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Seu filho quer saber sobre sexo? Laura Müller diz como lidar

Para a sexóloga, casa e escola são fundamentais na educação sexual da criança, do pré-adolescente e do adolescente

20 mar 2015 - 11h29
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Foto: iStock

A partir dos 6 anos de idade, deve-se começar com os conhecimentos básicos sobre o corpo. Conforme a idade, o tema sexualidade vai evoluindo para temas fundamentais como prazer, DST e gravidez fora de hora.

Veja o especial do Vivo Mais Saudável sobre DST e Aids

O que falar, quando falar, até onde falar? Nem sempre a dúvida está apenas do lado de quem pergunta. Quem responde também pode estar repleto de questões. Quando o assunto é educação sexual então... Por onde começar? A sexóloga Laura Muller, do time de especialistas do portal Vivo Mais Saudável, pode ajudar a esclarecer o tema.

Dúvidas frequentes sobre a educação sexual

1. O seu mais recente livro, "Educação Sexual em 8 lições – Como orientar da infância à adolescência. Um guia para professores e pais", sugere mais participação da escola e da família. Como psicóloga sexual, você poderia falar sobre a importância disso?

Casa e escola são fundamentais na educação sexual da criança, do pré-adolescente e do adolescente. Os pais são os principais modelos dos filhos e também seu porto seguro. E a escola precisa seguir as orientações e os parâmetros curriculares nacionais, e incluir o tema sexualidade como transversal no ensino a partir dos 6 anos de idade.

2. Hoje, como você avalia a participação da televisão e da internet no acesso de crianças e adolescentes a temas relacionados a sexo e sexualidade?

A televisão, a internet e a mídia como um todo oferecem conteúdos de qualidade, podem ajudar na orientação de crianças, pré-adolescentes, jovens e principalmente dos adultos (pais e orientadores), mas é preciso que o adulto consiga separar o bom conteúdo dos que não são tão saudáveis assim. Há muita coisa negativa neste bombardeio da internet e da mídia e quem vai fazer o papel de filtro - para jovens, pré-adolescentes e crianças - serão os professores e os pais.

3. É possível dividir os conhecimentos sobre sexo importantes de serem abordados com crianças e adolescentes por faixas etárias? Poderia dar dicas que como conduzir a discussão?

Eu falo bastante sobre isso no livro "Educação Sexual em 8 lições", onde explico como orientar de 0 a 5 anos, de 6 a 11, de 12 a 14 e de 15 a 17. Para a escola a dica é, a partir dos 6 anos de idade, começar com conhecimentos básicos sobre o corpo, como as diferenças entre homens e mulheres e evoluir o conhecimento até que chegue em 3 eixos fundamentais para o jovem saber sobre sexualidade: doenças sexualmente transmissíveis (como evitar e como lidar), a prática do sexo em si (que inclui o afeto, o prazer e a diversidade sexual) e gravidez fora de hora (como evitar e lidar). Tudo deve ser explicado aos poucos, de acordo com a linguagem de cada faixa etária, mas é preciso chegar nestes conteúdos em algum momento, pelo menos a partir da pré-adolescência isto precisa ser bem esclarecido na escola, e a casa vai acompanhar este processo.

4. Como falar sobre diversidade sexual, comportamento sexual e cuidados com assédio, coação sexual e abuso?

Estas são questões bastante delicadas, complexas e doloridas, e a forma de falar desta e de qualquer outra questão é sempre do jeito mais franco, aberto e esclarecedor possível, é assim que a gente deve falar de educação sexual.

5. Mudanças físicas, hormonais e masturbação, como os pais podem se preparar para esta fase de descoberta?

Os pais precisam ter a atitude de buscar informação. O adulto de hoje muito provavelmente não teve aulas de educação sexual em sua infância e adolescência, então precisa se informar, seja em entrevistas como esta, em palestras, em livros, em sites com artigos confiáveis sobre educação sexual como o Vivo Mais Saudável, e no Vivo Sexualidade, onde você recebe dicas e mensagens. Tem muitas fontes que oferecem conteúdo de qualidade, mas os pais precisam buscar estas informações.

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