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O pedido de desculpas de Mark Zuckerberg a famílias de crianças prejudicadas por redes sociais

Mark Zuckerberg, CEO da Meta - que administra o Instagram e o Facebook -, disse para pais cujos filhos foram prejudicados pelas redes sociais que "ninguém deveria passar" pelo que eles passaram.

1 fev 2024 - 07h17
(atualizado às 12h12)
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Zuckerberg disse a pais de filhos prejudicados pelas redes sociais que 'ninguém deveria passar' pelo que eles passaram
Zuckerberg disse a pais de filhos prejudicados pelas redes sociais que 'ninguém deveria passar' pelo que eles passaram
Foto: TASOS KATOPODIS/EPA-EFE/REX/Shutterstock / BBC News Brasil

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, pediu desculpas a famílias que dizem que seus filhos foram prejudicados pelas redes sociais, durante audiência no Senado dos Estados Unidos.

Zuckerberg - que administra o Instagram e o Facebook - virou-se para pais de filhos presentes na audiência e disse que "ninguém deveria passar" pelo que eles passaram.

Ele e os diretores do TikTok, Snap, X e Discord foram interrogados durante quase quatro horas por senadores dos dois partidos.

Os parlamentares querem saber o que as empresas estão fazendo para proteger as crianças nas suas plataformas na internet.

Está em tramitação no Congresso uma legislação que busca responsabilizar as empresas de mídia social pelo material postado em suas plataformas.

A audiência de quarta-feira (31/1) foi uma rara oportunidade para os senadores dos EUA questionarem os chefes das empresas de tecnologia.

Zuckerberg e o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, concordaram voluntariamente em dar seu depoimento - mas os diretores do Snap, X (antigo Twitter) e da plataforma de mensagens Discord inicialmente recusaram e foram intimados.

Sentados atrás dos cinco diretores das gigantes de tecnologia estavam famílias que disseram que seus filhos se machucaram ou se mataram como resultado de conteúdo nas redes sociais.

Os pais se manifestaram o tempo todo durante a audiência — vaiando quando os CEOs entraram e aplaudindo quando os legisladores fizeram perguntas difíceis.

Embora a audiência tenha se concentrado principalmente na proteção das crianças contra a exploração sexual online, as questões variaram bastante, com os senadores aproveitando a oportunidade de ter cinco executivos poderosos sob juramento.

Shou Zi Chew, diretor do TikTok (que pertence à empresa chinesa ByteDance), foi questionado se sua empresa compartilhava dados de usuários dos EUA com o governo chinês, o que ele negou.

O senador Tom Cotton perguntou a Chew, que é de Singapura, se alguma vez ele pertenceu ao Partido Comunista Chinês.

"Senador, sou de Siganpura. Não", respondeu Chew.

Cotton então perguntou: "Você já foi associado ou afiliado ao Partido Comunista Chinês?"

Chew respondeu: "Não, senador. Mais uma vez, sou de Singapura."

Ele acrescentou que, como pai de três filhos pequenos, sabia que as questões em discussão eram "horríveis e o pesadelo de todos os pais".

Ele afirmou que seus próprios filhos não usavam o TikTok por causa das regras em Singapura, que proíbem menores de 13 anos de criar contas.

Pais de filhos que se machucaram ou se mataram por causa de redes sociais se manifestaram na audiência
Pais de filhos que se machucaram ou se mataram por causa de redes sociais se manifestaram na audiência
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Senadores frustrados

O foco da audiência foi a atitude das empresas em relação à legislação de segurança online atualmente em tramitação no Congresso.

Isso foi resumido em um debate tenso entre Jason Citron, da empresa Discord, e o legislador republicano Lindsey Graham.

Graham listou uma série de projetos de lei em tramitação no Congresso relacionados à segurança online, perguntando se Citron os apoiava ou não.

Embora Graham tenha dado poucas oportunidades a Citron para responder, o chefe do Discord parecia ter reservas sobre a maioria deles.

Graham concluiu: "Então aqui está - se vocês esperam que esses caras resolvam o problema, vamos morrer esperando".

Antes da audiência, Meta anunciou novas medidas de segurança, incluindo que menores de idade não poderão receber mensagens de estranhos no Instagram e no Messenger.

O analista da indústria de mídia social Matt Navarra disse à BBC que acha que a audiência se assemelha a muitos outros confrontos — com exibição de muita arrogância por parte dos políticos e com Zuckerberg aproveitando uma oportunidade perfeita para aparecer nas fotos do noticiário, com seu pedido de desculpas, segundo ele.

O especialista diz que, apesar dos senadores concordarem com a necessidade de uma legislação bipartidária para regular as plataformas, não se sabe o que será decidido no futuro.

"Vimos essas audiências repetidas vezes, até agora, elas ainda não geraram nenhuma regulamentação significativa ou substancial", disse ele.

"Estamos em 2024 e os EUA praticamente não têm regulamentação, como foi apontado nas audiências, no que diz respeito às empresas de mídia social."

Na audiência, os diretores revelaram quantas pessoas contrataram para moderar o conteúdo em suas plataformas.

Meta e TikTok, com o maior número de usuários das plataformas representadas, disseram ter 40 mil moderadores cada; o Snap disse ter 2.300, o X, 2 mil e o Discord - que alegou ser uma plataforma menor - disse que tinha "centenas" de moderadores.

O Discord é uma plataforma de mensagens e já foi questionado no passado sobre como detecta e previne o abuso infantil em sua plataforma.

Após a audiência, alguns dos pais que estavam na sala organizaram uma manifestação do lado de fora, com vários apelando aos legisladores para aprovarem urgentemente legislação para responsabilizar as empresas.

"Assim como eu fazia antes, muitos pais continuam pensando que esses danos de que estamos falando hoje não afetarão suas famílias", disse Joann Bogard, cujo filho Mason morreu em maio de 2019. Ela disse que Mason participou de uma corrente no TikTok sobre asfixia.

"Esses danos estão acontecendo da noite para o dia com crianças comuns", disse ela. "Temos os testemunhos. Agora é a hora de nossos parlamentares aprovarem a Lei de Segurança Online para Crianças".

Arturo Béjar, um ex-funcionário de alto escalão da Meta que testemunhou no Congresso em novembro de 2023, também estava na audiência de quarta-feira e disse à BBC: "A Meta está tentando transferir aos pais sua responsabilidade de fornecer um ambiente seguro para os adolescentes, mas não adiciona um botão onde um adolescente pode dizer que sofreu uma abordagem indesejada."

"Como eles podem tornar esse ambiente seguro para os adolescentes sem isso?"

Durante a audiência desta semana, a Meta disse que criou "mais de 30 ferramentas" para gerar um ambiente seguro para adolescentes na internet.

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