"Instinto de sobrevivência me fez querer me separar", diz Preta Gil sobre fim do casamento
Em entrevista, cantora refletiu sobre o fim da relação com Rodrigo Godoy e o tratamento contra um câncer colorretal
A cantora Preta Gil, de 49 anos, abriu o jogo sobre o período de mudanças que vive desde o seu diagóstico de câncer colorretal e do fim de seu casamento com Rodrigo Godoy. A cantora anunciou o final da relação de oito anos em abril, em meio a boatos de traição, após um quadro delicado de septicemia que quase lhe custou a vida.
Em entrevista à revista Marie Claire, ela afirmou que decidiu encerrar sua relação com o personal trainer pelo que chamou de "instinto de sobrevivência".
"Meu instinto de sobrevivência me fez querer me separar, mesmo eu estando com câncer, porque não estava me fazendo bem. E é machista achar que preciso ficar casada para ser cuidada. Por que o marido é mais importante que a mãe, o pai, a irmã, o amigo? Isso é um traço do patriarcado, que coloca essa importância tão grande no homem", justificou.
Preta também lembra que o fim de seu casamento faz parte de outra estatística: segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, 70% das pacientes diagnosticadas com câncer lidam com a rejeição e o abandono de seu parceiro durante o tratamento.
"Infelizmente eu faço parte dessa estatística, sim, porque de fato o relacionamento acabou. Por mais que não estivesse bom até então, e por mais que eu tenha decidido separar… A decisão foi minha, mas já estava acabando. O casamento não superou um tratamento oncológico. Não é tão pragmático. A gente fica tentando justificar. Existem nuances em uma separação tão sofrida como foi a minha. Mas eu faço parte, sim. A gente não conseguiu passar por isso", concluiu.
Em outro trecho da entrevista, Preta Gil revela que sempre teve medo de morrer. O tratamento contra o câncer a colocou frente a realidade da finitude, de que "tudo pode acontecer".
"Depois da septicemia, tivemos uma conversa tão verdadeira, tão bonita, que eu realmente comecei a ver a morte de outro jeito", ela contou. "É uma realidade que a finitude pode chegar para mim mais rápido. Sempre tive muito medo de morrer, hoje não tenho mais. No fundo, porque sei que a morte não vai chegar agora. Mas estou preparada".