Comunicação: a alma do negócio
Apesar de, muitas vezes, ser um ponto deixado de lado, a forma como a marca conversa com seu público é o que define o seu espaço no mercado Muitos são os critérios observados para definir o bom andamento de uma empresa, mas alguns deles acabam não sendo tratados com a devida importância. É o caso […]
Apesar de, muitas vezes, ser um ponto deixado de lado, a forma como a marca conversa com seu público é o que define o seu espaço no mercado
Muitos são os critérios observados para definir o bom andamento de uma empresa, mas alguns deles acabam não sendo tratados com a devida importância. É o caso da comunicação, seja ela interna ou externa, que muitas vezes é uma área deixada de lado por muitos líderes, apesar de seu papel importantíssimo na promoção da cultura da empresa. Quem vai nos ajudar a mergulhar nesse assunto é Phelipe Siani, jornalista, apresentador, empresário e palestrante, criador do método Comeduxão (educação, conexão e comunicação de alta performance).
É preciso falar a mesma língua
O profissional pontua que um dos principais pontos da comunicação interna é justamente fazer com que todo mundo 'fale o mesmo idioma'. "Temos um problema muito grande nas empresas que, às vezes, se posicionam para o mercado de um jeito e se posicionam de outra maneira, completamente diferente, para dentro da empresa. E os funcionários não conseguem se engajar", comenta.
O método Comeduxão
O principal objetivo do método Comeduxão, criado por Phelipe Siani, é ajudar empresas a aplicarem técnicas de comunicação e, com isso, colaborar com o processo estratégico e de vendas de cada uma delas. Segundo ele, a principal dificuldade encontrada nesse trajeto e que, muitas vezes, compromete os resultados, é não ter a constância necessária dessa comunicação. "É preciso sempre repetir o mesmo discurso de quem ela é, do que ela faz, para assim educar esse mercado. Comunicação é também sobre repetição, sobre uma eficácia que vem com um processo de insistência. É algo que precisa ser feito tanto para o mercado quanto para dentro. Porque senão os funcionários mudam, as pessoas esquecem o que foi dito, esquecem o que foi divulgado, etc.", explica o palestrante.
Onde as marcas tropeçam
Assim, ele enfatiza que o principal erro cometido pelas marcas ao estabelecer uma comunicação é se distanciar demais do público-alvo. "Isso acontece, por exemplo, ao fazer um vídeo institucional cheio de palavras bonitas, mas genéricas, que não expliquem o que a empresa faz, e que não fale o idioma de quem está assistindo, acompanhando, lendo, visitando a página", aponta.
Dessa forma, Siani indica que gera-se uma comunicação comoditizada. "Uma commodity de comunicação que não engaja, que não mostra, às vezes, nem o que a empresa faz. Só fala em termos técnicos e de um jeito que o mercado entende. O concorrente ou os técnicos acham tudo muito lindo, mas o cliente em potencial vai embora, porque não faz ideia do que a empresa faz", reforça.
Precisa ser tão formal?
Ao considerarmos a 'realidade digital' em que vivemos hoje, muitas marcas acabam se sentindo perdidas em relação à forma de linguagem que deve ser aplicada para a comunicação entre marca e potenciais clientes. De acordo com Siani, muitas pessoas cometem um equívoco ao acharem que utilizar uma linguagem coloquial pode descredibilizar a empresa de alguma forma. "Informal não significa sem credibilidade, jocosa ou rasa. Você pode ter um jeito autêntico de falar, isso não é, necessariamente, formal ou informal", pontua.
Para ele, esse é o segredo: a naturalidade da comunicação. "A empresa precisa ter uma cartilha de comunicação. Como é que vamos responder? Como é que vamos escrever os nossos comunicados, os nossos contratos? Essa simplificação precisa ser única, e precisa seguir a cartilha da área de comunicação dessa empresa, para que, acima de tudo, formal ou informal, ela seja autêntica."
Um aliado na hora da crise
Além de impor a forma como a marca se apresenta, a comunicação precisa ser parte essencial de uma gestão de negócios, especialmente ao lidar com momentos de crise, já que, de acordo com a atuação, ela pode tanto amenizar, como intensificar situações delicadas. O jornalista e empresário Phelipe Siani reconhece que essa é uma das áreas que mais sofrem e, por isso, precisa ser tratada com cuidado nessas fases específicas. "Como vamos responder para o mercado, principalmente, com qual agilidade?", questiona. E ele completa com uma reflexão: "Temos exemplos de empresas muito importantes que tiveram momentos de crise, demoraram muito para se posicionar e tiveram um prejuízo absurdo na própria imagem, porque a estratégia de comunicação foi um fiasco. Por isso, a comunicação precisa estar sempre alinhada, no sentido de saber quem é a empresa, para onde ela está indo e como ela age nesse tipo de situação." Saber se posicionar é um passo importante para vencer a crise!
É preciso alinhar
E para que essa cartilha seja, de fato, eficaz, Phelipe Siani ressalta que é preciso que ela seja um ponto crucial a ser seguido dentro do ambiente de trabalho. "A área de comunicação da empresa precisa, tanto para fora, quanto para dentro, dizer como esse negócio age. Todos precisam seguir a mesma cartilha", afirma. "Claro, todo mundo tem o direito de dar pitadas da própria autenticidade, mas desde que esteja dentro desse organismo, que tem uma voz, uma cara, e que precisa ter uma alma", acrescenta e conclui o empresário e palestrante.