Usar vibrador demais faz mal? Como escolher um? Sexóloga explica
Item tem virado um grande amigo quando o assunto é prazer e autoconhecimento
Ele tem virado o queridinho em todo o Brasil, especialmente com o público feminino. O vibrador tem várias formas, tamanhos, velocidade e finalidade. E o melhor: sua única obrigação é dar prazer!
Muitas dúvidas ainda giram em torno dessa ferramenta: o uso em excesso faz mal? Como escolher o melhor? Homens também podem usar?
Katiuscia Leão, sexóloga e mestre em Sexologia pela ISEP (Madrid), alerta que usar demais pode sim causar certa “dependência” - e isso tem tudo a ver com a maneira como enxergamos o prazer. “Será que prazer é só no momento do orgasmo? Na minha opinião, como profissional, o antes pode ser muito mais prazeroso”.
Ela ainda puxa a orelha: os parceiros precisam investir nas preliminares, viu?! “Curtir os beijos, abraços e permitir ser amada pelo parceiro ou parceira nos permite sentir pertencentes do mundo do outro, aceitas, amadas e desejadas”, completa.
Existe vibrador para a próstata, inclusive - adianta a especialista. “A próstata é uma região muito prazerosa quando estimulada corretamente e existem cursos para isso. Ensino minhas clientes quando o casal decide explorar o corpo com novas possibilidades e ampliar o prazer. Para o homem, é uma experiência maravilhosa, além de quebrar muitos paradigmas e tabus com o próprio prazer. O homem que permite o despertar do prazer é um homem criativo e está disposto a experimentar novas sensações”, pontua.
Como escolher o ideal?
Vamos deixar uma coisa registrada aqui: se masturbar é extremamente importante para o processo de autoconhecimento. Com vibrador ou não, se tocar é se permitir entender o que gosta ou o que não gosta, se descobrir sozinha para depois se descobrir com o outro. Ah, e vale também aquela máxima: mais vale uma gozada em casa do que um date com um boy terrível, não é?!
“Muitas de nós fomos inseridas em um ambiente onde tudo era pecado, inclusive se masturbar, mas hoje, podemos sair dessa caixa que tentaram nos colocar, a caixa do NÃO, não pode isso, não aquilo”, garante Katiuscia Leão.
Como escolher um vibrador?
Se tocar é importante inclusive para escolher o modelo ideal do vibrador. Existem centenas de tipos de vibradores no mercado erótico e testar um por um pode ser uma tarefa difícil (apesar de deliciosa).
A sexóloga deixou uma dica: “Mulheres iniciantes, indico o bullet seven, que tem 7 vibrações. Você inicia na primeira velocidade e vai aumentando aos poucos. Pode causar sensibilidade e desconforto, então vá devagar. Mulheres com o clitóris pequeno, indico o vibrador que tem um nome carinhoso de ‘varinha mágica’. Para as mulheres com o clitóris um pouco mais desenvolvido, indico o vibrador clitoriano satisfyer, que suga e vibra ao mesmo tempo”.
Katiuscia, que comprou seu primeiro vibrador aos meus 37 anos, conta que foi uma descoberta fantástica de orgasmos múltiplos. “Toda mulher deveria ter um vibrador em casa”, indica.
Fomos ensinadas que prazer é só para o homem
Esta repórter que vos fala, por exemplo, só foi parar de ter vergonha da masturbação lá pelos 18 anos. Desde então, hoje com 24, me permito experienciar e viver meu corpo de forma livre e sem tabus. Comprei meu primeiro vibrador este ano e estou amando! Ele é um massageador do Ponto G, sugador de clitóris e ainda tem possibilidade de penetração.
Como disse Katiuscia Leão para esta matéria, o autoconhecimento e o prazer andam de mãos dadas. Não fomos ensinadas e motivadas a despertar o autoconhecimento, mas isso já virou prioridade para muitas. Quantas vezes você e seu namorado, sozinhos, se masturbam, por exemplo?
“Enquanto a mulher foi inserida no mundo de obrigações, os homens foram inseridos no mundo dos prazeres onde o poder domina. Hoje, temos uma gama de possibilidade de despertar o prazer, basta ligar o foda-se para as crenças e curtir o prazer de uma forma intensa”, conclui a sexóloga.