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Eritroblastose fetal: a incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê

Entenda o que é a também chamada doença hemolítica do feto e quais são as formas de prevenção adotadas ainda durante a gravidez

31 mar 2023 - 13h12
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Para a grávida, determinar a tipagem do sangue é uma etapa obrigatória do pré-natal, visto que, caso o bebê herde uma classificação diferente da de sua mãe, o organismo dela pode gerar uma reação inflamatória. " Nós chamamos isso de incompatibilidade sanguínea", diz Matheus Beleza, obstetra e diretor médico da Maternidade Brasília.

Foto: Luis-m-Leonardo/Thinkstock/Getty Images / Bebe.com

Os padrões estabelecidos de tipos de sangue que conhecemos variam de acordo com proteínas que se encontram em nossas hemácias (células sanguíneas). Existem os grupos A, B, AB e O, e o fator Rh, dividido em positivo e negativo. "Essa divisão permite identificar quais famílias são compatíveis ou não, levando em conta suas características mais próximas", pontua o obstetra.

A incompatibilidade entre mãe e bebê é definida toda vez em que há diferença entre os tipos sanguíneos de ambos. Existem inúmeros fatores capazes de provocar reações inflamatórias em função disso, mas o principal e o mais grave é quando há uma distinção de fator Rh, ou seja, a mãe é Rh negativo e o filho herdou do pai o Rh positivo.

"Gestações com incompatibilidade de Rh, nas quais não são realizadas as medidas preventivas, podem ser consideradas de risco", alerta Carolina Bonet Bub, hemoterapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein. É possível que o bebê evolua para um quadro de anemia grave, conhecido como eritroblastose fetal ou doença hemolítica do feto.

A prevenção seria o cuidado mais importante para evitar a doença. A seguir, reunimos as principais informações sobre o quadro e como proceder após o diagnóstico.

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Foto: Alina Kotliar/Getty Images / Bebe.com

O que é incompatibilidade de Rh na gravidez?

Quando o sangue da gestante é Rh negativo, isso quer dizer que ela não apresenta uma determinada proteína ao redor de suas hemácias. Caso seu parceiro seja Rh positivo - isto é, possua a molécula que o corpo da mãe não reconhece -, há risco de o filho herdar a tipagem do pai. "Se a criança for Rh positivo e houver uma troca de sangue entre mãe e bebê durante a gravidez, é possível desenvolver uma incompatibilidade", explica Matheus.

A interação do sangue Rh negativo da gestante com o Rh positivo do filho, em grandes quantidades, gera uma sensibilização. Em outras palavras, o corpo da mulher promove uma resposta de defesa, com anticorpos capazes de atravessar a barreira placentária e atacar as hemácias do bebê intraútero. "Isso leva à destruição dessas células e a um quadro de anemia hemolítica no feto, a eritroblastose fetal", afirma Rodrigo Ruano, especialista em Medicina e Cirurgia Fetal e chefe de serviços da linha materno-infantil da rede Americas, do UnitedHealth Group Brasil.

Vale lembrar que, se a mãe for Rh positivo e o pai Rh negativo, não há risco nenhum. Nesse caso, mesmo que o filho herde ou não a proteína, não acontecerá um reconhecimento anormal por parte do organismo da gestante.

É essencial que mulheres Rh negativo cujos parceiros sejam Rh positivo façam acompanhamento cuidadoso com profissionais. "Não conseguimos saber se o bebê herdou a tipagem do pai, Rh positivo, ou da mãe, dentro da barriga. É necessário fazer uma observação através de ultrassonografias e exames de sangue da gestante, que podem apontar laboratorialmente achados anormais de anticorpos", completa Matheus.

Sintomas da eritroblastose fetal

Caso os anticorpos produzidos pela mãe Rh negativo ultrapassem a barreira placentária e destruam as hemácias do bebê, o transporte de oxigênio para os tecidos da criança será prejudicado. "Se isso não for tratado no útero, há chance de o filho desenvolver insuficiência cardíaca por anemia grave - falta de sangue - e vir a falecer. A mortalidade é muito alta se não for feito nada", conta Rodrigo.

A doença também pode causar icterícia (presença de cor amarelada na pele e nas mucosas) e retenção de líquido após o nascimento. "Os bebês muito edemaciados (inchados) devido à eritroblastose fetal são conhecidos como bebês hidrópicos", comenta Carolina.

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Foto: kieferpix/Getty Images / Bebe.com

A primeira gravidez apresenta menos risco de eritroblastose?

Sim! Em geral, o primeiro filho tem menos chance de desenvolver a eritroblastose fetal, pois ainda não houve uma sensibilização do corpo da mulher. Ou seja, ela ainda não produziu anticorpos contra a incompatibilidade do fator Rh. "Quando a sensibilização já ocorreu - a mãe teve contato com o sangue do primeiro bebê - há grande risco da doença", explica a hemoterapeuta. Nesse caso, em uma segunda gravidez, qualquer troca de células sanguíneas através placenta irá ativar a produção dos anticorpos.

Além disso, a cada gestação, a doença se tornará mais grave. "Vamos supor que a paciente teve uma sensibilização durante o parto em sua primeira gravidez. Na segunda, com um bebê Rh positivo, a manifestação da condição será intraútero, na 28° ou 32° semana gestacional. Na terceira, a eritroblastose será mais grave e precoce, com 20 ou menos semanas", alerta Rodrigo.

Acompanhamento da grávida com Rh negativo

Uma vez que a gestante já teve a sensibilização, ela precisa ser acompanhada em um centro de referência em medicina fetal. "Nós ficamos atentos quando existe uma alteração laboratorial na produção de anticorpos da mãe e sinais de anemia no bebê dentro da barriga, que demonstram uma provável incompatibilidade de fator Rh", explica Matheus.

O feto é monitorado com ultrassonografias rotineiras do fluxo sanguíneo cerebral, para avaliar se as funções estão normais. "Se a corrente de sangue estiver com a velocidade aumentada, isso indica risco de anemia", completa Rodrigo. Caso seja necessário, os médicos podem realizar um procedimento de transfusão de sangue (lavado e adequado para o bebê) intraútero, entre a 18° semana até o final da gestação.

Como evitar a eritoblastose fetal?

A prevenção da doença ocorre através de um bom pré-natal, com a checagem do tipo sanguíneo da mãe e a pesquisa da presença de anticorpos em seu sangue. Diante da possibilidade de incompatibilidade, o acompanhamento é feito com as ultrassonografias e a administração de uma injeção.

A profilaxia (medida de prevenção) para a eritroblastose fetal é realizada com a vacina anti-D - nome popular para a imunoglobulina anti-D, um anticorpo que age contra o fator Rh da grávida -, por volta da 26° ou 28° semana gestacional. A vacina é uma medida para evitar a sensibilização da mãe, e deve ser repetida em todas as gestações. Ela neutraliza anticorpos que possam vir a se desenvolver antes ou após o parto, e previne uma resposta imune às células do bebê.

Bebe.com
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