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Quando a mãe volta a dormir? Privação de sono afeta saúde das mulheres

Saiba como lidar com o sono dos bebês; pais, parceiras e a rede de apoio podem atenuar o peso sob os ombros das mães

4 mai 2023 - 15h46
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Imagem meramente ilustrativa de uma mulher carregando um bebê
Imagem meramente ilustrativa de uma mulher carregando um bebê
Foto: Paul Hanaoka/ Unsplash

Crianças nos primeiros meses de vida chegam a dormir em média 16 horas por dia. Mas esse sono — mães e pais bem sabem — é entrecortado. Especialmente nas madrugadas, quando os adultos costumam dormir, os bebês acordam diversas vezes para mamar e ser ninados.

A influenciadora Viih Tube levantou a pauta na última semana. Para ela, a privação de sono tem sido o maior desafio da recente maternidade. Sua primeira filha, Lua, nasceu no último dia 9.

"Você faz tudo com muito sono, cambaleando e é perigoso. Vai amamentar com muito sono, você vai trocar fralda com muito sono, fazer tudo com muito sono até seu corpo acostumar com esse ritmo de dormir picadinho, de duas em duas horas", comentou com os seguidores do Instagram ao responder algumas "caixinhas de pergunta".

Nesta semana, outra famosa que também desabafou sobre o assunto foi a atriz Thaila Ayala, mãe de Francisco, de 1 ano, e de Tereza, recém-nascida. "É um peito que não cicatriza nunca, sangra, dói, dói muito, uma neném que troca a noite pelo dia, grita de dor da barriguinha. (...) Não é fácil e às vezes a gente só precisa disso aí: colocar pra fora e sair do banho pronta pra mais uma noite em claro", escreveu a artista, também no Instagram.

No post, ela falava sobre os diversos perrengues da maternidade ao mostrar o momento do banho como a hora de também "chorar embaixo do chuveiro".

O que essas mães famosas enfrentam costuma ser também a rotina de mães anônimas, cansadas e angustiadas com o sono intermitente de seus bebês.

Como os bebês dormem?

O pediatra e neuropediatra Flavio Geraldes explica que o sono dos bebês — nos primeiros meses de vida com duração média de 16 horas — vai sendo encurtado ao longo da vida. É esperado que, com o crescimento da criança, ela desperte menos durante a madrugada, com o sono normalizado entre os nove meses e 1 ano de vida. Até lá, paciência.

Para o médico, o caminho é dialogar com o bebê e analisar as necessidades da criança. "Tem a questão da alimentação, ele vai perdendo a necessidade nutricional do leite da madrugada, mas tem muitas crianças que continuam acordando, a mãe acha que é fome e o bebê acaba usando a mama de chupeta", inicia o médico.

"A partir dos oito meses, o bebê já entende o que é ação e reação, então é muito importante conversar e explicar todas as fases, só que isso antes. Não adianta querer conversar na madrugada", alerta.

Quais os danos para a mãe que não dorme?

A psicóloga Larissa Fonseca lembra que "não há como recuperar sono perdido", problema que pode gerar prejuízos a curto e longo prazo. De acordo com ela, tal privação pode favorecer o desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão pós-parto.

"Há algo extremamente marcante no comportamento privado de sono, que é a irritabilidade, agressividade e dificuldade no raciocínio. Mães privadas de sono são propensas a acidentes. O organismo em privação de sono está em total desequilíbrio, inclusive emocional", ressalta a profissional, que está se especializando em Psicologia do Sono pelo Instituto do Sono.

Por isso, Larissa recomenda que a mãe deixe de lado os afazeres domésticos e durma sempre que seu bebê também dormir. Essa segunda estratégia, inclusive, tem sido adotada por Viih Tube, como a influenciadora contou aos seguidores.

"Normalmente, a mãe, mesmo privada de sono, aproveita quando seu filho dorme para lavar roupa, arrumar a casa, fazer comida. Mas neste momento, os cochilos são essenciais. Se conseguir outras formas de repouso como uma massagem, passar uns minutinhos no sol ou em um banho relaxante são ótimas dicas que poderiam ajudar neste momento", sugere a psicóloga. Outra dica dela é manter uma alimentação saudável, a fim de ajudar no equilíbrio do organismo.

Como os pais e a rede de apoio podem ajudar?

Que a balança de cuidados com os bebês pende mais para o lado das mães é um fato, afinal a amamentação cria um laço exclusivo entre eles. No entanto, isso não significa que os pais, parceiros ou parceiras não possam ser mais efetivos.

"Tem mãe se matando e o pai dormindo a noite toda. A gente tem que dar possibilidade pra mãe", cobra o pediatra Flavio Geraldes. O médico afirma que, especialmente quando a necessidade da criança não é do leite, o pai pode ninar o bebê até que ele volte a dormir.

Demais familiares ou amigos próximos também se mostram úteis quando demonstram empatia por essas mulheres. Segundo a psicóloga Larissa Fonseca, trata-se de entender que essa mãe não vive "seu melhor equilíbrio fisiológico e emocional". Além disso, ajudar nas tarefas domésticas e na rotina da criança é essencial para atenuar o peso da maternidade.

Fonte: Redação Terra Você
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