Filhos de pais divorciados podem ser mais suscetíveis a desenvolver problemas de saúde mais tarde durante a vida, segundo estudo da Universidade College London, divulgada no jornal Daily Mail. Os pesquisadores descobriram que pessoas cujos pais se separaram antes de atingirem 16 anos têm níveis maiores de proteína reativa C - um marcador de inflamação presente no sangue que está associado a um risco maior de doenças cardíacas e de diabetes tipo 2.
O estudo, publicado na revista Psychoneuroendocrinology, incluiu amostras de 7462 pessoas colhidas aos 44 anos, que participaram de uma pesquisa de 1958 sobre o desenvolvimento nacional de crianças.
Rebecca Lacey, principal autora do estudo, explicou que os problemas que costuma surgir após o divórcio, como dificuldades econômicas, poderiam ser culpadaos pela disparidade das condições de saúde e não a separação em si.
"Nosso estudo sugere que não é o divórcio dos pais ou a separação por si só que aumenta o risco de inflamações, mas que é outras desvantagens sociais, que surgem a partir do divórcio dos pais que são importantes", disse ela.
Esta não é a primeira vez que uma ligação foi encontrada entre o divórcio e a saúde das crianças. Em 2011, pesquisadores apontaram que os filhos do divórcio são mais propensos a pensar em suicídio mais tarde em suas vidas do que as crianças cujos pais permaneciam juntos.
Confira 10 pesquisas recentes sobre divórcio:
Divisão de tarefas De acordo com um estudo norueguês, divulgado em agosto de 2012, a taxa de divórcio entre casais que dividem as tarefas domésticas é aproximadamente 50% maior do que em casos em que a mulher assume essa função. Porém, outras pesquisas indicam que a alta taxa de divórcio tem mais a ver com valores e atitudes modernas, como considerar o casamento menos sagrado
Foto: Getty Images
Predisposição genética Em 2012, cientistas suecos divulgaram um estudo que sugere que um gene específico pode explicar por que algumas mulheres têm dificuldade em se comprometer e permanecer em um relacionamento. Segundo cientistas, as mulheres que possuem uma variação no gene receptor de ocitocina eram menos propensas a se casar devido a uma dificuldade em sentir uma ligação com outra pessoa. Aquelas que mesmo assim se casaram eram 50% mais propensas a relatar "crise conjugal ou ameaça de divórcio"
Foto: Getty Images
Participação dos sogros Uma pesquisa de 26 anos da Universidade de Michigan indicou que quando o marido possui uma relação estreita com os pais da mulher o risco de divórcio é 20% menor. Por outro lado, quando a mulher relata uma relação próxima com os sogros a chance de separação é 20% maior. Para o pesquisador Terry Orbuch isso acontece, pois muitas mulheres veem os sogros como intrusos enquanto o homem enxerga a relação de uma forma diferente
Foto: Getty Images
Relação de divórcio e consumo de álcool Um estudo da Universidade de Cincinnati constatou que os homens são mais propensos a recorrer a beber depois do divórcio do que as mulheres. Além disso, a pesquisa sugere que as mulheres casadas bebem mais do que os seus amigas divorciadas ou viúvas - em parte porque estas viveram com homens que tinham níveis mais altos de consumo de álcool
Foto: Getty Images
Dúvidas Não ignore o nervosismo pré-casamento: isso pode sinalizar problemas futuros, de acordo com um estudo do UCLA. A pesquisa consultou 232 recém-casados se eles já tinham se sentido incertos ou hesitantes sobre o casamento depois de ficarem noivos. Os pesquisadores acompanharam os casais pelos primeiros quatro anos. Justin Lavner, um dos especialistas, explicou que as dúvidas antes do casamento têm ligação com a taxa de divórcio, especialmente quando a incerteza é da mulher. Dezenove por cento dos casais em que a noiva tinha dúvidas se divorciou enquanto 8% daqueles nos quais as mulheres tinham certeza se separou. Já a incerteza do noivo parece menos significante, embora o índice de divórcio entre aqueles que tinham dúvida também seja maior, 14% contra 9%.
Foto: Getty Images
Traição De acordo com estudo da Universidade de Florença, mortes súbitas durante o sesxo são mais comuns entre homens estão em uma relação extraconjugal do que com a mulher. A infidelidade também foi associada a um risco maior de eventos cardiovasculares, incluindo ataques cardíacos fatais. "Sexo fora do casamento pode ser perigoso e estressante, porque o amante é muitas vezes mais novo do que o parceiro principal e, provavelmente, o sexo ocorre mais frequentemente após consumo excessivo de álcool e/ou comida. É possível que o encontro secreto seja ainda em um ambiente diferente, o que pode aumentar significativamente a pressão arterial e a frequência cardíaca, levando ao aumento da demanda de oxigênio", explicou a pesquisadora Alessandra Fisher
Foto: Getty Images
Morar junto Viver juntos antes do casamento não é mais um forte indicador de divórcio, de acordo com um estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças. A pesquisa incluiu 22 mil pessoas e descobriu que aqueles que foram noivos e moraram juntos antes do casamento tinham tantas chances de chegar a 15 anos de casados do que os casais que não coabitaram. Já aqueles que moraram juntos, mas não eram noivos eram menos propensos a se manterem juntos por 10 a 15 anos
Foto: Getty Images
Custos do divórcio Mais casais estão optando por separações conjugais de longo prazo porque não podem se dar ao luxo de fazer o divórcio, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Ohio State. A pesquisa consultou 7272 pessoas entre 1979 e 2008. A maioria relatou que o divórcio aconteceu em até três anos depois da separação. Porém, 15% das pessoas que se separaram não obtiveram o divórcio nos primeiros 10 anos devido o alto custo, especialmente quando há envolvimento de crianças
Foto: Getty Images
Divórcio e doença Os efeitos do divórcio sobre a saúde do casal são mais intensos entre os jovens, de acordo com pesquisa da Universidade do Estado de Michigan. O sociólogo Hui Liu, analisou relatos sobre a própria saúde de 1282 pessoas durante 15 anos, observando as diferenças no bem-estar entre aqueles que continuavam casados e os divorciados. Entre os divorciados, o pesquisador percebeu que os que haviam se separado mais jovens tinham mais problemas de saúde do que aqueles que passaram pela experiência mais tarde. Segundo ele, as descobertas sugerem que as pessoas mais velhas têm mais condições de enfrentar e lidar com o estresse causado pelo divórcio
Foto: Getty Images
Ligação entre hora extra e divórcio Um estudo divulgado pela European Economic Review revelou que mulheres que trabalham 12 minutos extras por semana têm 1% mais risco de rompimento conjugal. Segundo o pesquisador Berkay Ozcan, trabalhar horas a mais é uma forma de seguro para mulheres quando o casamento não vai bem. O estudo também descobriu que não há nenhuma forte evidencia de que homens ajam da mesma forma