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Rio Solimões: moradores vivem da pesca de piranha e tucunaré

Pescadores locais enfrentam contrabando e popularizam pesca de piranha e tucunaré como maneira de conseguir alimento

15 dez 2014 - 13h38
(atualizado às 15h04)
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Tem sido difícil a vida de quem pesca para sobreviver em Manacapuru, região próxima de Manaus, à beira do Rio Solimões. Com o crescente contrabando de botos, jacarés e pirarucus nos últimos anos, comunidades de pescadores têm sido cada vez mais intimidadas e afastadas da atividade que coloca alimento nas casas de suas famílias. 

Pescaria é atividade comum na região do Rio Solimões
Pescaria é atividade comum na região do Rio Solimões
Foto: João Vieira / Terra

Pescadores garantem alimento de comunidas no Rio Solimões (Foto: João Vieira / Terra)

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No começo de 2014, o Ibama começou a operação Rios Federais, que fiscaliza as regiões onde a pescaria ilegal tem se instalado. Alguns grupos chegam a abater porcos e bois para usar a carne como isca para espécies com instinto predador, como piranhas e jacarés. Somente em fevereiro, atos ilegais somaram R$ 95 mil em multas. 

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No caso de botos e jacarés, o ataque é ainda maior, já que os animais também são caçados para servir como isca para a pesca do piracatinga, que se tornou um dos peixes mais solicitados pelo mercado internacional. 

No meio disso tudo, estão os moradores. Em cada comunidade, um grupo de pescadores é responsável pela alimentação de todos os moradores. Em épocas de cheia, dá até para fazer uma seleção mais apurada das espécies. "Bagre hoje a gente não quer, estamos devolvendo", diz um pescador encontrado pela reportagem. "Ou então a gente frita como sardinha. Não sobra nem para o cachorro", completa. 

Pescaria é atividade comum na região do Rio Solimões
Pescaria é atividade comum na região do Rio Solimões
Foto: João Vieira / Terra

Tucunaré é um dos peixes mais desejados pelos pescadores (Foto: João Vieira / Terra)

Pesca de piranha é mais simples do que se imagina 

Não é todo mundo que enche um balde com carne de boi fatiada e joga na água, no braço mesmo, sem vara, para pescar piranha. A prática esportiva, também legalizada, exige um profissionalismo um pouco maior. As varas utilizadas são as de bambu, que balançam menos e diminuem a resistência do pescado, que não desiste fácil. 

No caso da caça para consumo, o método utilizado para matar o animal é prático, mas não é dos mais agradáveis, nem dos mais seguros. Ao pescar a piranha, o pescador retira o anzol, agarra ela em suas mãos e bate em sua cabeça com um porrete. "Ou faz isso ou ela vem pra cima. Aí ninguém segura", diz um outro morador da região. 

Pescaria é atividade comum na região do Rio Solimões
Pescaria é atividade comum na região do Rio Solimões
Foto: João Vieira / Terra

Com porrete, pesca de piranha é mais popular (e perigosa) atividade de pescaria na região (Foto: João Vieira / Terra)

Como isca, são utilizadas carne vermelha, sempre industrializada e comprada em açougues legalizados, ou carne de peixe que sobra das caldeiradas. O alimento precisa estar sempre cru, já que é o cheiro de sangue ou carne fresca mal passada que atrai o paladar apurado das piranhas. 

Por isso, nadar no Rio Solimões não está proibido, mas é bom verificar se não tem um ferida aberta em algum lugar. "Um cortezinho de unha encravada já deixa a bichinha em estado de alerta", garante o guia da Iberostar Wenceslau. 

O Terra visitou a Amazônia com o cruzeiro IBEROSTAR Grand Amazon, à convite da IBEROSTAR.

Fonte: Terra
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