O Papai Noel existe!
A fantasia é uma grande aliada no desenvolvimento das crianças Existe algo melhor do que ser criança e contar as horas para o Papai Noel aparecer na sua casa com os seus presentes de Natal? Ou, até mesmo, deixar os biscoitos e leite para ele se alimentar depois que entrar pela chaminé? - no Brasil, […]
A fantasia é uma grande aliada no desenvolvimento das crianças
Existe algo melhor do que ser criança e contar as horas para o Papai Noel aparecer na sua casa com os seus presentes de Natal? Ou, até mesmo, deixar os biscoitos e leite para ele se alimentar depois que entrar pela chaminé? - no Brasil, pode ser a janela mesmo.
Acreditar no Papai Noel, ou em qualquer outra fantasia, é extremamente importante, de acordo com Bianca Ferreira Larangeira, psicóloga do Marista Escola Social Ecológica, que explica que a ludicidade influencia muito no desenvolvimento da criança, principalmente na criatividade e na imaginação.
Em que sentido?
A fantasia, se usada de forma positiva, pode ser interessante por diversas razões. "Podemos usá-la para trabalhar a paciência, já que há uma espera para o Papai Noel chegar em casa. Assim como para ensinar valores, por exemplo: o da criança respeitar os outros", diz a especialista. Neste sentido, podemos dizer para uma criança que, se ela for respeitosa, receberá a visita do bom velhinho. "Outra vantagem da fantasia é auxiliar no desenvolvimento cognitivo dos pequenos, a partir da imaginação, o que traz benefícios para o raciocínio, criatividade, capacidade de criação e, até mesmo, resolução de desafios de situações que ela pode encontrar na vida adulta", pontua a psicóloga.
A figura do Papai Noel para as crianças
Se você entendeu as razões pelas quais a fantasia auxilia no desenvolvimento das crianças, e está se perguntando qual a representação do Papai Noel para eles, nós te ajudamos! Bianca conta que o bom velhinho significa muito no sentido de ajudar os outros e fazê-los felizes. "Isso pode trazer para a criança princípios de empatia, bondade e solidariedade. É uma questão do convívio familiar, do convívio com o outro, de fazer bem ao outro. Mas tudo isso vai depender novamente de como a família conduz a criança nessa fantasia."
Qual a diferença entre imaginação e fantasia?
A profissional destaca que, na psicologia, essa pergunta pode ser olhada por várias vertentes, mas, de maneira geral, podemos entender a imaginação como algo que partiu da realidade. "A criança vai trazer conteúdos mediante ao que já vivenciou, ou seja, sua realidade. Você pode melhorar a realidade, inclusive, mas você vai partir daquilo que já conhece. Só é importante complementar que a imaginação é também parte das nossas memórias, das nossas experiências. Então, quando falamos dessa questão da realidade, é a realidade internalizada, e não necessariamente a realidade tal como ela é. Enquanto a fantasia seria um produto da imaginação, mas não estánecessariamente vinculada à realidade."
Não use como punição!
Bianca indica maneiras saudáveis de introduzir o Papai Noel na vida dos pequenos, aproveitando para ensinar valores. "O contrário disso seria se a família o usasse como uma perspectiva de punição, assim: 'Ah, se você não está se comportando você não vai ganhar presente do Papai Noel'."
Amedrontar a criança só faria com que ela se comportasse bem por medo de perder o presente ou ser esquecida pelo bom velhinho, o que não seria nada saudável. Além disso, a psicóloga frisa a importância de não forçar e respeitar o tempo para o conhecimento dos pequenos avançarem também nessa fantasia.
"Mas ele nem é real!"
Assim como a fase dos pequenos que acreditam no Papai Noel, também temos a fase na qual eles deixam de acreditar, que começa por volta dos sete ou oito anos de idade. Mas isso também vai depender de características individuais e culturais da criança - como o contexto em que ela está inserida, se os amiguinhos começam a não acreditar. Aí é mais fácil para ela também parar.
E o que os pais devem fazer? Respeitar a compreensão sobre o tema. "Se ela já sinaliza que está em dúvida, os pais podem responder com outra pergunta, como 'mas o que você pensa sobre isso?' E ir construindo essa resposta junto. No caso de a criança já saber sobre o tema, vale a família reforçar que o Papai Noel existe ainda para aqueles que acreditam", diz.
Além disso, a psicóloga reforça que é preciso cuidado para não se frustrar, porque muitos pais podem acreditar que a partir do momento em que cessa a crença no Papai Noel acaba a magia do Natal, o que não é real.