Bar com melhor petisco de SP tem capacidade para 32 pessoas
Localizado no Tatuapé, o Bar Berinjela é um negócio da família Leitão que, apesar de pequeno, é como um 'coração de mãe', segundo dona
Pequeno, aconchegante e intimista. Estas são as características do Bar do Berinjela, vencedor do concurso Comida di Buteco nesta quinta-feira (23) em São Paulo. O estabelecimento familiar tem capacidade para apenas 32 clientes, mas a falta de espaço está longe de ser um defeito para o casal Debora Regina Santarelli Leitão e José Manoel Gomes Leitão, que estão à frente da casa há 22 anos. “É coração de mãe”, comentou Débora.
Enquanto Débora, a mãe e a cunhada ficam na cozinha, Leitão se encarrega de atender os clientes, com bastante simpatia, segundo ela. A proximidade da família com os clientes é algo comum no local. Depois de entrar para o concurso, o movimento disparou, contou Débora. O bolinho de berinjela, com massa leve feita de farinha, recheio de berinjela com calabresa e parmesão – petisco que conquistou o paladar dos jurados – virou sucesso com a clientela: são vendidas entre 300 e 400 unidades por dia.
Ser um bar de família e com donos que misturam sua história de vida com a do próprio estabelecimento é, inclusive, um dos pontos considerados pela organização do concurso ao fazer o convite aos 50 participantes.
O bar do Berinjela preenche este requisito. A casa, localizada no bairro do Tatuapé, foi fundada pelo pai de Leitão, que faleceu há 28 anos. Depois disso, foi a vez da mãe da família ficar à frente do local, mas também faleceu no ano passado. “Ela era a matriarca da família. Isso que fizemos foi para eles, um trabalho de uma vida inteira”, comentou Débora sobre os sogros. “Entramos com o coração e com a vontade”, acrescentou ela.
Diferente do Bar Berinjela, o Bar O Alemão – que ficou em segundo lugar - já havia participado do concurso. No ano passado, o estabelecimento aberto há cinco anos pelo casal Darci José Thomas e Roselene Padilha Thomas, ficou em 17º lugar. A família foi premiada pelo bolinho picante feito com massa de mandioca e pão italiano envelhecido, recheio de calabresa com carne moída e alguns outros temperos secretos. Segundo Darci, a casa vende 1 mil bolinhos picantes por semana.
O concurso não premia com dinheiro os vencedores, mas com um troféu, em forma de prato, que pode ser pendurado no bar e serve como um reconhecimento pelo trabalho realizado. O verdadeiro prêmio é a divulgação e aumento de clientes, segundo o dono do Bar do Justo, Valter Francisco Ribeiro, que alcançou o 3º lugar nesta edição. “Traz novos clientes e chega a aumentar até 40% do faturamento”, contou.
O Bar do Justo ganhou destaque com a coxinha de costela com massa feita de purê de mandioca, receita criada pelo próprio dono. A trajetória de vida de Ribeiro se confunde com a própria história do bar, que existe há 68 anos. Ele começou a trabalhar no estabelecimento aos 13 e, atualmente, ele vende cerca de 1.600 salgados por semana na casa.
Ribeiro particopu no ano passado do Comida di Buteco, mas não foi premiado. No entanto, já ganhou três vezes pelo concurso do Boteco Bohemia. “Cerveja gelada, bom atendimento, higiente, comida boa e muito carinho com os clientes”, enumerou as exigências para um bom bar. Neste ano, os participantes tiveram o desafio de criar petiscos com calabresa ou com mandioca. No ano que vem, os bares terão que abusar da criatividade para se destacar - segundo Eduardo Maya, idealizador do evento, o tema será livre.