Mulher se demite, gasta R$ 190 mil para viajar pelo mundo, mas se arrepende
Ela desistiu do emprego dos sonhos para ter um ano sabático; apesar da experiência, americana compartilhou seus 4 maiores arrependimentos
Aos 28 anos, Helen Zhao conquistou o emprego dos seus sonhos como produtora de vídeos na CNBC, canal por assinatura dos Estados Unidos. A cada manhã, ela se levantava animada para mergulhar no trabalho que sentia ter nascido para fazer. No entanto, frequentemente acordava no meio da noite com uma sensação de medo.
O receio de passar a vida trabalhando sem viver realmente o presente levou Helen a uma decisão drástica. Aos 32 anos, ela pediu demissão, comprou uma passagem de ida para o Peru e gastou US$ 34.000 (aproximadamente R$ 190 mil) em uma jornada de um ano e meio por 18 países da América do Sul e Ásia. Apesar da empolgação inicial, Helen compartilhou com a CNBC quatro grandes arrependimentos de sua aventura global.
1. Preocupações financeiras custaram experiências únicas
Ao chegar no Rio de Janeiro, em dezembro de 2022, Helen imediatamente se sentiu deslocada. Ela desejava estar em Buenos Aires, celebrando a vitória da Argentina na Copa do Mundo com seus amigos. Em vez disso, ela se viu sozinha em um Airbnb, assistindo os stories do Instagram de seus amigos, enquanto sentia um nó no estômago por ter reservado sua passagem de Argentina para o Brasil com semanas de antecedência, temendo o aumento dos preços.
Ao chegar no Rio, Helen reservou o voo mais barato para Bogotá, na Colômbia, o que a fez deixar o Brasil no seu aniversário, três dias antes das festividades de Ano Novo na cidade maravilhosa. Enquanto isso, seus novos amigos estavam celebrando, e ela acompanhava tudo pelas redes sociais, sozinha em seu hotel.
“Eu estava tão obcecada em planejar com antecedência para me sentir no controle que perdi grandes experiências de vida. Daquele ponto em diante, mantive os planos em aberto, permitindo que novas conexões e descobertas determinassem quanto tempo eu queria ficar. Agora, começo cada dia com uma visão solta do que gostaria de realizar e flexibilidade para mudar em resposta ao inesperado. Aprendi a viver minha vida guiada pela alegria em vez da ansiedade”, afirmou.
2. Gastou grande parte das economias e adiou outros objetivos
Os US$ 34.000 gastos durante sua jornada representaram uma parte significativa das economias de Helen. Hoje, aos 34 anos, ela tem muito pouco reservado para a aposentadoria, está longe de conseguir a entrada para uma casa em Los Angeles e ainda não se sente pronta para ter filhos.
Helen diz que não se arrepende do seu ano sabático ou do quanto gastou, mas lamenta a falta de preparo financeiro na juventude, o que a levou a ter que escolher entre realização pessoal e segurança financeira.
“Passei boa parte dos meus 20 anos desempregada ou trabalhando em estágios mal pagos, e sofri ansiedade e esgotamento tentando me atualizar. Se eu tivesse estudado finanças pessoais e começado a economizar, investir e planejar minha carreira no ensino médio, acredito que poderia ter tirado meu ano sabático sem atrasar significativamente outros objetivos de vida”, diz.
3. Interrompeu totalmente seus investimentos
Helen começou a investir em ações em 2020, entusiasmada com os altos índices do mercado. Contudo, após a queda do mercado em 2022 e a perda de todos os ganhos, ela ficou com medo de perder mais e parou de contribuir para sua previdência privada ao deixar o emprego em agosto de 2022. Esse intervalo resultou em uma oportunidade perdida de poupar dinheiro.
“Gostaria de ter continuado investindo durante minhas viagens, colocando US$ 200 por mês em um fundo de índice de grande capitalização. Eu poderia ter bancado isso, já que tinha economias suficientes sobrando depois do meu ano sabático. Mas para aliviar meus medos de ficar sem dinheiro, eu também poderia ter gasto menos em bons restaurantes, roupas, lattes diários e coqueteis”, contou.
4. Foi descuidada com seus pertences
Em um dos momentos mais tristes de sua viagem, Helen estava chorando desesperadamente ao lado de uma rua movimentada em Phnom Penh, no Camboja. Dois minutos antes, ela caminhava por uma área turística com o telefone no bolso traseiro, distraída pela música que estava ouvindo, sentindo-se livre e no topo do mundo.
De repente, ela sentiu uma mão em seu bolso e teve seu iPhone 13, que tinha apenas dois meses, roubado. O ladrão fugiu de moto e a perseguição foi em vão. Helen ficou desamparada, sozinha e assustada sem seu telefone em um país estrangeiro. Ela perdeu todas as suas fotos e, no dia seguinte, teve que pagar quase US$ 800 (aproximadamente R$ 4.510) por um novo aparelho.
“Perdi meus pertences em mais de uma ocasião, e isso me custou muito dinheiro, tempo e energia. Embora eu fosse cuidadosa com minhas listas de tarefas e voos, às vezes eu era descuidada em outros contextos. Os erros que cometi enquanto viajava me ensinaram quando deixar ir, mas também quando ter mais controle”, concluiu.