Vovó e sexóloga: “Neto também pode ensinar a avó a usar vibrador"

Em 2022 a mãe de Chris Marcello, dona Walkiria (83), pediu um vibrador para a filha. E quem ensinou a avó a usar o sex toy foi o neto dela, Brunno (filho de Marcello). Chris gravou o momento e publicou o vídeo na internet; não demorou para que as imagens viralizassem.

"Eu não tive a oportunidade de ter essa conversa com minha mãe lá atrás. Que bom que a gente agora pode se abrir de novo pro assunto 'sexo' através de dialógos com nossos netos”, acredita.

Chris também é avó de uma criança de 2 anos. Além disso, é sexóloga e CEO da Sophie Sensual Feelings, e foi por esse motivo que dona Walkiria se interessou pelo mundo dos sex toys.

"A gente sabe que a sexualidade é supertabu e quando pensa nas mulheres da minha idade (56), de 60, 50 anos, muitas delas ainda não conversaram sobre prazer. Não é uma coisa natural, e eu acredito que temos que levantar essa bandeira, falar sobre o assunto, ensinar a mulher a entrar e contato com o próprio corpo; isso é importante".

Aliás, uma das bandeiras da Sophie é empoderar mulheres sexualmente. "Sexo é prazer, saúde, intimidade, autoconhecimento", e por isso o tema não devia ter limitação de idade ou fase de vida, defende a empreendedora. Neste dia dos avôs, 26 de julho, ela conversou com o Terra Você sobre os negócios, sexualidade e, claro, o neto.

Sede de viver

Chris divide a rotina entre gerir a Sophie Sensual Feelings e aproveitar o tempo livre com o neto. Em 2022, ela foi diagnosticada com câncer de mama e Marcello, então com seis meses, foi um dos principais motivos para ela enfrentar e dedicar-se ao tratamento.

"No dia que recebi o diagnóstico a única coisa que eu pensava era ‘meu neto só tem seis meses e eu não tive tempo para curtir ele’. Queria criar memórias boas, neto tem essa coisa da gente tentar fazer o que não tivemos oportunidade de fazer com os filhos”, relembra. "Não me sinto uma avó comum, sou uma avó que trabalha com sexualidade, que fala que goza, que tem vibrador, mas cada um tem um jeito, né?".

Durante e depois do tratamento contra o câncer de mama, Chris teve que enfrentar uma certa desconexão com o prazer, já que os seios eram suas fontes iniciais de excitação. O vibrador foi importante neste momento.

“Utilizava o sex toy na região, assim redescobri a sensibilidade na área. Eu vejo a sexualidade como parte do nosso bem-estar físico, social e emocional. Ter contato com essa área foi fundamental para o meu tratamento”, declara a empreendedora.

A Sophie Feelings

"A Sophie foi um divisor de águas no mercado erótico, criando este recorte de bem-estar sexual com um olhar feminino para a jornada de prazer da mulher. Amadurecemos em propósito, o que garantiu um valor intangível de imagem de marca, que vem sendo construído desde o final de 2016, no seu pré-lançamento. Nossos alicerces foram sendo firmados para este momento de estruturação e crescimento exponencial. É um momento de muito trabalho, mas também que celebra o reconhecimento do que foi feito até aqui", comenta Chris.

A marca produz e distribui cosméticos para o autocuidado e bem-estar sexual, há seis anos. Todas as formulações são veganas, livres de parabeno e não são testadas em animais. A Sophie traz um toque de sofisticação na harmonia da identidade visual das embalagens, em fragrâncias elaboradas e texturas inusitadas e tenta “retirar” esta categoria do sex shop.

Inclusive, as menções a “bem-estar sexual” no Twitter cresceram seis vezes no período entre 2018 e 2021. Desde então, o segmento vem ganhando força no Brasil, com entrantes que reforçam o mesmo olhar e surfam na mesma onda, garantindo maior expressão e atratividade para o setor que estima atingir US$ 108 bilhões globalmente até 2027 e pretende crescer 50% em 2023.