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Ginecomastia atinge cerca de 40% dos homens; saiba mais

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Juliana Crem

O verão traz o sol, o calor e as férias na praia. Não é incomum, todavia, ver que alguns homens e adolescentes insistem em ir para a praia com camisetas largas que não tiram de jeito nenhum. Para alguns deles, a medida é uma forma de esconder um problema estético que pode ser também de saúde: a ginecomastia.

O aumento das mamas pode ter diversas causas
O aumento das mamas pode ter diversas causas
Foto: Getty Images
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A ginecomastia é o aumento das mamas masculinas, que podem inclusive ficar maiores do que os seios femininos, e que afeta a vida emocional e também física de cerca de 40% da população masculina. Roberto Stefanelli, cirurgião plástico do Hospital Santa Virgínia, da capital paulista, contou que o problema acontece, frequentemente, por conta de disfunção hormonal, uso de medicamentos ou drogas e até pode ser idiopática (sem causa identificável). "A região mamária aumenta de volume devido ao acúmulo de gordura, desenvolvimento da glândula mamária ou ambos", explicou.

Alan Landecker, cirurgião plástico da clínica que leva seu nome, em São Paulo (SP), disse ainda que há a pseudo-ginecomastia, que acontece quando a mama cresce única e exclusivamente por causa de gordura. "Tive um paciente que se queixava do peso das mamas, porque sentia desconforto físico. Fizemos uma lipoaspiração e tiramos mais de 1l de gordura, que pesava para ele cerca de 1,5kg."

O mal que te faz

O crescimento das mamas pode afetar bastante a autoestima e a sociabilidade masculina, em especial na fase da adolescência. "Eles têm grandes queixas de dificuldade de relacionamentos afetivos por vergonha, mesmo com amigos", lembrou o cirurgião do Hospital Santa Virgínia, que afirmou ainda que o problema pode afetar também a saúde física do portador, já que "é comum recebermos pacientes com problemas de coluna por manterem posições viciadas, como a de dobrar os ombros para frente para esconder o aumento das mamas".

A ginecomastia se apresenta em três graus, sendo o primeiro o mais leve, com aumento apenas nas aréolas e o terceiro , o mais grave, com o aumento da mama até o tórax e sobra de pele. "Já tivemos pacientes com as mamas maiores do que a de algumas mulheres. Lembro de um que tinha uma irmã que queria colocar prótese e ela dizia na consulta que queria ter as mamas do mesmo tamanhos das do irmão. Isso provoca um trauma grande na família toda, fora os problemas psicológicos e a formação de câncer de mama, que não é comum, mas pode acontecer", descreveu Roberto Stefanelli.

O problema pode ainda afetar apenas um dos lados do corpo, criando assimetria e Landecker contou que a ginecomastia pode ser levemente dolorida, mas não é o comum.

Na mesa de cirurgia

Há diversas maneiras de tratar a ginecomastia e cada caso deve ser estudado individualmente. Alan Landecker contou que há casos leves, em especial em adolescentes, nos quais não se faz nada, além de esperar o crescimento do paciente e a normalização do tamanho da mama. "Mas o procedimento cirúrgico é, habitualmente, o que resolve o problema", disse Stefanelli.

Dentre as cirurgias que podem ser realizadas para sanar o problema, estão a lipoaspiração com ou sem retirada de tecido mamário, em casos moderados, e, em casos mais graves, "temos que retirar gordura, tecido mamário, que não vai fazer falta, e pele. É um procedimento semelhante ao da mamoplastia que realizamos nas mulheres", ensinou Landecker.

Em adolescentes que sofreram com o efeito sanfona, a ginecomastia é um problema comum, mas os profissionais alertaram que uma cirurgia só é realizada após a estabilização do peso ideal por, pelo menos, seis meses. Além disso, "devemos pesquisar a provável causa do aumento do volume mamário e, caso seja identificada, um tratamento deve ser realizado antes da cirurgia", contou Stefanelli, já que problemas hepáticos e renais também podem contribuir com o crescimento das mamas. "Fazemos uma ultrassonografia também para detectar se o aumento da mama é por causa de gordura, tecido mamário ou ambas", disse o cirurgião do Hospital Santa Virgínia. Mamografias também podem ser utilizadas.

Se o paciente não apresenta problemas físicos associados, a cirurgia acontece pela manhã, com alta no mesmo dia. No pós-operatório é preciso usar cinta elástica, que parece um sutiã específico, por até três meses após a cirurgia, fazendo drenagem linfática no terceiro dia pós-cirurgia - cerca de cinco sessões -, para reduzir o inchaço, a formação de hematomas e a possibilidade de nódulos de fibrose embaixo da pele, que a deixariam irregular.

A primeira semana é de repouso total. Após a segunda semana já é permitido dirigir. Exercícios físicos são plenamente liberados após um mês, assim como abaixar para pegar objetos e crianças.

Fonte: Terra
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