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Nudistas aproveitam altas temperaturas em parque de Berlim

Prática nudista é tolerada no parque mais famoso da cidade, o Tiergarten, na região central da capital alemã

24 set 2014 - 14h16
(atualizado em 25/9/2014 às 14h11)
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O verão terminou recentemente no hemisfério norte, mas enquanto fizer sol em Berlim, haverá gente disposta a aproveitar ao máximo cada minuto de luz. Em alguns casos, isso significa tirar (toda) a roupa e se estirar no gramado do Tiergarten, parque na região central da cidade.

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Foto: Melina Costa / Especial para Terra

Foto: Melina Costa/Especial para o Terra

Lá não existem áreas destinadas ao nudismo, mas uma ducha instalada nos arredores do Siegessäule, monumento que é um dos principais pontos turísticos da cidade, acabou atraindo os naturistas. Isso não significa, porém, que os vestidos não são bem-vindos. Por ali, está todo mundo misturado.

“Esse é o primeiro verão em que venho ao Tiergarten e tenho achado totalmente agradável. Para mim, tomar sol nua significa saúde e liberdade”, disse à reportagem J. I., de 52 anos, que descansava no gramado como veio ao mundo, acompanhada de seu cachorrinho. “Desde que minha filha nasceu, há 14 anos, sinto-me mais relaxada em relação ao meu corpo.”

O nudismo não é permitido em qualquer lugar público na Alemanha, mas é tolerado em praias, lagos e algumas poucas áreas urbanas, como o Tiergarten. Um estudo divulgado em julho pelo site de viagens Expedia mostrou que, entre as 24 nacionalidades pesquisadas, os alemães são os mais propensos a tomar sol nus na praia. Há, inclusive, um termo para descrever a prática, quando levada a sério: Freikörperkultur , mais conhecida pela sigla FKK, que significa “cultura do corpo livre”.

Há cerca de 150 clubes para nudistas na Alemanha. É possível encontrar-se com grupos para fazer caminhadas pelado, nadar pelado, correr pelado, praticar canoagem pelado e jogar vôlei pelado. A Federação Alemã do Naturismo (DFK, em alemão) tem 4.500 integrantes que ganham descontos em cruzeiros e campings específicos para quem quiser passar as férias da forma mais à vontade possível.

A prática do naturismo tem mais de 100 anos na Alemanha, mas uma fase recente da história do país ajuda a explicar sua popularidade até hoje, especialmente em Berlim. Sob o regime comunista na antiga Alemanha Oriental, ir pelado à praia era uma das poucas liberdades que se poderia ter. No fim dos anos 70, por exemplo, 20% de uma faixa de 200 km na costa do Mar Báltico foi oficialmente liberada para os nudistas, tamanha a difusão da atividade.

Atração turística

Hoje, porém, o nudismo não tem mais caráter político. Em Berlim, a prática tem mais a ver com a aura liberal da cidade, que atrai cada vez mais artistas, estudantes e empreendedores. “Só quero aproveitar o sol, não me sinto parte de uma cultura de nudismo”, diz R.H., de 41 anos. “Acho incrível a liberdade. Berlim é o único lugar que eu conheço onde você pode tomar sol nu no centro da cidade.”

Foto: Melina Costa / Especial para Terra

Foto: Melina Costa/Especial para o Terra

O problema é que nem todo mundo que caminha pelo parque mais famoso de Berlim encara a nudez com tanto desembaraço. Terceiro maior destino turístico na Europa, atrás apenas de Paris e Londres, Berlim recebeu 11 milhões de visitantes no ano passado. É difícil saber quantos, mas muitos deles passaram pelo Tiergarten no verão.

“Os turistas riem, alguns nos insultam, os pais viram a cabeça das crianças para o outro lado. Às vezes as pessoas fingem que estão fazendo fotos umas das outras, mas na verdade querem fotografar o homem nu ao fundo. Até os ônibus de turismo passam devagar na rua aqui ao lado, quando o trânsito permite”, diz Thomas Sauerss, 48 anos.

E o assédio incomoda? “Quando vejo as câmeras, tento me cobrir um pouco, porque não sei onde essas fotos vão parar. Mas, ao mesmo tempo, penso que há milhões de fotos de gente nua no mundo. A minha não deve ser tão interessante assim”, diz Sauerss.

Foto: Melina Costa / Especial para Terra

Foto: Melina Costa/Especial para o Terra

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Fonte: Especial para Terra
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