Bebê quase tem ponta do pênis amputada por causa de fio de cabelo
Os médicos alertam para o risco do quadro, comum em crianças cuja mãe está passando por uma queda capilar no pós-parto
Assim como nos adultos, a saúde íntima das crianças exige cuidados especiais, a que os pais devem estar sempre atentos. Um caso no Paquistão chamou a atenção para uma síndrome que, apesar de pouco conhecida, é a segunda causa mais comum de trauma peniano pediátrico, segundo o jornal científico Urology Case Reports. A PHTS levou quase à amputação total da glande de um bebê de 11 meses, depois que um fio de cabelo se enroscou na região.
Na ocasião, relatada pela publicação acima mencionada, o pai notou que o pênis do filho apresentava uma aparência anormal. A criança urinava por uma abertura na superfície do órgão e a glande estava pendurada por uma divisão estreita. No exame, os médicos observaram que a extremidade estava "pálida" e um fio de cabelo foi encontrado entre a ponta e o corpo do pênis, no sulco coronal.
O bebê passou, então, por uma cirurgia. O cabelo foi removido e os médicos inseriram um cateter para que a criança pudesse urinar. O curativo do pós-operatório foi retirado 4 dias depois do procedimento, e o cateter no 12° dia. Em duas semanas, o pequeno estava bem e, em 6 meses, o procedimento mostrou um "resultado satisfatório".
O caso é raro, mas não é o único no mundo. Os médicos o chamam de Síndrome do Torniquete Capilar Peniano (PHTS, na sigla em inglês). Geralmente, é observada em bebês cujas mães estão apresentando queda de cabelo pós-parto e em meninos circuncidados, devido à maior exposição da região. Nem sempre as complicações são graves, mas podem chegar à redução do fluxo sanguíneo, necrose, gangrena e até amputação.
Em agosto de 2022, um quadro similar foi relatado pela PubMed, mas não precisou de cirurgia. Um menino de 2 anos, cuja nacionalidade não foi revelada, deu entrada em um pronto-socorro com um inchaço doloroso no pênis. No local, os pediatras prescreveram creme antibiótico e analgésicos para a dor, mas os sintomas não melhoraram e a criança começou a ter dificuldade para urinar. Em uma segunda ida ao hospital, após um exame feito com lupa, um cabelo foi encontrado pressionando o órgão. Com uma microtesoura, os médicos cortaram o fio e, em seguida, inseriram um cateter pela uretra.