, os sintomas da gravidez psicológica começam a melhorar cerca de duas semanas após o início das mudanças, e desaparecem de maneira natural. Entretanto, medicamentos para cessar a gravidez psicológica e cirurgias de castração podem ser indicados para tratar os casos mais graves, sendo que qualquer tipo de tratamento irá seguir de acordo com os sintomas específicos e a gravidade de cada caso analisado individualmente. É importante lembrar que a maioria dos medicamentos para pseudociese causa uma agitação acima do normal nas cadelas.

Podendo ser desencadeado em função de diversos fatores – incluindo alterações nos níveis de progesterona eu, até mesmo, a proximidade da cadela com outro animal ou mulher grávida –, a pseudociese tem na castração a sua principal forma de prevenção (embora não haja 100% de certeza de que o procedimento exclua totalmente a possibilidade de aparecimento da gravidez psicológica nos primeiros meses).

Por poder causar muitas complicações em função das mudanças físicas na cadela, facilitando até mesmo o desenvolvimento de um quadro de piometra (inflamação grave no útero), a pseudociese deve ser uma preocupação constante entre os donos de cadelas, que deve ficar de olho no comportamento e nos sinais apresentados pela pet para que a identificação desse e de outros tipo de problemas possa ser imediata, contando com uma chance maior e sucesso no tratamento.

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Matéria validada pela Dra. Raquel Madi (CRMV – SP 20.567), Médica Veterinária formada pela Universidade Estadual de Londrina – PR e responsável pelo setor de Radiologia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética em Hospital Veterinário de São Paulo. Dra. Madi é integrante da equipe de veterinários do portal CachorroGato.

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