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'Ninguém quer ser o mártir', diz Spartakus sobre Marielle

Dono de um canal com mais de 3,3 milhões de visualizações, youtuber luta contra racismo e homofobia

14 mar 2019 - 14h19
(atualizado às 14h26)
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Spartakus Santiago transformou os 'textões' da internet em um canal no YouTube. Agora, seus vídeos didáticos sobre racismo e homofobia reúnem mais de 3,3 milhões de visualizações. O publicitário tornou mais fácil para todo mundo desconstruir aqueles preconceitos enraizados. Porém, por trás da câmera e dos likes nas redes sociais a vida de ativista não é nada simples.

As agressões virtuais fazem parte do cotidiano, tanto que Spartakus adotou a medida de não divulgar com antecedência os eventos em que irá. Um cuidado para que a violência não faça parte também da vida offline.

O youtuber Spartakus Santiago fala sobre racismo e homofobia
O youtuber Spartakus Santiago fala sobre racismo e homofobia
Foto: Divulgação / Estadão Conteúdo

"Todo ativista sabe o que aconteceu com Marielle e ninguém quer ser o próximo mártir. A gente vive com um pouco de medo. Temos que ser muito estratégicos para saber quando falar para ser ouvido e continuar vivo", diz Santiago.

O youtuber busca sempre abordar assuntos que estão sendo discutidos pela sociedade, no entanto confessa que não fala a respeito de todos os temas que lhe incomodam. "Temos que escolher nossas batalhas. Se eu for meter o dedo na ferida de tudo, posso me tornar o próximo Jean Wyllys e isso não dá."

'Vamos falar besteira sim, faz parte. Somos youtubers'

Spartakus defende que mais negros devem tomar coragem para expor suas opiniões na internet. "Vamos falar besteira sim, faz parte. Somos youtubers. Não somo intelectuais e é isso. Depois a gente entende, retira o que disse e aprende com o processo. Faz parte."

Além dos haters e da autocrítica, os donos de canais no YouTube ainda têm de lidar com os critérios da rede social que determinam o alcance dos conteúdos. "Existem youtubers com depressão e ansiedade. As pessoas correm para fazer vídeos e acabam falando coisas vazias e que não as representam. Eu tomo cuidado para não me tornar invisível, mas também não quero ser uma vítima do algoritmo."

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Estadão
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