Eles falam declarações e loucuras de amor que já fizeram por uma mulher
No Dia internacional da Mulher, homens homenageiam as companheiras e contam como são românticos no relacionamento
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a coluna Elas Falam desta semana está um pouco diferente: ao invés de ouvir o público feminino falar sobre os homens, são eles que comentam e contam loucuras que já fizeram ou fariam por elas. A boa notícia é que os românticos não estão em extinção e a má, para alguns homens, é que podem se dar conta de que estão fazendo pouco e precisam de atitudes mais expressivas em relação ao amor que têm pelas parceiras.
Pedidos de casamento em lugares românticos, poemas, declarações em público e agir com cavalheirismo estão na lista do que os entrevistados fazem pelas amadas. O empresário Kim Hebert Padilha, 26 anos, começou a namorar aos 16, casou e hoje já tem mais de 10 anos de relacionamento com a mesma mulher. “Eu sempre quis demonstrar meu amor e carinho, seja numa carta ou em um poema, um presente ou jantar. Uma vez estávamos no shopping, eu a parei no corredor e comecei a beijar seus pés”, contou.
Ser romântico, segundo Kim, é “conquistar a companheira todos os dias” e desde o início ele agiu desta forma. Ainda no colégio, leu um poema declarando seu amor durante uma apresentação em homenagem às mulheres na escola. Eles se conheceram em Sorocaba e, quando Kim se mudou para São Paulo, não aguentou ficar longe da, então, noiva. Sem dinheiro, ele vendeu roupas pelas ruas e pegou um ônibus até Sorocaba. “Achava que ia viver de amor”, lembrou do fato ocorrido no início da relação.
O corretor Leandro de Mello, 33 anos, mora com a mulher há quatro, vividos com bastante romantismo: “vejo a minha felicidade quando faço algo que sei que ela irá gostar. Um presente, uma flor, uma surpresa, um jantar ou simplesmente estar ao seu lado e de repente encostar a minha perna na dela como se eu quisesse dizer: ’estou aqui com você’”. “O romântico não vira romântico, nasce”, completou.
O pedido
Um dos momentos mais esperados, ao menos pelas mulheres românticas, é o pedido de casamento. É a oportunidade também que muitos homens aproveitam para surpreender e impressionar a parceira. Leandro é um deles: “a pedi em casamento em uma viagem de navio, na parte mais alta dele, estava garoando e eu ajoelhei. As palavras faltaram, nada do que programei foi dito, mas consegui fazer da forma romântica que imaginei. Ela chorou e aceitou”.
Durante os três anos de namoro do engenheiro Jairo Madureira, 29 anos, ele passou meses morando no Rio Janeiro e em viagens profissionais em outros países. O assunto casamento já estava em pauta, mas o pedido foi inusitado: “recebi um convite para fazer um mestrado, por cinco meses, na Itália. Faltando uma semana, mandei flores com um cartão dizendo ‘quer se casar comigo?’ . Ela chorou, riu, foi um momento gostoso”.
O jornalista Dassler Marques, 28 anos, está com casamento marcado para o próximo mês e também planejou um pedido todo especial: “convoquei todos os familiares e fiz o pedido de surpresa. A Juliana ficou tão desconcertada que respondeu ‘acho que sim’, eu fiquei ainda mais desconcertado”, contou. Hoje, a cena é motivo para boas risadas.
O príncipe de todo dia
Ser o homem dos sonhos de uma mulher por um dia não é tão difícil, mas o trabalho para resguardar o relacionamento continua, segundo eles. “Preservo muito fazer elogios, reparar em uma roupa nova, ser cavalheiro - puxar a cadeira no restaurante e abrir a porta do carro. Um café da manhã surpresa, uma visita inesperada no fim da noite ou uma declaração”, enumerou Dassler as características que o tornam um homem romântico.
“Romantismo é o combustível do relacionamento, a única maneira de fazer a máquina do amor andar”, disse o gerente de concessionaria de rodovia, Waldir Gregnanini, 46 anos. “Mulher gosta de atenção, vive de elogio. Mandar flores, um jantar ou uma viagem surpresa são sempre bem-vindos”, acrescentou. Casado há 25 anos, o lema dele é: “o importante não é conquistar várias mulheres e, sim, conquistar todo dia a mulher que ama”.
O marceneiro de 52 anos, Carlos Dileva, após anos de casamento, descobriu que o amor se mostra em pequenos gestos cotidianos. Um exemplo é o que conta Kim: “ir ao shopping com ela parece fácil, mas imagina ficar rodando em lojas por horas com cara de feliz e trocando carícias: isso é amor”. Recém-casado, o designer Raphael Armando, 30 anos, concorda: “deixo explícito o meu amor no nosso dia-a-dia. Sempre faço declarações, para que tenha certeza o quanto é importante na minha vida.”
“Já gritei um ‘eu te amo’ bem alto, em cima do muro de uma casa na rua dela quando namorávamos; atrasava o relógio do bar do pai dela para buscá-la na porta da escola sem ele saber; e prometi a ele dar tudo o que ela quis um dia quando fomos morar juntos”, contou o publicitário Humberto Marcontes, 33 anos. No entanto, atualmente são os presentes, flores colhidas nas ruas para uma surpresa, viagens e passar a tarde comendo pipoca em frente ao lago do Parque do Ibirapuera que compõem os momentos especiais.
“Um alicerce, aquela pessoa que te faz melhor, que te completa, que faz às vezes ter mais sensibilidade nos momentos de pressão”, segundo Dassler. “Força, inteligência, capacidade, aliada a sentimento, delicadeza e amor”, qualificou Waldir. “Me dá a segurança de estar com a pessoa certa para alcançar meus sonhos”, contou Humberto. “Ela é meu caminho, minha direção, o apoio que espero ter”, afirmou Leandro. “A mulher é capaz de nos construir e nos destruir, é o nosso norte”, afirmou Raphael. “Mãe, amiga, esposa e companheira”, completou Carlos.
Um defeito? A indecisão, segundo eles. “É um tal de ‘eu quero isso, não quero mais’, a instabilidade é o que mais complica”, disse Jairo. O homem, segundo Kim, é mais decidido e a insegurança feminina acaba deixando-o sem entender nada. Para lidar com esta característica feminina, Waldir “espera ela falar, não responde nada na lata e sempre pensa duas vezes antes de dizer algo”. Já Humberto confessa que “não seria louco de tentar entendê-las”. De qualquer forma, é o que diz Carlos: “é isso que fascina, se não fosse assim, que graça teriam?”.
