Entenda a crise da quiet quitting e do quiet hiring
Nos últimos anos, estamos testemunhando uma transformação no mercado de trabalho, marcada por fenômenos como o quiet quitting e o quiet hiring, que refletem a tensão entre colaboradores e empresas. O termo quiet quitting, que descreve quando um profissional se limita a cumprir apenas o mínimo necessário, ilustra uma insatisfação silenciosa e, muitas vezes, um grito por equilíbrio. Ao invés de se dedicar além do esperado, esses colaboradores priorizam o próprio bem-estar, entregando apenas o essencial e rejeitando o modelo de comprometimento "24/7". Este fenômeno não é apenas um ato de desmotivação, mas uma reação legítima a culturas organizacionais que falham em oferecer reconhecimento e propósito.
A pandemia foi um divisor de águas. Trouxe a qualidade de vida e o propósito para o centro da conversa e revelou um fato claro: o modelo antigo de trabalho não é sustentável. No passado, a ideia de "vestir a camisa" da empresa era vista como o caminho para o sucesso profissional. Hoje, essa visão é contestada, especialmente quando o retorno em reconhecimento e desenvolvimento é insuficiente. O quiet quitting pode ser visto como um protesto silencioso contra um modelo de trabalho que muitas vezes consome demais e devolve de menos.
Como resposta a essa realidade, algumas empresas começaram a adotar o quiet hiring – uma estratégia que busca preencher lacunas internas sem necessariamente realizar novas contratações. Nesse modelo, profissionais já empregados assumem novas responsabilidades e desafios, o que pode ser vantajoso em empresas que promovem oportunidades de desenvolvimento real e alinhado com os interesses do colaborador.