Gretchen repudia haters: “Mataram o filho da minha amiga”
Mãe do transexual Thammy Miranda condena homofobia que foi gatilho para a morte do tiktoker Lucas Santos
“Vocês são desprezíveis, não são seres humanos, são podres”, desabafa Gretchen em vídeo no Instagram. A cantora se revoltou com o cyberbullying homofóbico contra Lucas Santos, filho da cantora de forró Walkyria Santos, ex-vocalista da banda Magníficos.
O rapaz de 16 anos foi encontrado morto em aparente suicídio, na casa da família em Natal (RN), após a repercussão de uma brincadeira de beijo em um amigo postada no TikTok. “Meu filho acabou tirando a (própria) vida”, disse a artista, chorando, em vídeo. “Como sempre, as pessoas destilando ódio na internet, deixando comentários maldosos.”
De acordo com o relato de Walkyria, a onda de ataques online serviu como gatilho para desestabilizar o estado emocional de Lucas. “Estou aqui como mãe pedindo para que vocês vigiem, fiquem em alerta. Ele já tinha mostrado sinais. Eu já tinha levado em psicólogo e conversado várias vezes com ele. Foram os comentários deste TikTok nojento na internet que fizeram ele chegar a este ponto”, contou a artista. Lucas chegou a publicar outro vídeo, dizendo-se heterossexual, para responder aos inúmeros comentários de reprovação e deboche.
Mãe de 7 filhos, entre eles o vereador de São Paulo Thammy Miranda, alvo frequente de discriminação virtual por ser um homem trans, Gretchen fez uma crítica direta aos haters. “Eu sou macaca velha, forte, vocês não vão conseguir fazer isso comigo. Mas vocês conseguem fazer isso com crianças, esse menino tinha apenas 16 anos. O que vocês, haters, fizeram com ele chama-se crime. Vocês mataram essa criança, mataram o filho da minha amiga”, afirmou, indignada.
“Vocês não têm noção aonde vai a maldade de vocês. Quanto vale a vida de uma pessoa? Quanto vale a vida do filho da minha amiga? O meu repúdio a todos vocês, haters, que fazem esse tipo de coisa com pessoas fracas, sem capacidade de se defender dessa maldade de vocês.”
Redes sociais voltadas a crianças e adolescentes, como o TikTok, precisam intensificar o combate ao cyberbullying. Fundamental haver a identificação, o banimento e a eventual responsabilização criminal dos disseminadores de ódio. Essas plataformas devem investir em campanhas sobre cuidados com a saúde mental. Lucas Santos não foi a primeira vítima do ódio virtual e provavelmente não será a última.