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Laura Muller: "Ninguém é obrigado a se masturbar, mas é excelente”

Aos 53 anos, sexóloga lança primeira linha de produtos íntimos e diz que profissão deu liberdade para falar de sexo com sua mãe

13 jun 2023 - 05h00
(atualizado às 15h34)
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Quem cresceu assistindo "Altas Horas", provavelmente sofreu influência da sexóloga Laura Muller na hora de sanar dúvidas sobre prazer e sexo. A especialista, que ficou conhecida nacionalmente respondendo a perguntas de jovens da plateia do programa comandado por Serginho Groisman, acaba de lançar a sua primeira linha de produtos íntimos em parceria com a empresa de wellness sexual INTT Cosméticos.

"Sempre foi um desejo meu, de trazer produtos que podem complementar o prazer pra uma galera que não conhece sex toys - os famosos brinquedos sexuais. A coleção foi pensada pra incentivar pessoas a se aproximarem de brinquedos eróticos de um jeito suave", conta Laura, defensora da educação e liberdade sexual.

"Ninguém é obrigado a fazer nada, a se masturbar, a usar brinquedos eróticos... quem estiver com vontade de se abrir a esse prazer, pode ser uma excelente dica", garante.

Sexo ainda é proibido

Esse passo acompanha outras mudanças de sua carreira, além de seguir uma tendência pós-pandemia, que é do mercado de sexual wellness. Há cerca de dois anos, Laura lançou o próprio canal no Youtube, e isso permitiu que ela falasse de maneira mais aberta sobre produtinhos eróticos. A criação da própria linha, portanto, foi um movimento “já esperado”.

"Sinto, sim, que as pessoas têm se aberto cada vez mais a falar sobre sexualidade, mas vejo também que sexo ainda é um assunto tabu da nossa cultura e que a gente ainda tem muito a caminhar", diz a sexóloga, que comenta que nem sempre teve essa “mente aberta" para o tema.

Sexo em casa

Assim como muitas de nós, Laura “demorou" para ter contato com o tema prazer. "Tenho 53 de idade e minha mãe tem trinta a mais do que eu. Em casa a gente não falava sobre isso, e também não tive aulas de educação sexual na escola. Comecei a explorar o assunto por uma decisão profissional".

Há pouco tempo, uma polêmica envolvendo a apresentadora Angélica (que sugeriu que as filhas dessem vibradores de presente para as mães no Dia das Mães) repercutiu na mídia e dividiu opiniões. A sexóloga conta que nem sempre teve liberdade para conversar com a mãe, Myrthes Muller, sobre o tema, mas que hoje em dia a mãe é sua fã número 1.

"Ela sempre assiste as coisas que eu faço na TV, lê os livros que eu publico, as colunas, e, inclusive, provavelmente vai ler essa entrevista aqui. Hoje, ela é minha superfã, mas é importante a gente dizer que o adulto de hoje, que tem na faixa de 40, 50, 60 anos, não passou por educação sexual na infância e na adolescência. Falar sobre sexualidade mais abertamente é coisa dos novos tempos. Ainda bem, né", pontua a especialista.

"Essa imagem de que mãe não sente prazer faz parte da nossa cultura, que tem uma série de mitos e tabus para sexualidade. Mas é importante a gente entender que cada pessoa pode e deve viver o seu prazer no seu tempo", afirma.

Seu próprio prazer

Seja para aqueles que estão afim de usar brinquedos eróticos pela primeira vez, ou para aqueles que querem apimentar a rotina, Laura dá dicas. Segundo ela, "dá pra sentir prazer a qualquer momento” – desde que haja espaço para isso. "Para tocar o próprio corpo, é preciso estar relaxada, tranquila e com tempo. Cada pessoa vai saber com qual o seu tempo ideal de acordo com o estilo de vida que segue”, acredita Laura.

Para a especialista, a masturbação é uma forma da pessoa descobrir o próprio caminho para o orgasmo e isso facilita, também o prazer com o parceiro. "Quando você descobre suas zonas erógenas, você leva essas descobertas para relação a dois".

'Pepecare'

A linha conta com quatro produtos que são voltados para o prazer sexual feminino - vela aromática, um lubrificante à base d´água, um sérum e um kit composto de um bullet com lubrificante.. Entre os itens, o sérum para hidratar a região genital é o destaque. A ideia é estimular o cuidado íntimo diário (uma espécie de pepecare, primo do skin care) com as regiões íntimas.

"A gente cuida da pele, hidrata o rosto, tudo, né né? Se cuidamos de outras áreas com produtos específicos, por que não podemos fazer o mesmo com a vulva?”, defende.

Fonte: Redação Terra Você
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