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Crianças que fazem xixi na cama podem ter distúrbio do sono; entenda

O pediatra Gustavo Moreira, médico do Instituto do Sono, fala sobre a apneia obstrutiva do sono, uma das causas do xixi na cama na infância

10 out 2022 - 17h07
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Crianças que fazem xixi na cama podem ter distúrbio do sono; entenda
Crianças que fazem xixi na cama podem ter distúrbio do sono; entenda
Foto: Shutterstock / Alto Astral

O famoso "xixi na cama", também chamado de enurese noturna, é uma condição que afeta cerca de 15% das crianças a partir dos cinco anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), e pode estar associada a condições físicas, genéticas, hormonais e emocionais.

Contudo, uma causa pouco conhecida que leva os pequenos a fazerem xixi na cama durante a noite é a apneia obstrutiva do sono, um distúrbio que tem no ronco um dos principais sintomas. "Os pais precisam levar o filho que ronca frequentemente ao médico para que seja feita uma investigação", adverte o pediatra Gustavo Moreira, médico pediatra do Instituto do Sono.

A apneia obstrutiva é causada pelo fechamento total ou parcial das vias aéreas durante o sono, provocando a parada momentânea da respiração. Segundo a Fundação Nacional do Sono, nos Estados Unidos, o distúrbio leva à enurese noturna porque acelera a produção de um hormônio, chamado peptídeo natriurético atrial, impelindo os rins a excretarem urina extra durante o sono.

Apneia obstrutiva: diagnóstico e tratamento

O ronco três vezes por semana, engasgos noturnos, respiração pela boca, sono agitado e hiperatividade durante o dia são sintomas de apneia obstrutiva do sono. O transtorno acomete entre 1% a 5% das crianças, especialmente dos 2 a 8 anos de idade. Se não tratado, pode afetar o aprendizado e retardar o crescimento, elevando a hipertensão arterial e aumentando o risco de doenças cardíacas na vida adulta.

O xixi na cama pode afetar a autoestima da criança e deve ser investigado –
O xixi na cama pode afetar a autoestima da criança e deve ser investigado –
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Na infância, os fatores de risco para apneia obstrutiva são as amígdalas e/ou adenoide grandes, obesidade, conformação dos ossos da face que levam à respiração pela boca, rinite alérgica e histórico familiar. O diagnóstico é feito após a realização da polissonografia, um exame não invasivo que mede a atividade respiratória, muscular e cerebral durante o sono.

Diante do resultado, o médico irá prescrever o tratamento, que pode envolver desde dieta até a cirurgia para a remoção das amígdalas e da adenoide. Agora, se tiver rinite, o pequeno paciente terá que passar por um tratamento específico. Isso porque as alergias podem causar inchaço e congestão nasal.

No entanto, em outros casos, o médico encaminhará a criança para avaliações ortodônticas, que irão detectar possíveis anomalias como respiração oral, mordidas aberta ou cruzada, face alongada e crescimento mandibular reduzido.

Informe-se!

Além disso, para orientar os pais sobre a apneia obstrutiva, o Instituto do Sono, com apoio da AFIP (Associação Fundo de Assistência à Pesquisa), dedicou um fascículo da coleção de gibis Dona Ciência ao tema. Os interessados podem acessar o conteúdo gratuitamente pelo site do instituto. 

Idealizada pela Dra. Monica Andersen, Diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono, a coleção apresenta a Ciência, seus conceitos e descobertas para crianças e adolescentes, de forma lúdica e simplificada. Leia e saiba mais!

Fonte: Gustavo Moreira, médico pediatra do Instituto do Sono.

Alto Astral
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