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'Turma da Mônica' ganha personagem com distrofia muscular de Duchenne

Primeira revista com a história de Edu, de nove anos, será lançada em março

26 fev 2019 - 15h52
(atualizado às 16h07)
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Edu, de nove anos, tem distrofia muscular de Duchenne e vai integrar a 'Turma da Mônica' em algumas histórias.
Edu, de nove anos, tem distrofia muscular de Duchenne e vai integrar a 'Turma da Mônica' em algumas histórias.
Foto: Mauricio de Sousa Produções/Divulgação / Estadão

Representatividade e inclusão social têm feito parte da Mauricio de Sousa Produções, e a Turma da Mônica ganha cada vez mais novos amigos. Desta vez, os personagens do bairro do Limoeiro darão as boas-vindas a Edu, um menino de nove anos que tem distrofia muscular de Duchenne (DMD).

Além de alertar para a importância do diagnóstico precoce, as histórias com o novo integrante da turma vai passar mensagens de inclusão e respeito. A primeira revista, que mostra a chegada de Edu à escola, será lançada em março durante o 15º Congresso Paulista de Pediatria. O material será doado para associações de pacientes com a doença, médicos e também estará disponível na internet.

"Provavelmente, não temos noção de quantas pessoas podem estar passando por esses sintomas e desconhecerem [a doença], então vamos divulgar isso para ajudar bastante. Vamos tratar de forma otimista, levar mensagem de carinho, esperança e mostrar que a vida pode ser vivida de qualquer maneira, com segurança, carinho e atenção", disse Mauricio de Sousa.

O criador da Turma da Mônica marcou presença no lançamento do projeto editorial Cada Passo Importa, que conta a história de Edu. A ideia do personagem partiu da Sarepta, empresa de medicamentos genéticos para doenças neuromusculares raras.

"A ideia surgiu numa discussão interna nossa, mas essa ideia não faria sentido se não fosse a equipe do Mauricio, se a gente não pudesse transformar isso em desenho, de uma forma lúdica, para sensibilizar crianças, professores, famílias", disse Fábio Ivankovich, diretor-geral da Sarepta.

Capa da primeira revista da 'Turma da Mônica' com personagem que tem distrofia muscular de Duchenne.
Capa da primeira revista da 'Turma da Mônica' com personagem que tem distrofia muscular de Duchenne.
Foto: Mauricio de Sousa Produções/Divulgação / Estadão

Sem dar spoilers, ele conta que a primeira revista mostrará a chegada de Edu à escola e a turma acolhendo o novo estudante, "entendendo as dificuldades dele, conseguindo interagir e tornando-o uma criança 'normal', que gosta de desenho, de arte e que tem um cachorro chamado Sapeca". Segundo Ivankovich, a ideia é lançar três revistas este ano: uma em março, outra no meio do ano e a última em setembro, perto do Dia Internacional de Conscientização sobre DMD.

Inclusão e representatividade na Turma da Mônica

Além de Edu, a Mauricio de Sousa Produções já criou outros personagens com algum tipo de deficiência. A mais recente é a Dorinha, que anda acompanhada de seu fiel amigo canino por ela ser deficiente visual. Há ainda um deficiente auditivo, um cadeirante e uma menina com síndrome de Down.

Para Mauricio de Sousa, criar esses personagens é natural, mas ele admite que "atrasou um pouquinho porque estava meio distraído". "Aí me lembrei que, na minha infância, eu tinha uma porção de amiguinhos com algum tipo de deficiência, então eu não estava sendo fiel à realidade da vida, comigo, com meu estúdio, com minha criação. Então, eu comecei a pesquisar as diversas síndromes para que a gente pudesse criar coisas que fossem coerentes com a realidade que não trouxesse nenhum tipo de preconceito - porque às vezes a gente não percebe que está sendo contaminado", disse o cartunista ao E+.

Assim, para não cometer gafes, Mauricio e os roteiristas do estúdio foram conversar com diversas pessoas e instituições, como a Fundação Dorina Nowill, atletas paralímpicos e associação de surdos, para "criar personagens críveis".

Há pouco mais de um ano, o cartunista apresentou ao público a Milena, uma menina negra que pertence à família Sustenido, nova no bairro do Limoeiro. O retorno foi positivo - "está fazendo muito sucesso" - e agora as crianças pedem uma boneca negra.

"Estou atrás disso, querendo perceber como podemos chegar perto de crianças de todos os níveis, de todas as condições ou doenças", afirmou Mauricio que pretende criar outros personagens que promovam inclusão. "Vamos continuar com isso, porque o mundo é grande e as necessidades de representatividade são vitais para elas [as crianças], então temos que continuar com essa busca", disse.

Estadão
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