Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Influenciadores ganham até R$ 250 mil com "Melhores Amigos"

Ferramenta do Instagram permite o compartilhamento de conteúdo com um grupo restrito de usuários

30 set 2019 - 11h26
(atualizado às 11h58)
Compartilhar
Exibir comentários

Uma nova forma de consumir conteúdo vem se consolidando no Instagram. A possibilidade de restringir a publicação de stories a um grupo específico, através da ferramenta Melhores Amigos, abriu um novo nicho para influenciadores digitais. Com preços que chegam a R$ 250,00 por mês, criadores de conteúdo estão fazendo sucesso - e dinheiro.

O tema ganhou força nas redes sociais depois de a influenciadora Virgínia Fonseca anunciar que vai cobrar R$ 14,90 por mês pelo conteúdo oferecido aos Melhores Amigos. Ela acumula 4,7 milhões de seguidores na plataforma e abriu 500 vagas na plataforma fechada. Todas foram preenchidas, gerando uma renda de R$ 7.500,00 por mês.

Essa tática vem sendo adotada desde o início do ano. Um dos primeiros a ter sucesso com a monetização da ferramenta foi o empresário e influenciador digital Raiam Santos. Ele já usava o Instagram para divulgar seus produtos a clientes e viu nos Melhores Amigos mais uma forma de ganhar dinheiro na plataforma. Então, fez uma publicação para avisar sobre o novo produto e decidiu cobrar R$ 400,00 ao ano para quem quisesse entrar. "Levantei uns R$ 40 mil em um dia, mas fiquei desesperado porque não sabia o que entregar", lembra.

Influenciador digital Raiam Santos
Influenciador digital Raiam Santos
Foto: Raiam Santos/ Instagram / Reprodução

Hoje, Raiam divulga conteúdos sobre marketing e estratégias para ganhar dinheiro na internet através dos Melhores Amigos. Agora, para fazer parte do "seleto" grupo de quase mil membros é necessário pagar R$ 3 mil ao ano. Ao todo, ele tem 1,2 milhões de seguidores no Instagram.

O investidor profissional Hulisses Dias, conhecido no Instagram como Tio Huli, também aproveita a função Melhores Amigos para cobrar por conteúdo. Ele começou a prática em janeiro deste ano, motivado por Raiam. No início, vendia o espaço como um complemento a seus produtos e, conta, faturou mais de R$ 90 mil.

Quando viu que a estratégia deu certo, Hulisses decidiu cobrar diretamente o acesso ao conteúdo. "Fiz mais de R$ 1 milhão com isso", revela. Ele cobra R$ 997,00 pela assinatura anual e as vagas são limitadas, abertas periodicamente. Até o fim de setembro, pouco mais de três mil usuários pagavam para receber o conteúdo exclusivo sobre finanças, entrevistas e dados sobre empresas.

Novo nicho

Agências especializadas em redes sociais começaram a perceber essa tendência e a desenvolver soluções para quem vende o acesso aos Melhores Amigos. Elas fazem o 'meio de campo' entre o usuário e o influenciador, recebendo o pagamento e administrando a lista de integrantes.

Michel Ank, CEO da agência Bume, fala que a empresa oferece serviços relacionados à ferramenta Melhores Amigos desde maio deste ano. Ele avalia que essa tendência deve se consolidar ainda mais devido à necessidade de segmentação de conteúdo para o usuário. "Há muita informação disponível na internet. A informação com mais qualidade vai ser cobrada e mais restrita. Estamos apostando nessa frente", fala.

A agência possui quatro mil clientes que utilizam os Melhores Amigos de forma profissional - entre eles, Virgínia e Raiam. Desses, 22% cobram de R$ 68,00 a R$ 3 mil para que os usuários entrem na plataforma. As assinaturas podem ser mensais, trimestrais, semestrais ou anuais - quem manda é o influenciador.

O conteúdo oferecido é muito diverso. Michel fala que os stories mais visados são os que ensinam a criar algum negócio ou a ganhar dinheiro. "As pessoas enxergam como um investimento. É uma educação a distância do mundo moderno e mais fácil de acessar", explica.

Foi com essa intenção que Rafael Mataragi, analista judiciário e educador financeiro, passou a pagar pelo conteúdo oferecido nos Melhores Amigos de Hulisses Dias. Ele pagou R$ 378,00 por um ano de acesso - cerca de um terço do valor cobrado atualmente pelo influenciador digital - e não se arrepende. "Vale demais o investimento! Abriu minha mente para desenvolver um programa próprio de mentoria financeira", conta.

Para Rafael, sua relação com o Instagram mudou depois de começar a pagar por um produto dentro da plataforma. "Agora utilizo de forma mais direcionada, ou seja, vou direto aos tópicos e perfis que me agregam conhecimento", diz. A maior proximidade com o influenciador oferecida pela assinatura é outro ponto que classifica como positivo.

Riscos

Como o Instagram é uma plataforma que tem suas regras próprias, o usuário está propenso a ter sua conta suspensa por infringir os termos de uso. O E+ entrou em contato com o Instagram para saber se é permitido cobrar pelo acesso ao Melhores Amigos, mas não obteve retorno até o momento. Outro problema comum que costuma atingir principalmente pessoas mais visadas, como influenciadores, é a ação de hackers.

Foi o que aconteceu com Raiam Santos. Mesmo sendo um usuário verificado na rede social, o influenciador perdeu a conta na última quinta-feira, 26. Com um nome de usuário reserva, feito para prevenir esse tipo de acontecimento, Raiam avisou aos assinantes dos Melhores Amigos que tem todos os dados guardados e o conteúdo voltará a ser divulgado na próxima semana. Em uma postagem feita na nova conta, o influenciador revelou que a conta perdida valia cerca de R$ 10 milhões.

Para evitar problemas assim, Hulisses Dias afirma que mantém contato com os assinantes através de grupos no WhatsApp. Isso funciona como uma garantia de que, caso aconteça algo com a conta do Instagram, os clientes continuarão recebendo pelo conteúdo pago. O Tio Huli conta que também foi hackeado neste ano, em abril.

Repercussão

O lançamento dos Melhores Amigos de Virgínia teve grande repercussão nas redes sociais e figurou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Muitos usuários criticaram o fato de ela cobrar pelo acesso ao conteúdo. "Como é uma inovação, tem muita gente que nao entende. É uma coisa disruptiva", analisa Michel Ank. O E+ entrou em contato com a influenciadora, mas ela não quis falar sobre o caso.

Nem só de rock vive o Rock in Rio: conheça a arena de games:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade