Gêmeas siamesas separadas se recuperam após 20 cirurgias
As irmãs foram submetidas a um procedimento de 18 horas. Atualmente, elas estão com 1 ano e 2 meses, e a mãe relata toda a experiência com as bebês
As gêmeas siamesas Annie e Issie Bateson nasceram ligadas do peito até a pelve, compartilhando bexiga, intestino e uma perna "fundida".
As meninas, que vieram ao mundo em março de 2022, em Londres, foram separadas em setembro do mesmo ano em uma cirurgia que durou 18 horas. Depois da separação, elas já passaram por 20 operações e seguem se recuperando, como contou a mãe das bebês, Hannah Bateson, de 32 anos, em entrevista ao Daily Mail. "Elas são realmente um milagre", disse.
As estatísticas confirmam essa percepção: apenas 7,5% de gêmeos siameses sobrevivem. Quando submetidos a cirurgia, 40% deles não resistem.
A descoberta de que as meninas eram siamesas
Foi no ultrassom da 12ª semana que Hannah e o marido, Dan, de 33 anos, descobriram que estavam esperando gêmeos. Junto dessa notícia, porém, veio o primeiro sinal de alerta. "Nós notamos, pelo jeito da técnica, que ela estava preocupada. Então, ela nos disse que desconfiava de que os bebês poderiam ser gêmeos MCMA".
A sigla se refere ao termo em inglês monochorionic monoamniotic (monocoriônica monoamniótica) - gêmeos que compartilham não apenas a mesma placenta, mas o mesmo saco gestacional, e que apresentam maior risco de complicações.
"Foi absolutamente assustador", lembra Hannah. Dias depois, outro exame confirmou que o caso era ainda mais raro: eles descobriram que os bebês estavam ligados. Em uma consulta posterior, foi levantada a possibilidade de interromper a gestação, mas Dan ressalta que essa opção nem chegou a ser considerada pelo casal. "Nunca foi uma conversa entre nós", diz.
O nascimento e a separação das gêmeas
Vivendo na Irlanda do Norte, eles se mudaram para Londres com o objetivo de ficarem próximos ao hospital onde receberiam os atendimentos especializados e necessários em caso de urgência. Hannah foi submetida a uma cesariana na 35ª semana de gravidez, no dia 8 de março de 2022.
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"A foto de cima foi tirada quando as meninas tinham apenas duas semanas de vida e ainda estavam no Great Ormond Street. A foto de baixo é desta manhã" - O post é de junho de 2022, antes da separação.
Pouco mais de seis meses depois do nascimento, as garotinhas finalmente foram operadas em uma maratona que durou 18 horas. "Foi o dia mais longo", disse Dan ao tabloide inglês. O resultado foi um sucesso e elas foram separadas - cada uma ficou com uma perna -, mas a recuperação não tem sido um caminho fácil. Nos dois meses e meio seguintes, as pequenas passaram por 30 procedimentos, dos quais 20 foram cirurgias, e ficaram com o abdome "aberto" (porém protegido) durante esse tempo, para que os órgãos internos se acomodassem.
Em dezembro, para a alegria da família, as irmãs foram liberadas para viajar e puderam passar o Natal em casa.
Post de dezembro de 2022, quando as meninas foram liberadas para ir para casa, na Irlanda do Norte.
"Elas vão precisar de mais cirurgias ao longo dos anos - além de pequenas coisas que teremos que ajustar, que serão diferentes para as duas. Mas nós vamos levando conforme as coisas surgem", finaliza a mãe.